O Nome:
O topónimo Porto do Brandão surge na carta
de foral que o rei D. Manuel I deu a Almada
em 1513, onde é referido como um dos limites do
Reguengo de Caparica.
Na origem do nome está o apelido Brandão, da
família a quem pertenceu a Quinta da Azenha.
Esta propriedade foi cabeça de morgado, pelo que
se manteve na mesma linhagem durante várias
gerações.
A Lenda:
Segundo a lenda, o topónimo tem origem
numa história de amor trágica.
Brandão era o nome de um jovem carpinteiro
naval, que namorava Paulina, filha de um homem
poderoso. Este, contrariando a vontade e a paixão
da filha, obrigou-a a embarcar numa nau com
destino à Índia. Brandão conseguiu alcançar a nau
num pequeno barco a remos, mas foi apanhado
pelo comandante do navio, que o mandou matar e
lançar ao rio. Paulina atirou-se de seguida e morreu
também. O seu corpo foi dar ao local que passou a
chamar-se praia da Paulina e o do rapaz ao actual
Porto Brandão
A Terra:
A povoação ribeirinha do Porto Brandão ocupa
um vale talhado na costeira de Almada.
A arriba, sobranceira ao Tejo, dominando a
localidade, é o aspecto mais evidente desta estrutura
geológica.
A costeira, apresentando vertente abrupta a
norte (a arriba) é constituída por uma sequência
de camadas rochosas inclinando suave e
uniformemente para sul.
As camadas datam do Miocénico, tendo
cerca de 18 a 15 milhões de anos de idade.
Nelas existem fósseis de organismos marinhos,
testemunhos desses tempos, de quando a arriba
ainda não existia e, nesta região, se estendia
um amplo golfo marinho de águas quentes,
tropicais.
O tempo e o espaço:
A localização geográfica e a morfologia do
terreno contribuíram para a fixação humana
no Porto Brandão.
Situado na zona onde a distância entre as margens
é mais curta, o acesso fluvial é facilitado por uma
enseada com praia. Por via terrestre o declive da
arriba é vencido percorrendo o fundo do vale que
desce do lugar da Torre de Caparica
Na origem do povoado e ao longo da sua história,
encontram-se naturalmente as actividades
ribeirinhas, como a pesca, os transportes fluviais e
a construção naval.
Historia recente:
Em meados do século XX, a SONAP – Sociedade Nacional de Petróleos, era o principal atractivo
económico do Porto Brandão. Beneficiando de uma boa posição no mercado de combustíveis, a empresa,
uma das mais importantes do país, deu emprego a muitos, que lá continuaram depois da sua nacionalização
e criação da Petrogal, em 1976
O Porto Brandão continua a ter importância portuária,
devido aos terminais marítimos aí instalados.
A nascente, situa-se um parque que armazena
produtos petrolíferos em 26 reservatórios de aço,
distribuídos pela encosta em plataformas.
A poente, na antiga praia da Paulina, localiza-se
uma estação de limpeza e desgasificação de navios,
que dispõe de seis reservatórios para combustíveis
líquidos.
As casas:
O conjunto edificado do Porto Brandão
desenvolve-se acompanhando a base da arriba,
que a delimita a nascente e a poente. A povoação
cresceu ocupando a encosta virada a poente, dando
origem ao bairro designado popularmente pelo
“Alto”, que liga ao lugar de Formosinhos.
Alguns dos edifícios mais antigos apresentam uma
traça marcadamente urbana, característica do século
XIX; outros apresentam características rurais.
No centro do lugar foi construído por volta de 1950
um bairro habitacional, constituído por habitações
de dois pisos, orientadas perpendicularmente à
praia e divididas por uma rua central.
Destacam-se no conjunto a casa do Tanoeiro e a
oficina da Cooperativa dos Catraeiros, este último
de características arquitectónicas acentuadamente
modernistas
"Creditos Centro de Arqueologia de Almada"
Sem comentários:
Enviar um comentário