domingo, 18 de novembro de 2018

Esta emocionante "curta-metragem" lembra-nos que para avançar, devemos enfrentar despedidas dolorosas

              

Há poucas "curtas-metragens" que souberam captar com tamanha fidelidade a tempestade emocional que ocorre dentro de nós quando somos forçados a deixar algumas coisas para trás. Pode ser a casa onde vivemos tempos bons, a cidade em que crescemos, uma pessoa que amamos profundamente, mas não é mais, um projecto emocionante que falhou…
Todos nós temos que passar por fases em que temos que dizer adeus para seguir em frente e não estar preso a um passado que só existe em nossas memórias. Às vezes essas despedidas podem ser muito dolorosas.

Renúncias dolorosas, suas fases emocionais

Este vídeo animado, criado por Hani Dombe e Tom Kouris, consegue transmitir-nos aquele mar de sensações, desde a incrível e muitas vezes paralisante nostalgia do que já não existe, até o desejo determinado de nos apegar a um passado em que nos sentimos à vontade , incluindo aquele momento doloroso em que tomamos a decisão de seguir em frente.
Lili, que é como esta curta-metragem é intitulado, revela as fases que passamos quando necessitamos deixar para trás uma etapa maravilhosa, mas que não existe mais e não pode nos trazer nada de novo.
Podemos notar a tranquilidade que o bicho de pelúcia traz para a menina, que seria a representação de todas as coisas conhecidas do passado que nos fazem sentir seguros. No ato de colocar a fita adesiva para proteger todos os seus brinquedos, detectamos nossa tendência a nos apegar ao passado, a nossa resistência à mudança.
Mais tarde, veremos que sua decisão de lutar contra o vento, embora corajosa e não isenta de alguma ternura, não faz sentido porque a vida continua seu curso, quer queiramos ou não. Então nós testemunhamos um estágio de profunda negação da realidade pela qual todos nós passamos, aquele estágio no qual a realidade nos atinge com toda a sua força.
Quando percebemos que não podemos continuar lutando contra a realidade, algo dentro de nós se rompe e o primeiro impulso é nos agarrar ainda mais ao passado, mesmo que ele não exista mais, simplesmente porque o futuro nos causa pânico. Então encontramos abrigo em momentos felizes. Na verdade, não é por acaso que nessa fase de curta, o ursinho seja maior do que a criança, o que revela que ele é a sua fonte de segurança.
Então, quase podemos tocar o medo de deixar ir, a resistência de sair da zona de conforto em que vivemos, essa mistura de nostalgia, culpa e tristeza quando temos que enfrentar uma despedida dolorosa, mas necessária.
Até que no final damos o passo e conseguimos fazer as pazes com o nosso passado. Esse passado não desaparecerá, nós sempre o levaremos conosco, mas não será mais um peso, mas uma doce lembrança que nos encoraja a continuar e nos lembra o quanto somos fortes.

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