sábado, 16 de junho de 2018

Ambiente e Qualidade de Vida

Portugal esgota hoje "16/06/2018" os recursos naturais renováveis de 2018, o que significa que vai começar a usar meios que só deveria utilizar a partir de 01 de Janeiro de 2019, anunciou a associação ambientalista Zero.
De acordo com a Zero, "se todos vivessem como nós", a partir de domingo "o mundo começaria a usar o cartão de crédito ambiental", porque "acabam-se hoje os recursos renováveis de Portugal".

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Se cada pessoa no planeta vivesse como uma pessoa média portuguesa, "a humanidade exigiria o equivalente a 2,19 planetas para sustentar as suas necessidades de recursos", o que implicaria que "a área produtiva disponível para regenerar recursos e absorver resíduos a nível mundial esgotar-se-ia neste dia 16 de junho".
"Portugal é, há já muitos anos, deficitário na sua capacidade para fornecer os recursos naturais necessários às atividades desenvolvidas (produção e consumo). A nossa pegada 'per capita' é de 3,69 hectares globais, mas a nossa biocapacidade é de 1,27 hectares globais, com base em dados revistos para toda a série histórica desde 1961", escreveu a Zero, num comunicado.
Portugal é o 69º país do mundo com maior pegada ecológica por pessoa.
Apesar de, entre os países da União Europeia, Portugal ter a quarta pegada mais baixa por pessoa, "esta é, ainda assim, muito superior à capacidade média por pessoa no planeta".
O consumo de alimentos (32% da pegada global do país) e a mobilidade (18%) encontram-se entre as atividades humanas diárias que mais contribuem para a pegada ecológica portuguesa e são "pontos críticos para intervenções de mitigação da pegada", segundo a Zero.
Os dados relativos à pegada ecológica são atualizados anualmente pela Zero -- Associação Sistema Terrestre Sustentável, em parceria com a Global Footprint Network.
Tal como um extrato bancário dá a indicação das despesas e dos rendimentos, a contabilização da pegada ecológica avalia anualmente, através de sistemas métricos, as necessidades humanas de recursos renováveis e serviços essenciais e compara-as com a capacidade da biosfera de fornecer tais recursos e serviços.
O dia em que a humanidade atinge o limite do uso sustentável de recursos naturais disponíveis para esse ano, ou seja, o orçamento natural, é habitualmente designado como 'Overshoot Day'.
No ano passado, o 'overshoot day' mundial ocorreu em 02 de agosto, sendo que o último ano em que o planeta conseguiu viver com o seu orçamento natural anual foi em 1970.

quarta-feira, 13 de junho de 2018

Fernando António Nogueira Pessoa ( Nasceu a 13 Junho de 1888 em Lisboa )
 

Um dos maiores génios poéticos de toda a nossa Literatura e um dos poucos escritores portugueses mundialmente conhecidos. A sua poesia acabou por ser decisiva na evolução de toda a produção poética portuguesa do século XX. Se nele é ainda notória a herança simbolista, Pessoa foi mais longe, não só quanto à criação (e invenção) de novas tentativas artísticas e literárias, mas também no que respeita ao esforço de teorização e de crítica literária.
    
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É um poeta universal, na medida em que nos foi dando, mesmo com contradições, uma visão simultaneamente múltipla e unitária da Vida. É precisamente nesta tentativa de olhar o mundo duma forma múltipla (com um forte substrato de filosofia racionalista e mesmo de influência oriental) que reside uma explicação plausível para ter criado os célebres heterónimos - Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, sem contarmos ainda com o semi-heterónimo Bernardo Soares. 

Fernando Pessoa nasceu em Lisboa em 1888 (onde virá a falecer) e aos 7 anos partiu para a África do Sul com a sua mãe e o padrasto, que foi cônsul em Durban. Aqui fez os estudos secundários, obtendo resultados brilhantes. Em fins de 1903 faz o exame de admissão à Universidade do Cabo. Com esta idade (15 anos) é já surpreendente a variedade das suas leituras literárias e filosóficas. Em 1905 regressa definitivamente a Portugal; no ano seguinte matricula-se, em Lisboa, no Curso Superior de Letras, mas abandona-o em 1907. Decide depois trabalhar como "correspondente estrangeiro". Em 1912 estreia-se na revista A Águia com artigos de natureza ensaística. 1914 é o ano da criação dos três conhecidos heterónimos e em 1915 lança, com Mário de Sá-Carneiro, José de Almada-Negreiros e outros, a revista "Orpheu", que dá origem ao Modernismo. Entre a fundação de algumas revistas, a colaboração poética noutras, a publicação de alguns opúsculos e o discreto convívio com amigos, divide-se a vida pública e literária deste poeta. 
Pessoa marcou profundamente o movimento modernista português, quer pela produção teórica em torno do sensacionismo, quer pelo arrojo vanguardista de algumas das suas poesias, quer ainda pela animação que imprimiu à revista "Orpheu" (1915). No entanto, quase toda a sua vida decorreu no anonimato. Quando morreu, em 1935, publicara apenas um livro em português, "Mensagem" (no qual exprime poeticamente a sua visão mítica e nacionalista de Portugal), e deixou a sua famosa arca recheada de milhares de textos inéditos. A editora Ática começou a publicar a sua obra poética em 1942. No entanto, já o grupo da "Presença" tinha iniciado a sua reabilitação (poética e filosófica) face ao público e à crítica. © 2003 Porto Editora, Lda.

segunda-feira, 4 de junho de 2018

Não culpes ninguém

O belo poema de Pablo Neruda para reflectir
As pessoas que culpam os outros geralmente tentam esconder seus sentimentos de desamparo. Se elas não culparem ninguém, estarão admitindo que não estão no controle e que não há nada que possam fazer.
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Ao culpar os outros, a pessoa desamparada assume a posição do acusador e se sente mais no controle.
Em algumas situações, é aceitável culpar os outros se eles forem realmente responsáveis ​​e se culpá-los fizer evitar erros semelhantes no futuro, mas na maioria dos casos você deve aprender como assumir responsabilidade por suas ações e estar no controle de sua vida para que você Não culpe pessoas inocentes.
É isso que Neruda nos diz de forma poética nesse poema que é um dos mais lúcidos e belos conselhos que o poeta nos deixou.

Não Culpes Ninguém | Pablo Neruda
“Não te culpes por nada, nunca te queixes de nada, nem de ninguém, porque fundamentalmente tu tens feito tua vida.
Aceita a responsabilidade de edificar a ti mesmo e o valor de acusar-te no fracasso para voltar a começar; corrigindo-te,
o triunfo do verdadeiro homem emerge das cinzas do erro.
Nunca te queixes do meio ou dos que te rodeiam,
há em teu meio, aqueles que souberam vencer, as circunstâncias
são boas ou más segundo a vontade ou fortaleza de teu coração.
Aprende a converter toda situação difícil em uma arma para brigar.
Não te queixes de tua pobreza, ou de tua sorte,
enfrenta com valor e aceita que de um outra maneira,
tudo dependerá de ti; não te amargures com teu próprio fracasso,
Nem culpes a ninguém por isso, aceita agora ou seguirás
justificando-te como um menino, relembra que qualquer momento é bom para começar e que nenhum é tão terrível para claudicar.
Pare já de enganar-se, és a causa de ti mesmo,
de tua necessidade, de tua dor, de teu fracasso.
Se, tu tens sido o ignorante, o irresponsável, tu, unicamente tu, ninguém pode haver feito por ti.
Não esqueças que a causa de teu presente é teu passado,
como a causa de teu futuro é teu presente.
Aprende com os fortes, os audazes, imita aos enérgicos,
aos vencedores, aos que não aceitam situações,
aos que venceram apesar de tudo.
Pensa menos em teus problemas e mais em teu trabalho
e teus problemas sem alimento morrerão.
Aprende a nascer desde a dor e a ser maior,
que o maior dos obstáculos.
Veja-te no espelho de ti mesmo.
Começa a ser sincero contigo mesmo. Reconhecendo-te pelo teu valor, pela tua vontade e por tua fragilidade para justificar-te.
Recolhe-te dentro de ti mesmo, mais livre e forte,
e deixarás de ser um boneco das circunstâncias,
porque tu mesmo és teu próprio destino
Levanta-te olha as manhãs e respira a luz do amanhecer.
Tua és parte dá força dá vida.
Agora desperta, caminha, luta.
Decide-te e triunfarás na vida
Nunca penses na sorte,
porque a sorte é o pretexto dos fracassados”

sábado, 2 de junho de 2018

O Som de nossa Essência

Quantas vezes em meio ao barulho da vida diária, nos esquecemos de escutar àquilo que vem de dentro de nós?

Buzinas de carro, crianças agitadas, o barulho nas ruas, o som ligado do rádio e da TV, a opinião alheia… uma avalanche de informações que vem de todos os lados e a todo momento.

                 Resultado de imagem para Os barulhos de fora e de dentro podem estar ocultando a nossa voz interior

Quando nos damos conta, estamos impregnados pelo que vem de fora, quase que abarrotados dos outros e vazios de nós mesmos.
Vemos nossa casa interna entulhada com as mais diversas quinquilharias. Nos vemos ansiosos, estressados ou deprimidos, sem nem mesmo saber porque. Transformamos nossos corpos em puros veículos que nos carregam para onde segue nosso desejo ou nosso sentimento de obrigação.
Mas, se paramos por poucos segundos e fecharmos nossos olhos, o que perceberemos é que também há um grande barulho dentro de nós. Ele pode ser representado pelos olhos que, mesmo fechados, sentem uma pressão, como se piscassem. Ou pela respiração sufocada, que pede incessante por um respirar mais profundo. Ou ainda, por um pulsar interno que invade todo o corpo, mostrando que nossos motores estão a todo vapor.
Essa pequena pausa para perceber-se pode ser essencial para a escuta do corpo e alma. Ouvir, discriminar e interpretar os barulhos de dentro nos ajudam a compreender nossos conflitos, nossas intenções e nossas necessidades. Ao nos percebermos com atenção, podemos nos perguntar por exemplo: Por que nos colocamos neste movimento atribulado em relação a vida?
Corremos em direção a algum lugar…ou na verdade corremos de algo do qual queremos fugir ou escapar? Nosso barulho oculta algum outro som que tememos ouvir? Todo esse ruído pode estar encobrindo a nossa própria voz?
Para alguns, deixar que a voz interior se manifeste pode ser amedrontador. Ela pode trazer à tona sentimentos e desejos conflitantes com o momento de vida que se está vivendo ou para o qual se deseja viver. Mas mesmo calada, essa voz teima em estremecer dentro de nós. Ela se agita nos sintomas, sussurra em nossos sonhos, esbraveja através do nosso cansaço e reluta em reivindicar um espaço para se manifestar.
Muitas vezes, percebemos essa voz como verdadeiros monstros cuspidores de fogo que nos consome as forças. Mas, é no encontro com o dragão que também temos a oportunidade de ativar o verdadeiro herói que se esconde em nosso interior: aquele que nos guia corajosamente em busca do tesouro prometido, que não se esquece do seu propósito e amadurece a cada batalha.
Nossa voz, mesmo sobre a forma de dragão enfurecido,  pode ser a nossa salvação. Ela nos conta sobre as necessidades da nossa alma, concebida para a realização. Ela nos desafia porque precisa ser reconhecida. E é bem provável que ela tenha toda razão!
Por 
Pensar Contemporâneo: