quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Festival Quinzena de Dança de Almada - International Dance Festival

O Festival Quinzena de Dança de Almada - International Dance Festival começa na sexta-feira 29/09/2017 com o programa 'Coevos', composto por coreografias de Carla Jordão, Luís Marrafa e Ricardo Ambrózio, prosseguindo até 21 de Outubro.
                

                 
                       Foto de Mario da Costa.
Criado em 1992, o festival tem como objetivo oferecer ao público um conjunto de eventos representativos da dança contemporânea nacional e internacional, segundo a organização.
Além dos espetáculos, o festival organiza 'workshops', exposições, encontros, vídeodança, reunindo companhias e criadores independentes de dança contemporânea de todo o mundo, de coreógrafos a bailarinos.
O festival abre na sexta-feira e apresenta também, no sábado, às 21h30, o programa 'Coevos', no Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada.
A 4 de outubro será a vez do programa 'DesasSossego' e 'Instructions', de Carla Jordão, Stephanie Miracle, seguido de conversa com o público, no Auditório Fernando Lopes-Graça.
A 6 de outubro, à mesma hora, 'Fragile', pelo Vivo Ballet, com coreografia de Enzo Celli, apresenta-se no mesmo auditório e, no dia seguinte, 'Reviravoltas' e 'Viagem', respetivamente de Francisco Rousseau com Rui Reis Lopes, e Beatriz Lourenço com Mariana Dias.
'Fobos', pela Companhia de Dança de Almada, com coreografia de Bruno Duarte, apresenta-se a 10 e 11 de outubro, pelas 10h30, no Cine-teatro Academia Almadense, onde também estará 'Light and Water', com coreografia de Melita Spahic Bezjak, a 13 de outubro, pela companhia Free Dance.
Entre outros eventos, a 14 de Outubro, no Cine-teatro Academia Almadense, às 17h00, decorrerá uma apresentação de projetos de formação da Companhia de Dança de Almada, por Rita Judas e Susana Rosendo.

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Somos todos grandes fingidores mascarados

Pensar Contemporâneo

Sou do tipo de pessoa que quando cisma com uma música, escuta repetidamente por horas, dias seguidos. Aconteceu comigo isso recentemente com a versão da música The Great Pretender cantada pelo Freddie Mercury. A música é bem antiga, dos anos cinquenta, originalmente gravada pelo The Platters. A versão do Freddie Mercury tocou fundo na minha alma. Claro, não é para menos. Tudo o que ele cantava virava ouro. Freddie tinha uma capacidade incrível de dar a entonação e a emoção exatas a cada uma das palavras da música.


Essa música que é tida como romântica ganhou um significado novo na voz dele. Para mim, mais parecia que ele não estava apenas queixando-se de uma dor de amor. Ele estava dizendo ao mundo inteiro: eu sou um fingidor, vivo nessa hipocrisia que é a sociedade, sorrindo quando estou triste, fingindo alegria, mas corroído por dentro.
“Ah sim, eu sou um grande fingidor, fingindo que eu estou bem. Minha carência é tanta que eu finjo demais, estou sozinho, mas ninguém percebe”, diz a música em uma tradução livre.
Pensando muito sobre essa letra, lembrei-me de uma crônica de Clarice Lispector, do livro A Descoberta do Mundo. A crônica, chamada Persona, discorre sobre a questão das máscaras que usamos no mundo. Mas Clarice deixa claro a necessidade das máscaras.
“Escolher a própria máscara é o primeiro gesto voluntário humano. E solitário. Mas quando enfim se afivela a máscara daquilo que se escolheu para representar-se e representar o mundo, o corpo ganha uma nova firmeza, a cabeça ergue-se altiva como a de quem superou um obstáculo. A pessoa é.”
A máscara é necessária, é a proteção, o escudo que usamos. Não necessariamente a máscara é hipócrita e falsa, no mau sentido. Às vezes ela é; muitas, talvez. Mas muitas vezes, ela é como uma roupa que nos protege do mundo, das coisas que nos agridem, das pessoas, de nós mesmos. Precisamos usar a máscara, para conter o vulcão que somos nós por dentro. A máscara nos torna pessoas, como diz Clarice, porque contém esse tsunami que temos dentro de nós. É como a pele que protege a carne viva.
Precisamos da máscara durante a maior parte das nossas vidas. São poucas, muito poucas, as pessoas para as quais permitimos mostrar um pouco do que tem abaixo da máscara. São poucas as pessoas para quem nos mostramos nus de verdade.
E tem que ser assim. Já imaginou se ao encontrarmos com conhecidos abríssemos todas as nossas frestas, nos expuséssemos ao máximo? Não viveríamos nem dois dias para contar a história.
Por exemplo, um conhecido vem e pergunta como você está. Suponha que você está com o coração dilacerado, porque desenvolveu sentimentos por uma amiga que, por obra do acaso, já está saindo com outro. Você percebe que chegou atrasado. Você, então, responde ao conhecido: “nossa, não estou muito bem… para falar a verdade, não consigo tirar uma pessoa da minha cabeça, mesmo sabendo que ela não está disponível para mim! É doído, triste. Estou vivendo a vida como se nada estivesse acontecendo, mas na verdade, está doendo”.
O sujeito ia olhar para você e não saberia o que dizer. Provavelmente ia ficar assustado, como se tivesse lhe visto nu – e, bem, ele viu. A verdade é que para 99% das pessoas, nós dizemos que estamos bem. Para uma ou duas contamos que estamos gostando de alguém, mas nos apressamos em dizer que está tudo bem, porque a fila anda e o mundo está cheio de gente legal. Para uma, talvez, a gente chora e conta que está doendo – talvez, na análise. Essas, somente essas, conseguem ver através da máscara.
Com essas, há momentos em que a extrema solidão que vivemos, cada um de nós, consegue encontrar um ponto de conexão real. Quando dois mascarados deixam-se ver nus, há conexão, a solidão é aplacada.
“Sim, sou um grande fingidor, rindo e alegre como um palhaço. Eu pareço ser o que não sou, veja você! Eu estou usando meu coração como uma coroa”, diz a canção.
Isso também me lembrou o livro O homem que sabe, de Viviane Mosé, especificamente o capítulo referente ao erotismo e a transgressão, onde ela cita o livro O Erotismo, de Georges Bataille.
“O homem é um ser que teme a si mesmo, porque, de sua consciência, se percebe como parte deste mar excessivo que é a vida. (…) A condição para a constituição de um si mesmo é a adoção de limites”.
O limite aqui são as máscaras, o contorno que colocamos ao redor da usina hidrelétrica que somos nós por dentro.
“Nossa ferida trágica, nossa dor constitutiva é que somos seres sozinhos: não estamos em continuidade com nossos pais, nem com nossos filhos. Entre um ser e outro, há um abismo, na impossibilidade de romper este abismo, buscamos senti-lo de perto, a partir da tentativa de retomar esta continuidade perdida”.
“O amor nos oferece a substituição do isolamento e da solidão, por meio de uma maravilhosa continuidade afetiva, moral entre dois seres”, diz outro trecho do livro de Mosé.
Acho até que, por isso, há tanto medo de relacionamentos profundos e verdadeiros. É necessário uma baita coragem para ficar nu – de alma, no caso -, na frente de outra pessoa. A fragilidade é muita. A sensibilidade é extrema. Tudo é intenso, tudo é prazer e dor. É preciso muita confiança para se expor assim. Quem confia assim hoje em dia? A verdade é que sentimo-nos seguros atrás de nossas máscaras.
“O erotismo, diz Bataille, é uma experiência de morte, porque é a experimentação da ausência de limites. Uma morte vislumbrada, experimentada como potência e não como ato, mas que nos faz reencontrar uma unidade perdida com a vida”, diz Mosé.
E parece que Clarice pensava algo na mesma linha. “Se bem que pode acontecer uma coisa que me humilha contar. É que depois de anos de verdadeiro sucesso com a máscara, de repente – ah, menos que de repente, por causa de um olhar passageiro ou uma palavra ouvida – de repente a máscara de guerra de vida cresta-se toda no rosto, como lama seca, e os pedaços irregulares caem como uma ruído oco no chão. Eis o rosto agora nu, maduro, sensível quando já não era mais para ser. E ele chora em silêncio para não morrer. Pois nessa certeza sou implacável: este ser morrerá. A menos que renasça até que dele se possa dizer ‘esta é uma pessoa’.
TEXTO DE 
Juliana Santin


segunda-feira, 18 de setembro de 2017

O que os outros pensam sobre você reflete quem eles são, não quem você é.

Por
 A Grande Arte De Ser Feliz

Os Sioux têm um provérbio muito interessante: “Antes de julgar uma pessoa, caminha três luas com seus sapatos”. Se referem ao fato de que julgar é muito fácil, entender o outro é um pouco mais difícil. Ser empático é muitíssimo mais complicado. E o julgamento só será justo se vivermos experiências iguais.
Entretanto, com frequência pretendemos que os outros nos entendam, que compreendam nossas decisões e as compartilhem, ou que, ao menos, nos apoiem. Quando não fazem o que queremos, nos sentimos mal, nos sentimos incompreendidos e até rejeitados.

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É evidente que isso é difícil de aceitar, todos necessitamos que, em algumas situações, alguém acolha nossas emoções e decisões. É perfeitamente compreensível. Contudo, sujeitar nossa felicidade à aceitação dos demais ou tomar decisões com base no medo de que os outros não vão nos entender é um grande erro. Um grande e inominável erro.

Porque os que os outros pensam sobre você na realidade diz mais sobre eles do que sobre a sua pessoa. O que pensam reflete, com certeza, o que são eles, não quem é você.
Quando criticamos alguém sem usar a empatia de nos colocarmos em seu lugar e sem, ao menos, tentar compreender o ponto de vista do outro, na realidade expomos nossa forma de ser. Quando alguém diz ao mundo que você é uma má pessoa esta atitude revela que ela é insegura, tem um pensamento duro e cheio de estereótipos.

Quem critica o que não é, não compreendeu ou não quer aceitar

O mais certo é que por trás de uma crítica destrutiva quase sempre se esconde o desconhecimento ou a negação de si mesmo. Na verdade, muitas pessoas lhe criticam porque não compreendem suas decisões, não caminham com os seus sapatos, não conhecem a sua história e não entendem a verdadeira razão de ter escolhido o caminho que escolheu. Muitas pessoas ainda vão lhe criticar por desconhecimento mais profundo sobre o seu jeito e, sobretudo, por serem arrogantes e pensarem que são os donos absolutos da verdade.´
Em outros casos, as pessoas lhe criticam porque veem refletidas em você certas características ou talentos que não querem reconhecer. O escritor francês Jules Renard afirmou com precisão:“Nossa crítica consiste em reprovar nos outros as qualidades que cremos ter”. Por exemplo, uma mulher que é maltratada pelo seu marido pode criticar duramente o divórcio. É uma forma de reafirmar sua posição. Diz a si mesma que deve seguir suportando essa situação. E o curioso é que quanto mais tóxica seja a crítica, mais forte se revela a negação dos seus sentimentos.
Na prática, em algumas ocasiões, a crítica destrutiva não é mais do que um mecanismo de defesa conhecido como projeção. Neste caso, a pessoa projeta nos outros os mesmos sentimentos, desejos ou impulsos que lhe são muito dolorosos. E com os quais não é capaz de conviver. De maneira que os percebe como algo estranho e que deve ser castigado.

Como sobreviver às críticas?

Ninguém gosta de ser criticado, principalmente se as críticas se transformam em duros ataques verbais. Infelizmente, nem sempre podemos evitar estas situações, mas devemos aprender a lidar com elas sem que as mesmas nos afetem em excesso.

Como faço para resolver isso? Aqui estão algumas estratégias diferentes, porém eficazes:

1.Coloque-se no lugar de quem lhe critica.
A empatia é um poderoso antídoto contra a raiva. Não podemos ter raiva de alguém quando compreendemos como se sente. Por isso, da próxima vez que alguém lhe criticar, tente se pôr no seu lugar. Ainda que essa pessoa não seja capaz de se colocar no seu. Assim verá que é provável que se trate de alguém míope dos olhos da alma. Ou quem ainda não teve a sua experiência de vida e guarda muita amargura e ressentimento. Dessa forma, perceberá que não vale a pena se aborrecer pelas palavras ditas com raiva.
2.Entenda que é somente uma opinião, nada mais.
O que os outros pensam sobre você é a realidade deles, não a sua realidade. Tais pessoas estão lhe julgando segundo as suas experiências, valores e critérios. Se tivessem caminhado com os seus sapatos, talvez andado pelos mesmos caminhos que você percorreu, é provável que pensariam diferente. Portanto, assume de vez que essas críticas, na realidade, são apenas opiniões jogadas ao vento, nem mais nem menos. E que são absolutamente tendenciosas. Por lado lado, você pode valorizá-las
se perceber que pode tirar proveito delas. Mas você pode, simplesmente, desprezá-las; jamais permita que as críticas arruínem o seu dia.
3.Devolve a crítica com graça.
Quando se trata de críticas destrutivas o mais conveniente é fazer “ouvidos moucos”. E saiba que essa pessoa não está aberta ao diálogo. Pois se estivesse, em vez de julgar e atacar, mostraria uma atitude mais respeitosa e compreensiva. Não obstante, haverá casos em que seja necessário dar um basta na situação. Depois de tudo, quando tivermos que enfrentar males extremos, devemos recorrer a soluções mais incisivas. Nestes casos, responda sem se alterar e com frases breves que não deem motivos às réplicas. Por exemplo, você pode dizer: “Não pode dar opinião sobre coisas que você não conhece” ou “Creio que não entendeu e tampouco deseja viver em paz. Dessa forma, não aceito que me critique”. Não critique sem pensar antes
“Em geral, os homens julgam mais pelos olhos do que pela inteligência, pois todos podem ver, mas poucos compreendem o que veem”, disse Maquiavel, séculos atrás. Podemos fazer nossa própria frase e, ainda assim, mantermos sua vigência: “Criticar por criticar significa que temos a língua fora do cérebro”.

domingo, 17 de setembro de 2017

Miradouro dos Balcões - Ilha da Madeira - Portugal

O Miradouro dos Balcões permite-nos observar o vale da Ribeira da Metade. Daqui podemos ainda avistar a Cordilheira Central da ilha. O Miradouro dos Balcões encontra-se no fim da Vereda dos Balcões.

Foto

Com início no Ribeiro Frio, este pequeno trilho segue a Levada da Serra do Faial, dando acesso ao Miradouro dos Balcões.
A partir deste miradouro podemos apreciar as vistas magníficas sobre o vale da Ribeira da Metade. Podemos ainda avistar a Cordilheira Central da Ilha, destacando-se os dois picos mais altos, o Pico do Areeiro e o Pico Ruivo, assim como a Penha D´Águia, em dias de céu limpo.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

OLHO POR OLHO E ACABAREMOS TODOS CEGOS

Rubem Alves dizia que todos nós queremos falar, mas ninguém quer ouvir. Percebo que essa incapacidade de escutar tem piorado com o passar do tempo. Temos vivido de forma completamente individualista, de maneira que pouco importa o que o outro acha ou pensa sobre o que quer que seja, pois só conseguimos ouvir a nossa própria voz. Tornamo-nos, assim, autofalantes, pois na medida em que nos preocupamos em tão somente falar, deixamos de escutar uns aos outros e, portanto, nos transformamos em falantes e “ouvintes” de um único som, o qual ecoa de dentro do nosso vazio.

Sendo assim, o individualismo tem retirado toda a nossa capacidade de olhar as situações em perspectiva, uma vez que não vivemos sozinhos, mas antes, em comunidade, de tal maneira que passamos a coordenar o mundo a partir das nossas vontades, nossos desejos, nossas análises, nossas compreensões. Ou seja, tudo passa a girar em torno de nós mesmos, posto que acreditamos ser a última bolacha do pacote e que, portanto, nada que venha do olhar do outro deve ser considerado.
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Essa cosmovisão individualista e egocêntrica apenas faz com que nos afastemos mais ainda, formando verdadeiras ilhas afetivas, isoladas em seus mundos. Essa cegueira cria uma resistência com tudo aquilo que é diferente, com todas as coisas que não se coadunam com o que pensamos, como se fôssemos incapazes de dialogar, de imergir no mundo de idiossincrasias que forma o outro.
Por isso estamos tão tristes e solitários, presos em nossos muros de indiferença, mergulhados em depressões e afogados pela ansiedade. Estamos doentes, porque preferimos cegar e nos isolar dentro da nossa zona de conforto a enxergar que existem outras vidas além das nossas, que as pessoas possuem sonhos diferentes, preferências políticas distintas, sexualidades diferentes, mas todos somos, acima de qualquer coisa, humanos e, portanto, devíamos buscar o que há de gente em nós, o que há de ser nesse “animalzinho” que somos.
No entanto, preferimos ser rotuladores, preferimos ficar com os nossos conceitos fechados, axiomas indiscutíveis, a tentar buscar novas perspectivas, novas visões, novos caminhos, uma ressignificação de nós mesmos, do outro e do universo. Preferimos nos fechar, ficar doentes e morrer desnutridos de amor, a abrir mão de um egoísmo mesquinho que nos transforma em escravos da nossa própria condição miserável.
Será que acreditamos que estamos no caminho certo? Um caminho de mudez no olhar, secura na alma e lágrimas na boca? Um caminho em que é preciso defender o óbvio, lembrando Bertolt Brecht. Talvez, porque apesar de tudo, é difícil ser a mudança que desejamos no mundo? É difícil, sobretudo, nos despirmos do véu de ignorância, preconceito, intolerância, individualismo e em seu lugar sermos capazes de perceber o óbvio: que não estamos sozinhos, nem precisamos estar, porque na estrada da vida, para quem procura, há sempre lugares em que podemos nos encontrar, silêncios para que possamos ouvir e doçura para perceber a poesia presente nas singularidades de cada um.
Podemos ser a cura do outro, o outro pode ser a nossa cura, para isso é preciso sair da ilha, a fim de que enxerguemos que nessa luta que nos encontramos, estamos todos afundando em um mar de individualismo doentio, triste e silencioso, pois na medida em que deixamos de escutar o outro, as nossas vozes já não significam nada, além da demonstração da nossa cegueira, pois como disse Gandhi: “Olho por olho e acabaremos todos cegos”.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Parque da Paz-Almada

Traga Tempo, Leve Paz
Parque da Paz_Lago

 Parque da Paz, o pulmão da cidade, criado pela Câmara Municipal de Almada para dotar o concelho com um dos melhores parques urbanos do País,   concebido pelo arquitecto paisagista Sidónio Pardal.

Esperam-no 60 hectares de área verde, composta por diferentes espaços, uns amplos, outros intimistas, que nos fazem perder a noção do tempo.

Suba a escadaria de xisto e granito que serpenteia a partir do parque de estacionamento. No topo, vire à esquerda e aproveite para apreciar o cheiro a campo, o voo das borboletas, a pose das aves, os banhos de sol dos répteis...
Parque da Paz_grande árvore

Caminhe até à zona central, uma imensa clareira verde, cercada pelas árvores mais adultas do Parque. Sobreiros, pinheiros e azinheiras estão em maioria mas, ao todo, foram já plantadas cerca de 1600 espécies arbóreas e arbustivas. 

Contorne este mar verde e instala-se naquele banquinho debaixo de uma imensa anciã. A paz vai invadir-lhe a alma. Quando lhe apetecer, retome o caminho empedrado e descubra um espaço mais intimista. 
Parque da Paz_lago interior
Aqui são já visíveis “construções” em pedra e xisto, zonas de estadia, que apelam à paragem e pretendem invocar a intemporalidade dos espaços, esbatendo o carácter frágil e transitório da vida.

Sinta o arrepio fresco do som da água provoca antes de sair deste esconderijo, mas no cruzamento vire à esquerda para ir ao encontro do grande lago. 

Neste caminho, descendente descontraia com o zunido do vento que lhe sopra aos ouvidos e siga o voo dos patos que o guiam até ao próximo espaço.
Parque da Paz_Cisne perto do lago

Passe pelo edifício dos sanitários, do seu lado direito e aproxime-se da água, onde uma centena de aves se concentram, indiferentes à presença humana. 

Encontre o local exacto por onde a água do lago escorre e sente-se nos blocos de granito. Ao fim da tarde o sol fica mais manso e o lago vai transformar-se num espelho prateado. 

Semicerre os olhos, admire o cintilar do lago, ouça o eco das águas debaixo de si e pense: que bem escolhido foi o nome deste Parque. Aqui a Paz é sua. 

Quando acabar este percurso passe pelo imenso monumento de aço corten de José Aurélio. Os seus braços de aço corten parecem conquistar o espaço em redor, livres e hirtos, ondulantes e pontiagudos.

Apoios
Estacionamento na Avenida Arsenal do Alfeite
Sanitários
Bebedouros

domingo, 10 de setembro de 2017

Falta pouco para o início do Outono

Próximo Início do Outono 22 de Setembro de 2017 (Sexta-feira)
O início do outono acontece todos os anos a 22 ou 23 de Setembro. Em 2017 o início do outono em Portugal ocorre às 20h02 do dia 22 de Setembro.
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sábado, 9 de setembro de 2017

Panteão Nacional

O Panteão Nacional, situado na zona histórica de Santa Clara, ocupa o edifício originalmente destinado para igreja de Santa Engrácia, acolhendo os túmulos de grandes vultos da história portuguesa.
Foto

Fundado na 2ª metade do século XVI, o edifício foi totalmente reconstruído em finais de Seiscentos pelo arquiteto João Antunes; embora nunca chegasse a abrir ao culto, conserva, sob a cúpula moderna, o espaço majestoso da nave, animada pela decoração de mármores coloridos, característica da arquitetura barroca portuguesa. Elemento referencial no perfil da cidade e oferecendo pontos de vista privilegiados sobre a zona histórica da cidade e sobre o rio Tejo, está classificado como Monumento Nacional. Na sua proximidade realiza-se semanalmente, às 3ªas feiras e Sábados, a tradicional  Feira da Ladra.

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Servidão voluntária: o olhar sobre a sociedade de consumo

Saramago já nos advertia que estamos cegos da razão. Talvez seja o nosso ego, sempre inflado e se achando o dono do pedaço. Talvez seja pela nossa incessante incapacidade para amar. Podemos dizer que essa cegueira se alastra em função da facilidade. É sempre mais fácil andar sem olhar para o lado. Sem olhar para nós mesmos. Sem olhar para o que somos ou nos tornamos.
Cegos que somos, seguimos a doutrina da sociedade de consumo. Condicionados como bons soldados, não recusamos a missão de esvaziar um Shopping Center. Aprendemos desde cedo, que como partes do todo, devemos manter a ordem e, assim, não devemos transgredir as leis de ouro que tornam a sociedade contemporânea um reino de “felicidade”.
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O sistema hegemônico, através da mídia, não nos deixa esquecer a importância de manter o sistema funcionando harmonicamente, e de que como ele é um bom senhor, devemos-lhes obediência e servidão. Servidão esta, construída por meio de chicotes ou força física? Não. Ora, se somos seres desejantes, então, nada melhor do que usar a mídia para nos seduzir.
Somos seduzidos pela promessa de felicidade escondida atrás do consumismo. Somos tentados por todos os sorrisos espalhados nas propagandas. Somos condicionados a acreditar que a felicidade só é possível se e, se somente se, tenho condições de participar da orgia do consumo.
Sendo assim, somos ludibriados por um sistema que nos entorpece e nos torna míopes que só enxergam a realidade pelos óculos que lhes são oferecidos. Tornamo-nos, dessa forma, servos voluntários do sistema, pois embora livres, nos permitimos condicionar e obedecê-lo. Sem espaço para a crítica ou autorreflexão, somos apenas reprodutores de uma cultura aprisionadora que qualifica como tolice qualquer prazer fora do consumo.
“Imaginem que tolice, permitir que as pessoas se dedicassem a jogos complicados que não contribuíam em nada para o consumo. Atualmente, os Administradores não aprovam nenhum jogo novo, salvo se, se demonstrar que ele necessita, pelo menos, de tantos acessórios quanto o mais complicado dos jogos existentes.”
Voltarei ao tema depois do fim de semana: Até lá!

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Aldeias de Portugal-Barcos

Distrito: Viseu - Concelho: Tabuaço - Freguesia: Barcos  Em pleno Alto Douro Vinhateiro a aldeia de Barcos, em Tabuaço, tem uma longa história para contar. Por aqui já passaram diversos povos, desde pelo menos a Idade do Bronze, de acordo com os vestígios encontrados no local. Nesta bonita aldeia pode ainda explorar marcas de outras épocas, como várias edificações medievais. A tradição mantém-se nas casas típicas do povoado, que se organizam em torno da da Igreja Matriz, datada do século XII. Outros edifícios ricos em história que merecem uma visita atenta são o Santuário de Santa Maria do Sabroso, o Cruzeiro dos Centenários de Barcos, a Fonte Velha, o Fontanário do Largo do Adro, o antigo Forno da Confraria, e os tradicionais solares e casas senhoriais, com o tempo marcado nas suas fachadas, entre outras edificações que atestam bem a importância que em tempos teve esta aldeia.
Foto

sábado, 2 de setembro de 2017

O outro rosto da lua


    CristoReiFullMoon-Portrait-net



Lua cheia por detrás do monumento católico Cristo Rei situado em Almada.
Inaugurado em 17 de Maio de 1959 e inspirado no Cristo Redentor do Brasil.
A base de 75 metros de altura foi desenhada pelo arquitecto António Lino e o Cristo de 28 metros de altura foi desenhado pelo escultor Francisco Franco de Sousa.
Na base do Cristo Rei encontra-se um miradouro a 168 metros do nível da agua com uma vista panorâmica sobre Lisboa,o rio Tejo e a ponte 25 de Abril.