terça-feira, 30 de abril de 2019

História | Cultura

Paisagem e património histórico-cultural da Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica.
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Paisagem

A paisagem da Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica é, no geral, o resultado de uma profunda humanização, apesar de ser também relativamente diversificada, como resultado das características e da resposta que os recursos naturais foram dando ao longo deste ancestral processo de transformação.

Atualmente apresenta diferentes estados de conservação, se considerarmos como referência um equilíbrio necessário entre as componentes ambientais e as humanas. Na Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica foram, assim, definidas as seguintes unidades de paisagem:
  • Arriba Fóssil e Orla Costeira - caracteriza-se pela estrutura que apresenta, uma sequência de estreitas faixas distintas que, contudo, formam uma unidade homogénea. Assente sobre um substrato arenoso (areias de praia, dunas ou depósitos de vertente) encontra-se a linha de praia, a que se sucede o cordão dunar, uma área de planície que corresponde às dunas interiores e por fim, a arriba. As belas formas de erosão que a arriba apresenta, as suas características geológicas e a extensão fazem-na exemplo ímpar no nosso país. Do ponto de vista geológico, esta arriba, formada por uma sucessão de estratos subhorizontais de rochas sedimentares, de conteúdo fossilífero e origem fluviomarinha, é um interessante testemunho de outras épocas; e
  • Pinhais da Charneca - caracteriza-se sobretudo pelo coberto vegetal predominante, uma mancha contínua de pinhal, sobre solos arenosos (dunas ou Conglomerados de Belverde) levemente ondulados e que se localiza na plataforma superior da arriba. Esta mancha arbórea tem vindo a ser delapidada pela implantação de moradias mais ou menos dispersas. Dentro desta unidade destaca-se a presença de uma área de valor florístico e paisagístico excecional, uma zona de pinhal manso com os vários estratos bem constituídos que se designa por Mata dos Medos, classificada como Reserva Botânica.
  • Terras da Costa - definida pelo tipo de uso atual do solo, sendo muito distinto da envolvente e com um papel preponderante no modo de vida da população. Localiza-se na planície entre o cordão dunar, atualmente ocupado com o aglomerado urbano da Costa de Caparica, e a Arriba Fóssil. A origem das e dos rendeiros das Terras da Costa associa-se à necessidade de garantir em terrenos agricultáveis formas de subsistência, para além da pesca, facto que transformou o extenso juncal, anteriormente, existente. Alguns achados arqueológicos, na plataforma litoral, revelam que os primeiros assentamentos humanos nesta zona, ocorreram nos períodos do paleolítico, Neolítico e Calcolítico. No entanto, a fixação de populações na planície litoral apenas ocorreu em finais do século XVIII, com a criação da Costa de Caparica, local de fixação de pescadores vindos de Ílhavo que, compensavam a sazonalidade de atividade piscatória com a agricultura, nas férteis Terras da Costa;

Atividades

  • A pesca foi ao longo dos tempos a atividade económica dominante da região, tendo marcado de forma incisiva o espaço social e cultural.
    No início do século XX, os pescadores criaram um novo núcleo mais a sul, na Fonte da Telha.
    A Arte Xávega é a forma tradicional de pesca empregada, consistindo num grupo de pescadores que num barco a remos lança as redes, para cercar os cardumes, puxando-as para a praia, com a ajuda de bois, técnica que foi trazida para esta região por migrantes da zona de Aveiro.
    Nas chamadas Terras da Costa (norte da Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica) situa-se uma área agrícola (hortas).
    A origem das e dos rendeiros das Terras da Costa associa-se à necessidade de garantir formas de subsistência em terrenos agricultáveis, para além da pesca, facto que transformou o extenso juncal, anteriormente, existente. Alguns achados arqueológicos, na plataforma litoral, revelam que os primeiros assentamentos humanos, nesta zona, ocorreram nos períodos do Paleolítico, Neolítico e Calcolítico. No entanto, a fixação de populações na planície litoral apenas ocorreu em finais do século XVIII, com a criação da Costa de Caparica, local de fixação de pescadores vindos de Ílhavo que, compensavam a sazonalidade de atividade piscatória com a agricultura, nas férteis Terras da Costa.
    Nas últimas décadas, o turismo tem-se desenvolvido muito, quer devido à beleza e amenidade das praias quer devido à proximidade a Lisboa

    A pesca era inicialmente operada com as embarcações “meia-lua”, transportadas pela força humana para o mar, ou deslizando sobre troncos. Estas embarcações eram utilizadas sobretudo na arte Xávega, também designada de “Chinchorro”. Atualmente, assiste-se à emergência de um outro tipo de embarcação designada por “chatas”, com adaptação a motor e rebocadas por tratores.
    As principais espécies pescadas são o carapau, a sardinha, o choco, a faneca, a solha, o linguado, o robalo, a lula e o sargo.

    "Instituto da conservação da natureza e das florestas"

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Dia Mundial da Dança comemorado em Almada pela Companhia de Dança de Almada

De acordo com a programação, as actividades iniciam-se amanhã sexta-feira 26 Abril até 03 de Maio em Almada, com a realização de um laboratório internacional decorrente do projecto CLASH!, apoiado pelo programa Europa Criativa, subordinado ao tema "O clássico e o contemporâneo na formação de bailarinos".


No próprio Dia Mundial de Dança, a 29 de Abril, segunda-feira, no Cine Teatro Sede da Academia Almadense, realiza-se uma sessão comemorativa para reflexão sobre o impacto das actividades da Companhia de Dança de Almada (Ca.DA) ao longo de quase 30 anos de trabalho na cidade, com a presença da fundadora e directora, Maria Franco.

Apresenta-se com regularidade em digressão no país e no estrangeiro, nomeadamente na Europa (Espanha, França, Suíça, Itália, Grécia, Croácia, Polónia, República Checa), África (Cabo Verde), América (Brasil) e Ásia (China).
O Dia Mundial da Dança, foi instituído pelo Comité Internacional da Dança (CID) da UNESCO, em 1982

sábado, 20 de abril de 2019

Museu do Fado lança oficina da guitarra portuguesa

O Museu do Fado, em Lisboa, inaugura na terça-feira a Oficina da Guitarra Portuguesa, onde vai efectuar-se, de Maio a Setembro próximos, um curso de construção de instrumentos, e vários ‘workshops’.

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O projecto, explicou a directora do museu, Sara Pereira, “é dar ferramentas e conhecimentos de áreas tão distintas como os vernizes, o tipo de cola a usar, os leques [parte final do braço da guitarra, onde se prendem as cordas], a história da guitarra, as madeiras, o seu comportamento na construção do instrumento, a organologia, de modo a [os participantes] desenvolverem esta arte de uma forma consolidada”.
Esta oficina inscreve-se nos quesitos da classificação do Fado como Património Cultural Imaterial da Humanidade (2011), e “é um passo importante e fundamental salvaguardar esta herança, e aprofundar domínios de estudos que não têm estado devidamente desenvolvidos”.
“Vão aprender a construir guitarras portuguesas, algumas violas, e ter aprendizagem para os iniciados e também um nível de aperfeiçoamento”, disse à agência Lusa Sara Pereira, referindo que a oficina “marca o regresso desta arte tradicional ao centro histórico de Lisboa”, no bairro de Alfama. A oficina terá espaços de construção, projecção de filmes, postos de consulta sobre ‘guitarreiros’ (construtores de guitarras) e guitarristas, e uma loja para a venda de instrumentos e acessórios para a guitarra portuguesa.
A área da formação especializada, em torno dos elementos integrantes da guitarra portuguesa, incluirá cursos de construção de leques, entalhamento de volutas (a finalização do braço em forma de caracol ou lágrima), a modelação das ilhargas (parte lateral que faz a ligação entre o tampo e as costas), o afagamento, polimento, aplicação de escala e trastos, conservação e restauro, entre outros temas.
O corpo docente inclui guitarreiros, violeiros, entalhadores, técnicos de conservação e restauro, músicos e investigadores. Os guitarreiros Gilberto Grácio e Óscar Cardoso, o guitarrista Pedro Caldeira Cabral e Rita Marcelino, a única mulher construtora de leques para guitarra portuguesa, são alguns dos formadores dos ateliês. Esta oficina é “uma homenagem às duas grandes escolas tradicionais na arte da construção da guitarra portuguesa, a de Gilberto Grácio e a de Óscar Cardoso, iniciada por Álvaro da Silveira”, disse a responsável.
A inauguração da oficina, na terça-feira, às 17:00, contará as atuações de duas orquestras de guitarras: a primeira, dirigida por Pedro de Castro, na Rua de S. Pedro, “que contará com dezenas de instrumentistas, cada um com o seu instrumento de diferentes escolas”, e, às 19:00, no Largo do Chafariz de Dentro, também em Alfama, de uma de sete guitarristas dirigida por Paulo Soares.
                   

terça-feira, 16 de abril de 2019

O Palácio da Pena podia não sobreviver a uma catástrofe semelhante à de Paris

A dificuldade de acessos e a sua localização no segundo ponto mais salto da Serra de Sintra seriam os principais obstáculos

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Quando as chamas começaram a consumir a Catedral de Notre-Dame em Paris, França, foram vários os olhos curiosos e desolados que acompanharam os avanços do fogo. A cada hora que passava, perdia-se mais uma parte do monumento que conta grande parte da nossa história e que sobreviveu a várias invasões e guerras.
Chegou a temer-se não ser possível salvar Notre-Dame e houve quem se mostrasse solidário, nas ruas ou nas redes sociais, com todos os envolvidos no combate às chamas. Cerca de 12 horas depois, os bombeiros de Paris anunciaram que o incêndio estava extinto.
Segundo a escritora e historiadora Irene Pimentel, Portugal tem muito presente na memória a realidade e a possibilidade de incêndios devastadores.
“Muitos teatros já arderam, como é o caso do Dona Maria II, e por isso é um dos que vai estar sempre em perigo. Mas quando falamos da hipótese de uma tragédia semelhante à de Paris acontecer em Portugal, pensamos imediatamente em monumentos como o Mosteiro dos Jerónimos, a Sé de Lisboa ou a Sé de Braga”, revela.

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Quanto aos que são mais difíceis de evacuar, a historiadora não tem dúvidas: “As igrejas de Alfama ou as do Bairro Alto, por exemplo, são muito críticas. É que quanto mais medieval forem os nossos bairros, mais difíceis serão as tentativas de os salvar.”
Em causa está não só a forma como foram construídos e os materiais utilizados, mas também a maneira como estão dispostos e a facilidade ou não dos seus acessos.
Joana Andrade, que preferiu manter o anonimato por trabalhar na área do turismo, é também licenciada em História de Arte e refere que o Palácio da Pena, em Sintra, pode ser outro dos casos mais críticos — especialmente porque é um mosteiro, tem um claustro, apresenta um espaço muito fechado e o acesso é tudo menos fácil em caso de emergência.
“Está no segundo ponto mais alto da Serra de Sintra o que significa que os bombeiros teriam de combater o fogo por baixo, através da vila. Não sei até que ponto é que não seria um dos casos mais urgentes de se tentar perceber como seria feita a evacuação”, explica. E refere que só as autoridades responsáveis é que são capazes acessar esse risco.
Irene Pimentel não tem dúvidas de que, a ser atingido por um incêndio da mesma dimensão daquele que consumiu parte de Notre-Dame, a perda do Palácio da Pena seria “inacreditável”.

“No fundo, as perdas de patrimónios que nos tocam mais são aquelas que dizem respeito aos mais antigos que, entre outras coisas, nos mostram que não nascemos pessoas — que somos só alguém de passagem que recebe um passado com o intuito de transmitir alguma coisa para o futuro”
Mas apesar de Irene recomendar que se retirem algumas lições deste incêndio, a historiadora acredita que Portugal não está preparado para dar resposta a uma situação semelhante.

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SÉ CATEDRAL DE BRAGA

“Acredito que Notre-Dame estivesse muito mais preparada do que qualquer outro edifício português, e mesmo assim aconteceu. Mas em Portugal temos outro grande problema: um risco sísmico elevado capaz de levar a uma sucessão de eventos catastróficos como terramoto de 1755 que dizimou o Chiado”, adianta.
Segundo Irene, a maior dificuldade no combate às chamas tem que ver com o material presente dentro destes monumentos. “Eu não tinha a noção de que em Notre-Dame havia tanta madeira e que a estrutura principal e mais importante era, também ela, composta por madeira.”

Joana é da mesma opinião e reforça que a história não nos deixa esquecer que vários dos monumentos que arderam no passado, arderam em processo de restauração. “É curioso mas é um trabalho que requer o uso de vários químicos. Além disso, muitas vezes são utilizados panos para cobrir peças e tudo isso é facilmente inflamável.”
Mas o principal problema é o facto de os tetos serem de madeira, assim como a presença de telas a óleo, conta. “Se as esculturas não forem de pedra, como algumas do período Gótico ou Renascentista, que são em madeira, então tudo desaparece muito facilmente em caso de incêndio.”
Quanto ao que há a fazer, Irene Pimental diz que apesar da forma como estão construídos influenciar o desfecho destes casos, não há muito a fazer a não ser arranjar formas de prevenção.
“Devemos manter o património tal como ele nos chegou até hoje e pôr a tecnologia ao serviço de evitar, prevenir ou pelo menos dar uma resposta rápida e eficiente para se evitar uma maior tragédia”, conclui.
16/04/2019
Por: Fábio Martins 

quinta-feira, 11 de abril de 2019

Proposta de regulamento tarifário da ERSAR viola autonomia do poder local

A Câmara Municipal do Seixal aprovou uma tomada de posição contra o projecto de regulamento da ERSAR que retira margem de manobra aos municípios e impõe o aumento do preço da água aos consumidores.

Vítor Proença vai focar o seu discurso nos avanços e riscos da água pública e saneamento em Portugal

Em causa, lê-se no documento aprovado esta quarta-feira em reunião de Câmara, está a atribuição à Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) da competência para «aprovar um regulamento tarifário a estabelecer regras de definição, fixação, revisão e actualização dos tarifários de abastecimento público de água e de saneamento de águas residuais urbanas».
Os novos poderes daquela entidade resultam da alteração do seu estatuto pelo governo do PSD e do CDS-PP, em 2014. Nesse quadro, o Conselho de Administração da ERSAR aprovou um projecto de regulamento tarifário dos serviços de águas, com diferenças relativamente a versões anteriores, e cujo período de consulta pública encerrou no passado dia 15 de Março. 
Joaquim Santos, presidente da Câmara Municipal do Seixal, defende que o regulamento não deve ser aprovado porque viola a autonomia do poder local na prestação de serviços públicos essenciais.

O documento denuncia que a proposta de regulamento «agrava fortemente ingerência na esfera municipal, obrigando os municípios a apresentar para validação o plano de investimentos e a submeter a nova validação qualquer alteração ao mesmo». Na prática, ilustra, «quer as Grandes Opções do Plano, quer as respectivas alterações» passariam a ter de ser validadas pelo regulador. 

Além de coarctar os municípios, retirando-lhes margem de decisão e opção, Joaquim Santos denuncia que se procura «afastar este serviço central das populações da decisão do poder local», impondo aumentos das tarifas aos utentes.
A este respeito, lê-se no texto aprovado ontem que a forma como este projecto de regulamento está elaborado «demonstra que se insiste numa perspectiva de que a política tarifária é a solução mágica para garantir a sustentabilidade do sector», denunciando igualmente que as autarquias locais são um «alvo preferencial da intervenção da entidade reguladora, com políticas discriminatórias que tem vindo a aplicar».   
Joaquim Santos insiste que «a gestão da água e do saneamento deve ser parte do processo de desenvolvimento local», devendo caber aos eleitos autárquicos e à população o direito a tomar decisões sobre estes serviços, e aos municípios a responsabilidade de definir a aplicação das tarifas, designadamente as medidas de discriminação positiva, como as tarifas sociais.

Abril/Abril ...TÓPICO autonomia do poder local:

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Titanic inicia a a sua primeira e única viagem

Efeméride:
No dia 10 de Abril, ao meio-dia, o Titanic levantou âncora de Southampton para a sua primeira viagem. Bem cedo foi abastecido de todos os viveres necessários. Das 9h30m ás 11h30m dessa manhã os passageiros fazem o seu check in.

  

Com a reputação de ser "inafundável" durante a sua construção, o Titanic acabou naufragando na sua primeira e única viagem no dia 15 de Abril de 1912. Desde então o navio virou uma lenda. E seus restos, desde sua descoberta em 1985, nunca deixou de fascinar todos que o exploraram.

Agora
Uma réplica do fatídico navio Titanic deve cruzar os oceanos em 2022. Com capacidade para 2,4 mil passageiros, o Titanic II vai fazer sua primeira navegação partindo de Dubai com destino a Inglaterra, de onde seguirá para os Estados Unidos, fazendo o mesmo trajeto do original.
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O navio actual funcionará a gasóleo (o original funcionava a carvão), terá um casco soldado e não rebitado, e será beneficiado com os mais modernos equipamentos digitais de navegação. A primeira viagem será da China ao Dubai; na segunda, do Dubai a Southampton; e depois Southampton-Nova York.