domingo, 15 de abril de 2018



Podemos estar a ingerir mais de 100 minúsculos fragmentos de plástico em cada refeição que comemos, avisaram os cientistas da Universidade de Heriot-Watt, em Edimburgo

Estas partículas – que podem provir, por exemplo, das roupas de tecidos sintéticos, das alcatifas e dos artigos têxteis de decoração – misturam-se com o pó das casas e caem sobre os pratos das nossas refeições enquanto comemos. 
   Resultado de imagem para Comemos mais de 100 pedaços de plástico
Para o estudo, os cientistas colocaram fita adesiva dentro de placas de Petri e dispuseram-nas na mesa de jantar de três casas, juntamente com os pratos da refeição. Analisando o número de partículas de plástico descobertas nas placas ao fim de uma refeição de 20 minutos, os investigadores calcularam que caíriam 114 fibras deste material nos pratos, durante o mesmo período de tempo.

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Isto significa que, no curso de um ano, ingerimos entre 13 731 e 68 415 fibras de plástico potencialmente perigosas, devido à sua presença na poeira das casas, concluíram os autores do estudo. "Os investigadores quiseram comparar estes valores à quantidade de fibras de plástico que as pessoas poderão ingerir através do consumo de mexilhão 

Cada mexilhão estudado continha menos de dois microplásticos, o que os levou a calcular que o seu consumo se traduziria na ingestão de 100 microplásticos por ano – um valor muito inferior à quantidade ingerida graças ao pó das casas

“Estes resultados poderão ser surpreendentes para algumas pessoas que talvez esperem que o número de fibras de plástico no peixe e no marisco seja superior ao presente no pó das casas”, disse Ted Henry, professor de toxicologia ambiental e um dos autores do estudo. “Não sabemos de onde estas fibras provêm, mas é provável que seja do interior das casas e do ambiente em sentido mais lato.” 

Para além de poderem ser ingeridas, estas partículas de plástico presentes na poeira também podem ser inaladas. “A maioria das pessoas não terá conhecimento de que há partículas minúsculas de plástico no pó das estradas e no ar”, avisou Tamara Galloway, professora e especialista em ecotoxicologia da Universidade de Exeter. 

“As microfibras de plástico encontradas no pó das nossas casas e no ar que respiramos podem provir dos pneus dos carros, das alcatifas e dos artigos têxteis de decoração, assim como de roupas como os casacos polares”, explicou Julian Kirby, da organização Friends of the Earth

“Estes objetos estão constantemente a libertar minúsculos fragmentos de plástico para o ambiente, à medida que se vão gastando. Precisamos urgentemente que o governo adote um plano de ação para acabar com a poluição por plástico e para investigar os possíveis impactos deste plástico na saúde humana.”

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