segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Lisboa volta a ter água no aqueduto a partir de 2023

O próximo ano promete trazer mais água à cidade. A EPAL vai reactivar o Aqueduto das Águas Livres, instalar mais bebedouros e até reabilitar um lago.




O circuito do Aqueduto das Águas Livres vai voltar a funcionar a partir do próximo ano, cinco décadas depois de ter sido completamente desactivado por causa da diminuição dos caudais das nascentes. O anúncio foi feito pela Empresa Portuguesa de Águas Livres (EPAL), que tem outros projectos previstos, incluindo a instalação de novos bebedouros por toda a cidade, a recuperação dos chafarizes lisboetas e a reabilitação do lago do Jardim do Príncipe Real.

Construído no século XVIII, o Aqueduto das Águas Livres costumava funcionar como sistema de captação e transporte de água e foi um dos poucos monumentos lisboetas a sobreviver ao terramoto de 1755. Desactivado em 1973 e aberto ao público para visitas, é hoje parte integrante do património histórico e cultural da EPAL, que o fará regressar às origens já no próximo ano. “A água vai passar pelo aqueduto rumo a uma cidade mais sustentável, a um planeta mais verde, a um futuro mais promissor”, lê-se em comunicado da empresa.

Ao reactivar o circuito do aqueduto, a EPAL volta a abastecer a cidade, contribuindo para a redundância da rede potável, o que poderá ser útil em caso de seca, incêndios e outras catástrofes nacionais. Com um total de 58 quilómetros, o sistema é composto por um troço principal com 14 quilómetros – entre a Mãe d’Água Velha, em Belas, e o reservatório da Mãe de Água das Amoreiras –, e vários troços secundários que encaminham a água que brota de cerca de 60 nascentes. Mas a zona mais icónica é a da arcada do vale de Alcântara, com 35 arcos, mais de 940 metros de comprimento e uma altura superior a 65 metros.

Não se preocupe: a recuperação do percurso da água não envolve o fim das visitas ao aqueduto, que está classificado como Monumento Nacional desde 1910. Até 2023, todo o caminho está aberto ao público e, depois da travessa do vale de Alcântara, será possível passar pelo aqueduto geral até à Mãe d’Água das Amoreiras. A galeria do Loreto também já é visitável, mas a EPAL tenciona abrir as restantes quatro galerias, que fazem parte do sistema e abastecem cerca de 30 chafarizes espalhados por Lisboa. A próxima é a do Rato.

Mais água, 0% energia

Além de reactivar o aqueduto, a EPAL tenciona instalar mais 150 bebedouros, com estrutura para que a água também possa ser consumida por animais de estimação, e não só. Embora já não cumpram a função para a qual foram criados, os chafarizes continuam a ser importantes enquanto elementos icónicos da cidade, razão por que também vão ser reabilitados. Está ainda prevista a reabilitação do lago do Príncipe Real, em circuito fechado de água, e do Reservatório da Penha de França, que será aberto ao público.

Entre os projectos previstos, encontra-se também um novo edifício na Rua José Gomes Ferreira, que se encontra em fase de licenciamento e cuja solução arquitectónica foi desenvolvida no âmbito de um concurso público lançado pela EPAL em colaboração com a Ordem dos Arquitectos; uma intervenção no edifício do Páteo do Tronco, que será transformado numa residência de estudantes, nomeadamente filhos de trabalhadores da EPAL/AdVT; e a instalação de painéis fotovoltaicos em recintos da EPAL, no âmbito do programa 0% Energia.

A EPAL anunciou ainda uma nova Academia das Águas Livres, inclusiva e aberta à comunidade. “A funcionar até hoje no Recinto do Arco, a escola da EPAL cresceu muito nos últimos anos e, por isso, precisa de mais espaço e de uma nova casa”, revela a empresa. “Para além dos espaços de formação, locais para eventos e de um esplêndido auditório com vista sobre Monsanto, terá ainda um restaurante e cafetaria com esplanada.” Haverá também estacionamento coberto, espaço para prática de desportos ao ar livre, com balneários no edifício principal, uma zona para feiras e exposições temporárias, que valorizem temáticas ambientais e de sustentabilidade, e um plateau para exposição de obras de arte urbana, com visibilidade a partir do interior e do exterior do recinto.

Escrito por Raquel Dias da Silva -segunda-feira 28 Novembro 2022

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Mestrado de Beatriz Martins sobre o cais do Ginjal Cacilhas:

 RESUMO

O Cais do Ginjal é um lugar de ruína, de abandono, de decadência. Todavia, continua a ser lugar de passagem. O Ginjal é considerado um lugar de oportunidade, o qual necessita de uma nova força motriz que o faça voltar a ser o cais fervilhante do passado.





Apesar de ser um local de inúmeras oportunidades, é também lugar de muitas condicionantes. Pela sua localização geográfica, muito próximo do rio Tejo, comprimido pela arriba fóssil, de cotas muito elevadas que se torna um elemento barreira entre este e a cidade de Almada; e pelo seu património edificado que preserva a memória do lugar. Assim, encontrou-se um sistema que se pensa capaz de resolver o problema encontrado no cais. Este sistema propõe a criação de um novo mercado, uma nova praça, um novo porto, zonas de cultivo para produção agrícola, novos acessos verticais entre a cota do cais do Ginjal e as cotas da arriba. A intervenção não é apenas ao nível do cais, mas à escala da cidade, começando na Quinta do Almaraz e culminando no novo ponto de venda do Cais do Ginjal, o mercado.



1. INTRODUÇÃO 1.1. OBJETO DE ESTUDO
O presente trabalho tem como objetivo responder ao exercício proposto no âmbito da disciplina de Projeto Final em Arquitetura 2, integrante no plano curricular do 2º semestre do 5º ano do Mestrado Integrado em Arquitetura do Instituto Superior Técnico, orientado pelo Professor Arquiteto Paulo David e pela Professora Doutora Daniela Arnaut. O objeto de trabalho prende-se com o Cais do Ginjal, um lugar de ruína, comprimido entre Almada e o Tejo. É ambicionada uma requalificação e revitalização deste lugar outrora palco de forte ocupação e atividade naval e industrial. Sob o tema “Construir nos limites, de encontro ao rio”1 , o Ginjal é apresentado como “núcleo urbano, produção industrial e estrutura portuária”2 . Apesar disso, o Ginjal caiu em decadência após a construção da ponte 25 de Abril, finalizada em 1966, e para muitos “grande símbolo de futuro”3 , mas que retirou a este cais a sua importância tanto como lugar de ligação fluvial, como lugar de passagem e lugar de permanência remetendo-o ao esquecimento e efetivo abandono. O cais localiza-se em Cacilhas, ladeando o rio Tejo e vivendo com este uma relação de grande proximidade. O tema de trabalho surge como meio de resposta a esta “área nevrálgica”4 , ao contexto urbano em que se insere  e lança o desafio de potenciar as suas qualidades. Será por isso analisado, ao longo do presente relatório, tanto o contexto urbano de Cacilhas, como a localização do cais nesse contexto e ainda relação da Margem Sul, onde se encontra, com a Margem Norte. O cais, “preso” entre a cidade de Almada e o rio Tejo, embora se encontre num estado maioritariamente de ruína e de evidente decadência, é ainda local de passagem para muitos. Deve ser por isso, alvo de atenção e de estudo, de forma a que seja enquadrado no contexto urbano de Cacilhas. Assim, o Ginjal, é ao longo do processo deste projeto, pensado como lugar de oportunidade, potenciado de forma a integrar-se na dinâmica urbana em que se insere. O cais é encarado como lugar de acessibilidade fluvial, de acessibilidade e articulação com a cota superior da arriba fóssil, bem como uma nova centralidade urbana em Cacilhas.




1.2. MOTIVAÇÃO
Ao analisar o contexto em que se insere o Cais do Ginjal, surgem várias questões acerca do seu passado: o que o levou ao estado de decadência em que agora se encontra, como seria a vida, as interações de quem ali passou, viveu ou trabalhou anteriormente. Estas perguntas são o mote para o desenvolvimento deste trabalho. Após uma análise de Cacilhas é possível propor respostas às necessidades da sua população, da população futura e de possíveis visitantes. A motivação deste projeto prende-se com a vontade de tornar Cacilhas um novo posto de abastecimento da Margem Sul, tornando-a um centro urbano autossustentável, capaz de viver por si e de reduzir a dependência da Margem Norte. Para além das motivações relacionadas com a revitalização do Cais do Ginjal, pretende-se elaborar uma reflexão relativa ao binómio cidade-campo. Surgindo assim, não só a vontade trazer ao Ginjal uma nova vida, mas também uma massa produtiva sustentável que poderá alimentar Cacilhas num futuro não muito distante.  



2.1. LOCALIZAÇÃO DO CAIS DO GINJAL Cacilhas foi, até 2013, uma freguesia do concelho de Almada, com cerca de 1,09 km2 e 6017 habitantes.10 O Cais do Ginjal situa-se em Cacilhas, junto ao rio Tejo, representando o espaço compreendido entre o porto de desembarque dos cacilheiros da Transtejo, até às escadas que ligam o cais ao Miradouro da Boca do Vento. É delimitado a norte pelo rio Tejo e a sul pela arriba fóssil. A envolvente acidentada do Ginjal (assumida pela arriba fóssil), contrasta com a sua cota, plana, tornando a arriba um elemento barreira na relação do cais com a cidade de Almada. 




CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar de ao longo desta proposta apenas serem abordados alguns edifícios do Cais do Ginjal, a intenção aqui expressa é de esta ter uma continuidade ao longo do tempo e que a revitalização desta área do cais seja o mote para que surjam mais atividades comerciais, de serviços ou habitação, complementando o programa desenhado. Bem como a ideia cidade-campo, se possa estender a outras zonas da cidade de Almada e ao longo desta margem do rio Tejo. A proposta desenvolvida, não se limita, portanto, a resolver uma pequena parte do Cais do Ginjal, refletindo diversas preocupações quanto ao futuro do lugar. Uma das grandes inquietações relativas à localização da proposta deve-se à iminência de inundações devido à subida no nível as águas do mar. Optou-se aqui por uma opção de ataque ao rio, ganhando terreno sobre este, com o desenho da praça de chegada ao mercado, numa tentativa de salvaguardar o novo edificado proposto. A presente abordagem à revitalização deste troço do Ginjal, pretende deixar em aberto esta ideia de possível continuidade partindo das premissas estabelecidas. Por fim, é relevante salientar o desafio proposto pelo enunciado, que pressupunha uma grande liberdade de escolhas, tanto a nível da área de intervenção, como programaticamente. A resposta a estes desafios foi o sistema explicado ao longo do relatório que tem a grande ambição de mudar o paradigma atual do Ginjal, focando-se no binómio cidade – campo e incutindo-lhe uma capacidade revitalizadora do lugar. 






-                         Planta Existente; Edifícios a demolir assinalados a cor 


Ficam aqui apenas alguns pormenores deste estudo de Mestrado de Beatriz Martins.
 

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

White Sharks Almada Baseball Club

Breve história DOS WHITE SHARKS

O White Sharks nasce como um projecto de Desporto Escolar de Beisebol e Softebol em 1999.

A adesão crescente e entusiástica dos jovens jogadores, o apoio das respectivas famílias e amigos, os bons resultados desportivos e a participação em atividades de desporto e juventude a nível autárquico alicerçou o projeto e atribuiu-lhe ambição.




Em 14 de Abril de 2004 constituiu-se legalmente o White Sharks Almada Beisebol Clube da Escola Secundária Emídio Navarro (WS ABC). Publicação em Diário da República de 2 de Junho de 2004.

Com este estatuto associativo entra-se numa nova fase da vida e evolução do WSABC onde se assume verdadeiramente uma missão formativa, social e desportiva.

O WSABC conta, atualmente, com 68 praticantes, masculinos e femininos, de idades compreendidas entre os 7 e os 28 anos, sendo uma grande maioria federada.


Os sócios, neste momento, são 121, dos quais 11 participam diretamente nos órgãos sociais.

Os mídia têm correspondido da melhor maneira, noticiando as nossas diferentes iniciativas e resultados. De destacar, os artigos e fotos na imprensa escrita local, regional e nacional (Jornal de Notícias, Record, Jornal de Almada, Notícias de Almada, Ripa Desporto, Jogada do Mês, Sem Mais Jornal, Almada Boletim, Revista da Junta de Freguesia da Cova da Piedade); várias presenças em órgãos On Line e na TV Almada; directos no programa “Jogo Limpo” da Rádio Baía; e ainda algumas participações televisivas: Zig-Zag (RTP2); Família Galaró (RTP2); e SIC 10 horas, de Fátima Lopes.



terça-feira, 1 de novembro de 2022

Grande asteroide detetado no caminho da Terra

 Um asteroide de cerca de 1,5 quilómetros de tamanho foi detetado, pela primeira vez, na proximidade da Terra, anunciaram na segunda-feira cientistas.


O asteroide, denominado 2022 AP7, "está no caminho da Terra, o que o torna num asteroide potencialmente perigoso", disse um astrónomo do Instituto Carnegie para a Ciência, Scott Sheppard.
A ameaça não é imediata, uma vez que se encontra "muito longe" da Terra, mesmo ao atravessar a órbita do planeta, sublinhou.

Mas, como qualquer asteroide, a trajetória vai ser lentamente modificada devido às forças gravitacionais exercidas sobre ele, nomeadamente pelos planetas, o que torna qualquer previsão a longo prazo muito difícil, adiantou o cientista.

Este é o "maior objeto potencialmente perigoso descoberto nos últimos oito anos", de acordo com um comunicado de imprensa do NOIRLab norte-americano, que opera vários observatórios.
Este asteroide próximo da Terra leva cinco anos a circundar o Sol, e está agora a vários milhões de quilómetros da Terra, no ponto mais próximo.

O risco é portanto hipotético, mas, em caso de colisão, um asteroide deste tamanho teria "um impacto devastador na vida tal como a conhecemos", explicou Scott Sheppard.
A poeira lançada para a atmosfera bloquearia a luz solar, arrefecendo o planeta e causando uma extinção em massa.
A descoberta foi feita através do telescópio Victor M. Blanco, no Chile, com os resultados publicados na revista científica The Astronomical Journal.
Cerca de 30 mil asteroides de todos os tamanhos, incluindo mais de 850 a medir um quilómetro ou mais, foram catalogados nas proximidades da Terra, sem que nenhum represente uma ameaça para o planeta durante os próximos 100 anos.

De acordo com Scott Sheppard, existem "entre 20 e 50" grandes Objetos Próximos da Terra (NEO, na sigla em inglês) por detetar.
"A maioria deles está em órbitas que tornam a deteção difícil", acrescentou.
Para se preparar para uma descoberta mais grave, a agência espacial norte-americana NASA realizou uma missão de teste no final de setembro: uma nave espacial foi lançada contra um asteroide não perigoso, provando ser possível alterar a trajetória.

01/11/2022 NASA