sábado, 30 de dezembro de 2017

A terminar o ano 2017

Ano de 2017 deve terminar entre os três anos mais quentes do registo histórico

Depois de três quebras consecutivas de recorde de temperatura nos últimos três anos, 2017 não vai fechar como o ano mais quente. Mas isso não é uma boa notícia. A expectativa é que será um dos três anos mais quentes do registro histórico, anunciou nesta segunda-feira, a Organização Meteorológica Mundial, na abertura da 23ª Conferência do Clima da ONU, em Bonn. E 2017 deve fechar com recorde de eventos climáticos extremos.

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De acordo com a OMM, relatório prévio do estado do clima mostra que a média global de temperatura entre janeiro e setembro foi de aproximadamente 1,1°C acima que antes da Revolução Industrial. Por causa do forte El Niño, 2016 deve permanecer como o ano mais quente desde o início dos registros. O fenômeno climático também já tinha influenciado as temperaturas em 2015.
De modo que 2017 está quente por conta própria, sem ajuda extra. Pela estimativa da OMM, 2017 e 2015 devem ficar com o segundo e/ou terceiro lugar. E o período de 2013 a 2017 já está garantido como os cinco anos mais quentes desde que as temperaturas começaram a ser medidas, em 1880.
A organização lembra que outros indicadores de longo prazo atestam que as mudanças do clima estão em curso, como o aumento da concentração de dióxido de carbono na atmosfera, o aumento do nível do mar e a acidificação dos oceanos, além do crescente número de eventos de alto impacto, como os catastróficos furacões e inundações que o planeta teve neste ano, além de ondas de calor e secas.
"Os últimos três anos ficaram no topo em termos de recordes de temperatura. Isso faz parte de uma tendência de aquecimento a longo prazo", afirmou o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, em comunicado distribuído à imprensa.
"Nós estamos testemunhando um clima extraordinário, incluindo temperaturas superiores a 50°C na Ásia, furacões recorde em rápida sucessão no Caribe e no Atlântico alcançando locais tão distantes quanto a Irlanda, devastadoras inundações de monções que afetaram muitos milhões de pessoas e uma seca implacável na África Oriental", continuou.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Metafora: o rio e o oceano

O rio e o oceano

Diz-se que mesmo antes de um rio cair no oceano ele treme de medo. Olha para trás, para toda a jornada, os cumes, as montanhas, o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar nele nada mais é do que desaparecer para sempre.
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Mas não há outra maneira, o rio não pode voltar. Ninguém pode voltar. Voltar é impossível na existência. Você pode apenas ir em frente. O rio precisa se arriscar e entrar no oceano. E somente quando ele entra no oceano é que o medo desaparece. Porque apenas então o rio saberá que não se trata de desaparecer no oceano, mas tornar-se oceano.
Por um lado é desaparecimento e por outro lado é renascimento. Assim somos nós. Só podemos ir em frente e arriscar. Coragem! Avance firme e torne-se Oceano!

domingo, 17 de dezembro de 2017

Aldeias do Xisto

De regresso ás viagens

Talasnal - - Lousã - Distrito de Coimbra

Está é, desde há muito, a Aldeia do Xisto da Serra da Lousã que tem dado mais visibilidade e carisma ao conjunto. Pela sua dimensão e disposição, mas também pelos muitos pormenores das recuperações das suas casas. Descobrir esta aldeia representa mergulhar no mundo mágico da Serra da Lousã e embrenhar-se numa vegetação luxuriante por onde espreitam veados, corços, javalis e muitas outras espécies. Aqui reina a Natureza, sensível, que pede respeito. Mas que permite inúmeras possibilidades de lazer e de desportos ativos. Aqui sente-se o pulsar da terra e a sua comunhão com os homens quando se avistam ao longe as aldeias. Parecem ter nascido do solo xistoso, naturalmente, como as árvores. Foto A ruela principal acompanha o declive da encosta, num percurso íngreme. Dela derivam quelhas e becos, que criam um ambiente de descoberta que todos gostam de explorar à espera da surpresa de um novo recanto.

sábado, 9 de dezembro de 2017

“Bonecos de Estremoz”

Os "Bonecos de Estremoz" foram classificados como Património Cultural Imaterial da UNESCOA arte popular tem mais de 300 anos de história.A UNESCO classificou esta quinta-feira "07/12/2017 como Património Cultural Imaterial da Humanidade a produção dos “Bonecos de Estremoz”, em barro, uma arte popular com mais de três séculos.
          
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A classificação da “Produção de Figurado em Barro de Estremoz”, vulgarmente conhecida como “Bonecos de Estremoz”, foi decidida na 12.ª Reunião do Comité Intergovernamental da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) para Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, que decorre na Ilha Jeju, na Coreia do Sul, até sábado.
A decisão, que ocorreu pelas 01:05 (hora de Lisboa), foi bastante celebrada pela comitiva portuguesa que durante os festejos exibiu exemplares de “Bonecos de Estremoz”.
Os “Bonecos de Estremoz” pertencem a uma arte de caráter popular, com mais de 300 anos de história, tendo sido o primeiro figurado do mundo a merecer a distinção de Património Cultural Imaterial da Humanidade, na sequência da candidatura apresentada pela Câmara Municipal de Estremoz, no distrito de Évora.
A candidatura teve como responsável técnico o diretor do Museu Municipal de Estremoz, Hugo Guerreiro.
Com mais de uma centena de figuras diferentes inventariadas, a arte, a que se dedicam vários artesãos do concelho, consiste na modelação de uma figura em barro cozido, policromado e efetuada manualmente, segundo uma técnica com origem pelo menos no século XVII.
Em Estremoz, trabalham atualmente nesta arte emblemática Afonso e Matilde Ginja, Célia Freitas, Duarte Catela, Fátima Estróia, Irmãs Flores, Isabel Pires, Jorge da Conceição, Miguel Gomes e Ricardo Fonseca.
Um abraço a todos.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Transpraia "Costa da Caparica" a historia

                                                           Transpraia
O Transpraia é um comboio turístico que liga a praia da Costa da Caparica à Fonte da Telha, num trajeto de cerca de 9 kmts à beira do Atlântico num percurso que compreende 4 estações e 15 apeadeiros, tendo sido o primeiro acesso a algumas praias mais remotas para os inúmeros banhistas da altura.
Inaugurado em 29 de Junho de 1960, é propriedade da empresa Transpraia – Transportes Recreativos da Praia do Sol, Lda, opera no litoral do concelho de Almada e foi um projeto de Casimiro, hoje administrado pelo filho António Pinto da Silva.
Casimiro, exímio atirador de tiro ao voo, investiu o dinheiro dos seus prémios neste projeto.
A ideia de criar o Transpraia nasceu dos 4 anos vividos em Santo António da Caparica por motivos medicinais devido ao iodo desta praia para curar as amigdalites da sua filha mais nova.
Inauguracao


Tendo inicialmente sido apenas um trator a puxar carruagens sobre um estrado de madeira para transportar as pessoas para a praia, a fragilidade da madeira não foi impedimento para Casimiro que, apesar dos estrados terem partido, continuou com o seu projeto.
Inspirado num pequeno comboio que recordava de uma mina numa povoação Francesa, assim nasceu o novo modelo de comboio que acabou por implementar. Com uma bitola de 60 cm, o trilho tem um percurso de via única, com algumas agulhetas e duplicações de linha para cruzamentos e pontos de manobra, tendo sido utilizado o sistema de montagem Decauville.
carruagens
A viagem inaugural foi um sucesso, enchendo de animação a pequena vila à beira-mar, que fervilhava de cor e alegria em redor deste pequeno comboio de praia. Desde os gaiatos descalços às donas de casa de lenço ou avental e os senhores de chapéu, ninguém faltou à festa.
Benzido pelo pároco da Freguesia, o comboio pôs-se em marcha ao som da Banda da Casa dos Pescadores que tocava a "Maria da Fonte".
A sua importância reclamou a presença de todas as personalidades importantes da época: o Secretário Nacional de Informação e Turismo, Dr. Moreira Baptista, o governador civil de Setúbal, o presidente da Câmara de Almada e o presidente da Comissão Municipal de Turismo.

No regresso da 1ª viagem houve festa e um cortejo que percorreu a Rua dos Pescadores com a banda a acompanhar.
À época escrevia o o Diário de Notícias que ao almoço e aos "brindes", "falou em nome da Transpraia o Sr. Dr. Canas Cardim, que a exemplo do que já fizera no início da viagem, saudou os visitantes e disse que a obra iniciada era um dos muitos sonhos que a sociedade pensa realizar para o progresso da Costa da Caparica", acrescentando: "Quem nos dera ser vivos, daqui a poucos anos, para assistir à transformação total desta região maravilhosa, quem sabe, talvez impulsionada por estas pequenas máquinas Diesel, rastilho do nosso empreendimento!"

Com o Transpraia muitas vidas se cruzaram, Carlos Alberto foi inicialmente cobrador, depois maquinista, tendo chegado a encarregado, desde o tempo em que vendia bilhetes a dez tostões, quando só existiam duas praias, a Costa e a Fonte da Telha.
Quando quase ninguém tinha carro, todos ficavam na praia da vila, mas o Transpraia trouxe a oportunidade de um dia de praia em família com apenas meia hora de viagem.
multidão
As praias da costa foram desbravadas com o tempo e com a ajuda do Transpraia que, de Junho a Setembro das 09:00 às 20:00, foi dando a conhecer a beleza natural da Costa do Sol, e das novas praias, tendo lá chegado antes de qualquer outro.
No pós-25 de Abril houve um boom de clientes que faziam filas enormes para os bilhetes, criando conflitos, empurrões e discussões quando um comboio chegava, obrigando à frequente intervenção da Policia Marítima, não havia lugares vazios e quase subiam para o tejadilho.
As pequenas locomotivas movidas a gasóleo puxam composições constituídas por quatro carruagens do tipo imperial, de acesso aberto pelos estribos laterais a sete bancos de quatro lugares corridos.

multidão


No Verão de 2007 o programa Polis transferiu o Transpraia para a Praia Nova, o que afastou muitos clientes, campistas que o utilizavam para vir à cidade e especialmente idosos que têm dificuldade de caminhar na areia até ao novo terminal.
Mesmo sendo este comboio uma atração turística, a mudança de um terminal na Rua dos Pescadores junto ao restaurante "Carolina do Aires" para cerca de 1 kilomemtro e 200 metros de distância, junto ao Parque de Campismo da Praia Nova, em nada o favoreceu, apesar da tentativa da Costa Polis que acordou uma ligação gratuita entre os 2 terminais garantida pela TST (Transportes Sul do Tejo), apenas no 1º ano após a mudança.
Transpraia
Afastado da Estação original não está previsto o retorno ao local inicial, muitos dos veraneantes desconhecem que o Transpraia ainda existe e a falta de visibilidade tem sido cruel para o Transpraia, que continua a lutar pela sobrevivência.
Os três comboios que fazem as viagens do Transpraia continuam a fazer a primeira viagem às 09:00 da manhã a partir da Praia Nova e a última viagem às 19:30 a partir da Fonte da Telha.

... E aguardam por si!...

© Copyright Helena MCS Simões, Todos os Direitos Reservados

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Passando pela Trafaria

Praia da Trafaria possui uma língua de areal extensa e pertence à foz do Rio Tejo pela margem Sul. Situa-se na frente urbana de mar da localidade piscatória que lhe dá nome.
As areias e águas desta praia são utilizadas pelos pescadores para recolherem as suas embarcações.
Os silos de armazenagem de graneis sólidos e alimentares e o terminal de carga e descarga operados pela Silopor dominam a paisagem, tamanha a sua envergadura.
A vista sobre Lisboa e a emblemática Torre de Belém são o principal atrativo.

Passeio Ribeirinho da Trafaria 

Este passeio ribeirinho, junto às margens do Tejo, é pautado por calçada portuguesa e uma zona de esplanadas, bem como iluminação que permite passeios noturnos numa zona de rara beleza que possibilita o deleite nas imagens que o estuário do rio nos oferece. 


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sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Não Digas Nada!

“Não Digas Nada!” por Fernando Pessoa
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Não digas nada!
Nem mesmo a verdade
Há tanta suavidade em nada se dizer
E tudo se entender —
Tudo metade
De sentir e de ver…
Não digas nada
Deixa esquecer
Talvez que amanhã
Em outra paisagem
Digas que foi vã
Toda essa viagem
Até onde quis
Ser quem me agrada…
Mas ali fui feliz
Não digas nada.
Fernando Pessoa, in “Cancioneiro”

Fernando Pessoa
Fernando Pessoa foi um dos mais importantes escritores e poetas do modernismo em Portugal. Nasceu em 13 de junho de 1888 na cidade de Lisboa (Portugal) e morreu, na mesma cidade, em 30 de novembro de 1935. É mundialmente conhecido como poeta dos heterônimos.