AKHENATON, O PRIMEIRO REVOLUCIONÁRIO DO EGITO
O pai do rei Tut transformou a religião, a arte e a política do Antigo Egito, mas uma reação contrária sepultou o seu legado. Hoje, ele persiste como símbolo de mudança.
Às vezes, o comentário mais poderoso sobre um rei é feito por quem está em silêncio. Certa manhã em Amarna, um vilarejo a cerca de 300 quilômetros do Cairo, a atual capital egípcia, um conjunto de ossos delicados como os de um pardal é exposto sobre uma mesa simples de madeira. “A clavícula está aqui, e o braço, as costelas, a parte inferior das pernas”, comenta Ashley Shidner, uma bioarqueóloga americana. “Este tem de 1 ano e meio a 2 anos, mais ou menos.”
O esqueleto é de uma criança que viveu em Amarna mais de 3 300 anos atrás, quando esse sítio era a capital do Egito. A cidade foi fundada por Akhenaton, um rei que, junto com a sua mulher, Nefertiti, e o seu filho, Tutankhamon, domina a imaginação moderna como uma das grandes figuras do Antigo Egito. Em contraste, esse esqueleto anônimo foi exumado de uma sepultura sem identificação. Mas a ossada indica subnutrição, algo que Ashley e outros já observaram nos restos mortais de dezenas de crianças de Amarna. “O retardo no crescimento começa por volta dos 7 meses e meio”, explica Ashley. “É quando tem início a transição do leite materno para alimentos sólidos.” Para muitas crianças de Amarna, essa transição parece ter sido postergada. “Possivelmente, a mãe concluía que não havia alimento suficiente.”
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