sábado, 27 de fevereiro de 2021

Você pode enganar o corpo com outra pele, mas não o coração com outra alma

 Definitivamente qualquer um pode nos provocar arrepios, qualquer um pode agitar nossos sentidos, fazendo-nos sentir muitas emoções e sensações associadas a uma liberação hormonal, que responde a um processo químico e biológico do nosso corpo, porém, a conexão que sentimos entre nossas almas, essa sim, vai além de tudo que podemos perceber com nosso corpo.




Nós podemos substituir uma carícia por outra, alguns beijos por outros, mas quando vamos mais além, não podemos enganar nossos corações, não encontraremos olhares que nos façam sentir o mesmo, nem aquele sentimento de estarmos sempre conectados

Quando dois corações daqueles que fizeram um acordo de almas se separam, o vazio que se sente é profundo, afoga, queima, suspende a respiração, não há mais nenhuma satisfação, conforto e acoplamento que pertença a duas almas que viajaram juntas por mais tempo do que podemos reconhecer.

Certamente as missões terminam, muitas vezes amando intensamente dois corações devem seguir caminhos diferentes para aprender o que é necessário, para chegar onde deveriam e não sabemos se neste plano ou outro, mas certamente estas almas estarão juntas novamente. No entanto, enquanto eles estiverem fisicamente distantes na estrutura terrena, eles serão capazes de reconhecer sua energia, mesmo que não possam sequer ver um ao outro.

Uma vez que estamos em contato com esse ser que sabemos que nos leva além do tangível, não podemos nos enganar ao nos conectarmos com outra pessoa, o sentimento será gravado em nossa essência, nossa mente ficará confusa e tentará substituir o que um dia la lhe deu prazer, nosso corpo vai encontrar outras maneiras de se sentir à vontade, mas nossa alma sempre nos fará um chamado especial para retornar a onde pertencemos, sabendo plenamente o que é amor verdadeiro.

Além de sermos capazes de identificar o que nos acontece, devemos ser gratos por termos estado em contato com nossa pessoa especial, conscientes de que, não importa o que aconteça nesta vida transitória, o amor nos une, nos alimenta e transcende acima do que nós nossa razão consegue entender.

Vá em frente, continue com sua vida, tudo passa por algo e o que é para você, será no momento preciso. Sempre confie que o melhor ainda está por vir e ouça o que seu coração lhe diz, o que não lhe permite ser facilmente enganado.

Imagem de: Tomasz Alen Kopera

Por: Sara Espejo



domingo, 7 de fevereiro de 2021

Biografia de Cora Coralina:

 Cora Coralina (1889-1985) foi uma poetisa e contista brasileira. Publicou seu primeiro livro quando tinha 75 anos e tornou-se uma das vozes femininas mais relevantes da literatura nacional.



Ana Lins dos Guimarães Peixoto conhecida como Cora Coralina, nasceu na cidade de Goiás, no Estado de Goiás, no dia 20 de agosto de 1889. Filha de Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto, desembargador, nomeado por Dom Pedro II, e de Jacinta Luísa do Couto Brandão. Cursou apenas até a terceira série do curso primário.

Primeiros Poemas

Cora Coralina começou a escrever poemas e contos quando tinha 14 anos, chegando a publicá-los, 1908, no jornal de poemas “A Rosa”, criado com algumas amigas. Em 1910, seu conto "Tragédia na Roça" foi publicado no "Anuário Histórico e Geográfico do Estado de Goiás", usando o pseudônimo de Cora Coralina. Em 1911, fugiu com o advogado divorciado Cantídio Tolentino Bretas, indo morar em Avaré, no interior de São Paulo. Em 1922, Cora Coralina foi convidada para participar da Semana de Arte Moderna, mas foi impedida pelo marido.

Em 1934, depois da morte do marido, Cora Coralina tornou-se doceira para sustentar os quatro filhos. Viveu por muito tempo de sua produção de doces. Embora continuasse escrevendo, produzindo poemas ligados à sua história e aos ambientes em que fora criada, se dizia mais doceira do que escritora. Considerava os doces cristalizados de caju, abóbora, figo e laranja, que encantavam os vizinhos e amigos, obras melhores do que os poemas escritos em folhas de caderno.

Já em São Paulo, em 1934, trabalhou como vendedora de livros. Em 1936, muda-se para Andradina, onde começa a escrever para o jornal da cidade. Em 1951 candidata-se a vereadora. Passados cinco anos, resolve voltar para sua cidade natal. Em 1959, com 70 anos, decidiu aprender datilografia para preparar suas poesias e entregá-las aos editores.

Primeiro Livro

Em 1965, com 75 anos, Cora Coralina conseguiu realizar o seu sonho de publicar o primeiro livro "O Poema dos Becos de Goiás e Estórias Mais". Em 1970, toma posse da cadeira nº. 5 da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás. Em 1976, lança seu segundo livro "Meu Livro de Cordel". O interesse do grande público só foi despertado graças aos elogios do poeta Carlos Drummond de Andrade, em 1980.

Nos últimos anos de sua vida, sua obra foi reconhecida sendo convidada para participar de conferências e programas de televisão. Cora Coralina foi agraciada com o título de Doutor Honoris Causa da UFG. Recebeu o "Prêmio Juca Pato" da União Brasileira dos Escritores, como intelectual do ano de 1983, com o livro “Vintém de Cobre: Meias Confissões de Aninha”. Em 1984 é nomeada para a Academia Goiânia de Letras, ocupando a cadeira nº. 38.

A poetisa que escreveu sobre o seu tempo e sobre o futuro, destacando a realidade das mulheres dos anos de 1900 é o principal nome da cidade de Goiás. Em 2002, a cidade de Goiás com sua paisagem urbana predominantemente marcada pela arquitetura dos séculos 18 e 19, recebeu o título de Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, dado pela Unesco. A casa onde morou a poetisa Cora Coralina é hoje o museu da escritora.

Cora Coralina faleceu em Goiânia, Goiás, no dia 10 de abril de 1985.

Poema: Meu Destino

Nas palmas de tuas mãos
leio as linhas da minha vida.

Linhas cruzadas, sinuosas,
interferindo no teu destino.

Não te procurei, não me procurastes – 
íamos sozinhos por estradas diferentes.

Indiferentes, cruzamos
Passavas com o fardo da vida...

Corri ao teu encontro.
Sorri. Falamos.

Esse dia foi marcado 
com a pedra branca da cabeça de um peixe.

E, desde então, caminhamos
juntos pela vida...

(Na foto Cora Coralina recebe homenagem da GOOGLE)