Triste Feia é a denominação de uma artéria que não é rua, nem travessa, nem largo, nem avenida, na confluência da Rua Maria Pia, Rua da Costa e Rua Prior do Crato, nas proximidades da estação de comboios de Alcântara-Terra.
Após a remodelação paroquial de 1770, já a encontramos nas plantas e descrições das freguesias de Lisboa na «Nova Freguesia do Snr Jesus da Boa Morte» como «Rua da Triste Feia» e igualmente como «rua chamada a Triste-Feia». No Atlas de Filipe Folque, a planta nº 39 de 1856 menciona a Triste Feia e a calçada da Triste Feia. E a partir daí, tanto nos levantamentos de Francisco Goulard (1882) como de Silva Pinto e Alberto Correia de Sá (1910) surge sempre designada como Triste Feia.
Tal como a Triste Feia existem em Lisboa outros topónimos que se fixaram na memória de Lisboa sem uma prévia designação do tipo de arruamento como o Caracol da Graça, o Corredor da Torrinha, a Costa do Castelo, as Cruzes da Sé, o Cunhal das Bolas, as Escolas Gerais, o Paço da Rainha, o Poço do Borratém ou o Telheiro de São Vicente que Appio Sottomayor, na sua comunicação às 3ªs Jornadas de Toponímia de Lisboa, apelidou justamente como «A Toponímia das Ruas que o não são».
Diz a tradição que ali moraram três irmãs, sendo duas delas raparigas normais e com o viço próprio dos verdes anos; a terceira, porém, possuía feições tão pouco agradáveis à vista que os rapazes que passavam em busca de conversadas fugiam comentando : 'que focinho de porca!', 'que medonha seresma!'. Claro que as irmãs casaram e ela ficou sozinha, vendo chegar a velhice e agravar-se a fealdade. Mas, ao que rezam as crónicas, a simpatia nada tinha a ver com os atributos físicos. Assim, muita gente vencia a relutância por um ser tão feio e conseguia entabular conversa e até quase travar amizade. Mas a vida da pobre era passada quase sempre sentada à sua porta, numa melancolia doente. O certo é que morreu - e ninguém a esqueceu. Ficou o sítio conhecido pelos desagradáveis atributos da mais notável moradora. E Triste Feia se manteve até hoje. sem o designativo de rua que não precisa.»
Diz a tradição que ali moraram três irmãs, sendo duas delas raparigas normais e com o viço próprio dos verdes anos; a terceira, porém, possuía feições tão pouco agradáveis à vista que os rapazes que passavam em busca de conversadas fugiam comentando : 'que focinho de porca!', 'que medonha seresma!'. Claro que as irmãs casaram e ela ficou sozinha, vendo chegar a velhice e agravar-se a fealdade. Mas, ao que rezam as crónicas, a simpatia nada tinha a ver com os atributos físicos. Assim, muita gente vencia a relutância por um ser tão feio e conseguia entabular conversa e até quase travar amizade. Mas a vida da pobre era passada quase sempre sentada à sua porta, numa melancolia doente. O certo é que morreu - e ninguém a esqueceu. Ficou o sítio conhecido pelos desagradáveis atributos da mais notável moradora. E Triste Feia se manteve até hoje. sem o designativo de rua que não precisa.»
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