quarta-feira, 27 de março de 2019

Sofomaníaco: indivíduo estúpido que se acha extremamente inteligente

Muitos indivíduos não têm o conhecimento necessário para opinar com propriedade sobre um facto e, mesmo assim, opinam, inclusive não aceitando que ninguém os contrarie.

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Há dias, deparei-me com esse conceito, que eu desconhecia. De início, refleti sobre mim mesmo, para ver se eu não me encaixava como exemplo, mas percebi que tento conhecer bem minhas limitações intelectuais. Então, comecei a procurar exemplos de sofomaníacos por aí e, obviamente, constatei que as redes sociais estão lotadas deles.
A palavra “estúpido” possui muitos significados, mas, nesse caso, conclui-se o mais adequado é tomá-la como sinónimo de “ignorante”, referindo-se a indivíduos que não têm o conhecimento necessário para opinar com propriedade sobre um fato e, mesmo assim, opinam. E o fazem se baseando em juízos de valor, em achismos, sem se aprofundarem sobre aquilo que se discute.
Hoje, assistimos a muitos embates entre grupos com ideologias diferentes, nas redes sociais principalmente, no que diz respeito a assuntos vários, relacionados à política, à religião, à sexualidade, aos governos, a relacionamentos, entre tantos outros. Qualquer questão minimamente crítica inicia uma avalanche de comentários e de postagens, muitas vezes agressivas, pois cada lado quer que seu ponto de vista vença, mesmo que por meio de argumentos pífios.
Comum, nesse contexto, proliferarem as notícias falsas – fake news -, que, muitas vezes, denigrem a imagem de alguém que esteja na berlinda naquele momento, através de inverdades, de fatos mentirosos, de calúnia e difamação. Isso porque a internet parece uma terra de ninguém, ou melhor, parecia, porque, recentemente, muitos processos estão sendo movidos e causas vêm sendo ganhas, em favor de quem vê sua reputação manchada por fofocas infundáveis. No entanto, calúnias virtuais não estão mais circulando livremente impunes.
Cada um tem o direito de pensar o que quiser, porém, quando os pensamentos vão parar em registos virtuais, há necessidade de moderação e um mínimo de educação. Da mesma forma, não cabem, em pleno novo milênio, posturas extremistas, preconceituosas, que incitam ao retrocesso, após tanta luta para a conquista dos avanços que já se firmaram. Ninguém é obrigado a gostar, a concordar, mas respeito é fundamental, sim, e imprescindível. Caso a pessoa exponha opiniões publicamente, terá que saber assistir a muita gente contrariando suas ideias, pensando exatamente o contrário, e isso não deve levá-la a agredir estupidamente, em vez de argumentar.
É preciso ter a consciência de que nada apaga o que se posta na internet, ou seja, assim como se deve proceder na vida, é necessário debater muita cautela, pesar bem as palavras antes de digitar em frente ao computador. Ou isso, ou encarar gente esbravejando, ou até mesmo abrindo processos judiciais. Tudo indica, ultimamente, que não haverá mais impunidade para os arrogantes que disseminam ódio e difamação pelas redes sociais. E isso é bom demais da conta.

terça-feira, 26 de março de 2019

A História do Externato Frei Luís de Sousa

Não havendo nenhuma escola secundária em Almada, os autarcas, da altura, pediram ao Patriarcado para criar um estabelecimento de Ensino Secundário, nesta cidade.   

                        

O Externato Frei Luís de Sousa – Estabelecimento do Ensino Particular e Cooperativo – com autonomia pedagógica e propriedade da Diocese de Setúbal – foi a resposta a esta necessidade, instituindo-se como a primeira escola criada nesta localidade, há 60 anos (fundado em 8 de Outubro de 1956). A Câmara Municipal cedeu parte do terreno para a sua construção.  O Externato ficou, inicialmente, ligado ao então Liceu D. João de Castro de Lisboa.

O Externato abriu com 290 alunos repartidos pelos sectores Primário e Secundário até ao 4º ano liceal,  com separação física entre espaço feminino e masculino. No ano seguinte, aumentou consideravelmente o número de alunos, abrindo até ao 5º ano liceal e, depois, até ao 7º ano. Posteriormente, surgiu o Jardim Infantil e, pouco tempo depois, para dar resposta aos adultos que se queriam valorizar abriu o curso nocturno (preparatório, geral e complementar), continuando com o Propedêutico, Ensino à Distância e 12º ano.
Ao longo dos tempos, a Diocese de Setúbal – Entidade Titular do Externato Frei Luis de Sousa – sempre nomeou os Directores de entre os seus sacerdotes. Desde 1994, essa situação foi alterada, passando também a ser exercida por leigos. Ao director, designado pelo Bispo, compete que orientando a sua acção num Projecto Educativo que engloba o Ideário e o Regulamento Interno .
Aqui se recordam os diferentes Directores desta casa, desde a sua fundação até aos nossos dias : Padre Cabeçadas, Cónego Gonçalves Pedro, Padre Jaime, Padre Hélder, Padre Ismael, Padre Brito, Padre Augusto, Dr. José António Costa e, actualmente, Dr. Fernando Magalhães
Tendo iniciado a sua actividade com um tipo de ensino caracterizado pela separação rígida de sexos e uma mentalidade centrada no professor, o Externato tem sabido adaptar-se às diferentes reformas de ensino, sempre, com a preocupação de inovação e de mudança. É, hoje, uma escola que se caracteriza por possuir um espírito aberto, de “aprender fazendo”, preocupando-se com a educação global dos seus alunos, promovendo hábitos convivenciais e de responsabilização, alimentando a criatividade dos alunos através do apoio e incentivo às suas iniciativas.

(Texto Externato Frei Luís de Sousa)

segunda-feira, 25 de março de 2019

Rei D. Martinho I: o Rei português que não aparece nos livros de história

Chamava-se Martinho e foi um dos primeiros Reis de Portugal. Mas ninguém o conhece nem consta nos livros de história com esse nome. Sabe de quem falamos?

   
                                                              D. Martinho (nome original de D. Sancho I)

À altura do seu nascimento, D. Sancho I não estava destinado a ser o segundo rei de Portugal. A prová-lo, está o facto de ter sido baptizado com o nome de Martinho, por ter nascido a 11 de Novembro. Martinho era, no entanto, um nome sem tradição entre os reis hispânicos. E, passado algum tempo (de seis meses a um ano), mudaram-lhe o nome para Sancho.

Porquê uma história tão atribulada, tendo como protagonista o sucessor de D. Afonso Henriques?

Estátua de D. Sancho I em Silves
                                           Estátua de D. Sancho I em Silves  
Na verdade, no dia de São Martinho de 1154, nasceu, não o primogénito, mas o segundo filho (legítimo) do primeiro monarca português. Destinado a ser o segundo rei de Portugal estava o seu irmão Henrique, que, na altura, tinha já sete anos. Era este o primogénito, a quem D. Afonso Henriques, note-se, deu o nome de seu pai. E o facto de ter dado o nome de Martinho ao menino nascido naquele dia indica que talvez o destinasse à carreira eclesiástica. Se Martinho não era nome para rei, seria adequado para um clérigo.
No ano seguinte, porém, talvez no Verão, dá-se uma reviravolta nos acontecimentos: o infante D. Henrique morre, com apenas oito anos de idade. Apesar de a mortalidade infantil ser alta, naquela altura, sou de opinião de que Afonso Henriques terá sofrido um grande golpe.
D. Afonso Henriques
                                                  D. Afonso Henriques 
Devemos considerar que, além de perder um filho, Afonso Henriques viu destruído o seu sonho de o seu sucessor ter o nome do pai. Além disso, ele próprio já não era novo. Ia a caminho dos cinquenta, a esperança de vida não era longa (ninguém podia adivinhar que ele passaria os setenta) e, de repente, o seu sucessor não passava de uma criança de colo.
Estátua de D. Sancho I, em Torres Novas, da autoria de João Cutileiro
                          
Estátua de D. Sancho I, em Torres Novas, da autoria de João Cutileiro
E havia a questão do nome. Porquê Sancho?Afonso Henriques sentiu que devia dar o nome do herdeiro do avô ao filho: Sancho! Era, acima de tudo, um nome cheio de tradição nas casas reais hispânicas. A partir daquele dia, deixou de existir o infante Martinho. O príncipe herdeiro de Portugal chamava-se Sancho!

Casa da mãe depois que os filhos se vão…

Casa de mãe depois que os filhos se vão é um oratório. Amanhece e anoitece, prece. Já não temos acesso àquelas coisinhas básicas do dia a dia, as recomendações e perguntas que tanto a eles desagradavam e enfureciam: com quem vai, onde é, a que horas começa, a que horas termina, a que horas você chega, vem cá menina, pega a blusa de frio, cadê os documentos, filho.



Casa de mãe depois que os filhos se vão é um oratório. Amanhece e anoitece, prece. Já não temos acesso àquelas coisinhas básicas do dia a dia, as recomendações e perguntas que tanto a eles desagradavam e enfureciam: com quem vai, onde é, a que horas começa, a que horas termina, a que horas você chega, vem cá menina, pega a blusa de frio, cadê os documentos, filho.
Impossibilitados os avisos e recomendações, só nos resta a oração, daí tropeçamos todos os dias em nossos santos e santas de preferência, e nossa devoção levanta as mãos já no café da manhã e se deita conosco.
Casa de mãe depois que os filhos se vão é lugar de silêncio, falta nela a conversa, a risada, a implicância, a displicência, a desorganização. Falta panela suja, copos nos quartos, luzes acesas sem necessidade…
Aliás, casa de mãe, depois que os filhos se vão, vive acesa. É um iluminado protesto a tanta ausência.
Casa de mãe depois que os filhos se vão tem sempre o mesmo cheiro. Falta-lhe o perfume que eles passam e deixam antes da balada, falta cheiro de shampoo derramado no banheiro, falta a embriaguez de alho fritando para refogar arroz, falta aroma da cebola que a gente pica escondido porque um deles não gosta ( mas como fazer aquele prato sem colocá-la?), falta a cara boa raspando o prato, o “isso tá bão, mãe”. O melhor agradecimento é um prato vazio, quando os filhos ainda estão. Agora, falta cozinha cheia de desejos atendidos.
Casa de mãe depois que os filhos se vão é um recorte no tempo, é um rasgo na alma. É quarto demais, e gente de menos.
É retrato de um tempo em que a gente vivia distraída da alegria abundante deles. Um tempo de maturar frutos, para dá-los a colher ao mundo. Até que esse dia chega, e lá se vai seu fruto ganhar estrada, descobrir seus rumos, navegar por conta própria com as mãos no leme que você , um dia, lhe mostrou como manejar.
Aí fica a casa e, nela, as coisas que eles não levam de jeito nenhum para a nova vida, mas também não as dispensam: o caminhão da infância, a boneca na porta do quarto, os livros, discos, papéis e desenhos e fotografias – todas te olhando em estranha provocação.
Casa de mãe depois que os filhos se vão não é mais casa de mãe. É a casa da mãe. Para onde eles voltam num feriado, em um final de semana, num pedaço de férias.
Casa de mãe depois que os filhos se vão é um grande portão esperando ser aberto. É corredor solitário aguardando que eles o atravessem rumo aos quartos. É área de serviço sem serviço.
Casa de mãe depois que os filhos se vão tem sempre alguém rezando, um cachorrinho esperando, e muitos dias, todos enfileirados, obedientes e esperançosos da certeza de qualquer dia eles chegam e você vai agradecer por todas as suas preces terem sido atendidas.
Por que, vamos combinar, não é que você fez direitinho seu trabalho, e estava certo quem disse que quem sai aos seus não degenera e aqueles frutos não caíram longe do pé?
E saudade, afinal, não é mesmo uma casa que se chama mãe?

sexta-feira, 22 de março de 2019

Ainda a vemos por aqui no Ponto Final "Cacilhas"

  Está em todo o lado. A caminho dos 100 anos, a cadeira das esplanadas ganhou novas versões e saiu da rua. É uma cadeira portuguesa mas também uma cidadã do mundo.

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Os primeiros modelos começaram a aparecer na capital durante a década de 30 e ocuparam a calçada portuguesa em espaços tão emblemáticos como o Café Lisboa, o Café Nicola,e bem mais tarde no Ponto Final,"Cacilhas" Deve ser raro o português, ou mesmo o estrangeiro de visita, que nunca se sentou nelas. A cadeira portuguesa é um clássico do design, um objecto que se integrou tão bem no quotidiano que quase não damos por ela. É uma cadeira confortável, sólida, resistente e funcional, simples mas sofisticada. É a cadeira mais característica das esplanadas portuguesas.

Do alumínio à madeira, nos últimos anos têm coexistido vários redesigns da cadeira portuguesa, também conhecida como cadeira Gonçalo. Influenciada pela escola alemã Bauhaus, foi na fábrica Adico, em Avanca, que os primeiros modelos das cadeiras começaram a ser produzidas nos anos 30, a mesma altura em que os móveis tubulares aparecem em Portugal, em cafés e hospitais.

quinta-feira, 21 de março de 2019

Passeando pela Trafaria

Praia da Trafaria possui uma língua de areal extensa e pertence à foz do Rio Tejo pela margem Sul. Situa-se na frente urbana de mar da localidade piscatória que lhe dá nome.
As areias e águas desta praia são utilizadas pelos pescadores para recolherem as suas embarcações.
Os silos de armazenagem de graneis sólidos e alimentares e o terminal de carga e descarga operados pela Silopor dominam a paisagem, tamanha a sua envergadura.
A vista sobre Lisboa e a emblemática Torre de Belém são o principal atractivo.

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Passeio Ribeirinho da Trafaria 

Este passeio ribeirinho, junto às margens do Tejo, é pautado por calçada portuguesa e uma zona de esplanadas, bem como iluminação que permite passeios nocturnos numa zona de rara beleza que possibilita o deleite nas imagens que o estuário do rio nos oferece. 

quarta-feira, 13 de março de 2019

A Web faz 30 anos e o fundador está preocupado.

Trouxe oportunidades, mas também vários desafios. Tim Berners-Lee apela à união entre governos, empresas e público.No dia em que se comemoram 30 anos desde a criação da World Wide Web (WWW) — frequentemente referida apenas como web —, o fundador Tim Berners-Lee, engenheiro e cientista de computação, divulgou esta terça-feira, 12 de Março, uma carta aberta com uma reflexão acerca do que mudou no mundo com a web. “Estamos a comemorar, mas também estamos muito preocupados”, disse Tim Berners-Lee, à revista norte-americana “Time”.
     
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De acordo com o documento, o fundador reconhece que são três os principais problemas com que a web se debate atualmente: intenções maliciosas e deliberadas como, por exemplo, o comportamento criminoso ou o assédio sexual; um sistema que permite a obtenção de dinheiro através do clickbait e da “disseminação viral” da desinformação; e consequências não intencionais negativas, como o discurso polarizado e disruptivo online.
Hoje, metade do mundo está online e é “mais urgente do que nunca garantir que a outra metade não seja deixada offline”, e que todos contribuam para “uma rede que impulsione a igualdade, a oportunidade e a criatividade”, pode ler-se. Segundo a revista “Time”, actualmente existem cerca de dois mil milhões de sites. “A web tornou-se uma praça pública, uma biblioteca, um consultório médico, uma loja, uma escola, um estúdio de design, um escritório, um cinema, um banco e muito mais”, diz Tim Berners-Lee.
No entanto, reconhece, que apesar da WWW ter criado várias oportunidades, também “deu voz aos grupos marginalizados, deu voz àqueles que espalham o ódio e tornou mais fácil serem cometidos todos os tipos de crimes.”
Tal como a Declaração Universal dos Direitos Humanos e outros documentos, que permitiram uma concordância de vários grupos de pessoas em torno de diversas questões comuns, Tim Berners-Lee considera que, uma vez que a web reformulou o mundo, é também necessário “garantir que ela seja reconhecida como um direito humano e construída para o bem público. Precisamos de nos unir como uma comunidade global da web.”
O contrato, divulgado na Web Summit 2018, em Lisboa, pretende fazer com que os governos, as empresas e o público lutem por uma web segura, livre e acessível que beneficie todos.
Por (Inês Ribeiro)

terça-feira, 12 de março de 2019

O Ondaparque está abandonado há 24 anos:

Mas...ainda há esperanças que o local volte a funcionar?
Bons tempos em que aproximadamente 5 mil pessoas por dia se divertiam nas incríveis piscinas do Ondaparque da Caparica. Muitos de nós temos memórias incríveis de infância e adolescência neste que foi um dos mais importantes parques aquáticos de Portugal.

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Durante 8 felizes anos, de 1988 a 1996, o Ondaparque animou as nossas tardes de sol com música a toda a hora, concursos e as descidas nas onduladas piscinas. Actualmente, o local está abandonado e já nada se parece com o ambiente vibrante e alegre de algumas décadas atrás.

Mas nem tudo está perdido. Se tens saudades desses anos, não estás só. Há tanta gente que ama o Ondaparque, que há até uma Página no Facebook com mais de 30 mil pessoas a partilhar memórias e a tentar viabilizar a requalificação do espaço. Ao que tudo indica, faltam apenas investidores capacitados para fazer parte do projecto

                                   
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ps: Não confundir o Ondaparque da Caparica com o “Aquaparque” no Restelo – Lisboa, onde aconteceu em 1993 uma tragédia que foi fatal para duas crianças! Muita gente confunde os dois parques, mas o acidente não aconteceu no Ondaparque, considerado um dos parques aquáticos mais seguros da década de 90.

sábado, 9 de março de 2019

Esgotamento psicológico, quando a gota enche o copo

A exaustão psicológica enfraquece-nos fisicamente e mentalmente. É uma dimensão que surge como um resultado de “muito”: muitas opções, muitos pensamentos intrusivos, muito trabalho , deveres, interrupções, ansiedades … Por sua vez, isso também é um reflexo de muitos “poucos” : pouco tempo de qualidade para si mesmo , poucas horas de sono, pouca calma interior…
       
 

Todos nós já sentimos esse sentimento, esse desgaste em todos os níveis. É importante ter em mente que um cérebro cansado, psicologicamente exausto, trabalha e responde a estímulos de outra maneira. Assim, e como fato curioso, o neurocientista Matthew Walker foi capaz de demonstrar em nível de laboratório que as pessoas mentalmente cansadas têm uma percepção mais negativa de sua realidade e, além disso, são muito mais emocionalmente sensíveis.
Às vezes você se cansa, fica exausto e sem forças naquele canto solitário do desânimo, onde tudo perde a razão de ser, seu brilho, sua espontaneidade
Por outro lado, um aspecto que às vezes nos leva a erros é pensar que o esgotamento psicológico se deve, em essência, a um acúmulo fatal de erros, más decisões, fracassos ou decepções. Não é certo. Na maioria das vezes a fadiga é o resultado direto de um volume excessivo de tarefas e atividades que assumimos sem perceber que elas nos superam.
Todos nós já ouvimos que a percepção de nossa realidade às vezes depende de como vemos o copo, meio cheio ou meio vazio. No entanto, e em relação ao presente tópico, poderíamos fazer a pergunta de outra forma: e você … quanta água você poderia suportar se tivesse aquele copo na mão? Às vezes, apenas mais uma gota é suficiente para encher o copo e atingir o limite de nossa força.
Esgotamento psicológico, um problema muito comum
Carlos se sente satisfeito com sua vida, na verdade, ele não poderia pedir mais. Ele é um designer gráfico, gosta do seu trabalho, tem uma companheira que ele adora e acaba de se tornar pai. Tudo o que o rodeia é satisfatório, não há grandes problemas em sua vida; No entanto, todos os dias percebe que é mais difícil para ele tomar decisões, seu humor é mais taciturno, não consegue se concentrar e ainda tem dificuldade em adormecer.
Ele se sente incapaz de entender o que está acontecendo consigo. Tudo está bem, na verdade, ele deveria se sentir mais feliz do que nunca; no entanto, em sua mente, há um tipo de sensor que diz a ele que “algo está errado, algo está errado” . Se tivéssemos um observador externo nessa história, ele poderia explicar várias coisas que ajudariam nosso protagonista.
Uma delas é que Carlos tem a sensação de que muitas coisas estão acontecendo ao mesmo tempo em sua vida: uma promoção, novos projetos profissionais e clientes para satisfazer, uma criança, uma hipoteca, a consolidação de um estágio pessoal onde ele deseja ( Exige-se que tudo seja “perfeito” … Tudo isso dá forma a uma constelação onde “muitos poucos” fazem um “muito” em sua cabeça, colocando em risco sua capacidade de controle . Sua exaustão mental é evidente e exaustiva. Vamos ver abaixo como a fadiga mental nos afeta.

Sinais e consequências do esgotamento psicológico

  • Fadiga física e perda de energia . O sentimento de exaustão chega a atingir um nível tal que é comum levantar-se pela manhã com a firme convicção de que não conseguiremos fazer nossa jornada.
  • Insônia. No início é comum sofrer de despertar súbito durante a noite, mas depois podemos experimentar sérias dificuldades em adormecer.
  • Perdas de memória. De acordo com um artigo publicado no ” The Journal of Forensic Psiquiatria e Psicologia” , exaustão psicológica geralmente produz uma desordem cognitiva chamado “efeito desinformação”. É onde confundimos dados, onde evocamos informações incorretamente, misturando imagens, pessoas, situações …
  • Entre os sintomas físicos, é comum sentir palpitações, problemas digestivos, dores de cabeça, perda de fome ou aumento excessivo do apetite …
  • Em um nível emocional, é muito característico sentir-se mais sensível , ao mesmo tempo apático, irritável e pessimista.
  • Além disso, outra característica comum é a anedonia, ou seja, incapacidade de sentir prazer, de gostar tanto das coisas como antes, não nos iludimos mais, a vida se torna cinzenta e o mundo permanece suspenso em um horizonte distante onde só ouvimos seu boato à distância …

Como lidar com o esgotamento psicológico

Eric Hoffer disse que o pior cansaço vem do trabalho não realizado. É uma grande verdade. Às vezes a verdadeira exaustão é satisfeita por tudo que queremos fazer e não fazemos. Para todos os objetivos diários que nos propomos e que nos excedem, aqueles que não chegam, aqueles que são frustrados porque o nosso nível de exigência é muito alto ou as pressões do ambiente são desproporcionais.
No final acontece, a gota enche o copo e o copo já pesa em excesso. É quando tudo fica fora de mão. Então, o que devemos fazer nesses casos e, em primeiro lugar, é nos tornar conscientes do que está acontecendo conosco. O esgotamento psicológico está lá e devemos impedir que a “criatura” se torne maior, mais escura e opressiva. Vamos refletir, portanto, nas seguintes dimensões, naquelas etapas que devemos colocar em prática mais tarde.

3 permissões você deve se dar para limpar as nuvens de fadiga mental

Dê a si mesmo permissão para se redescobrir. Pode parecer irônico, mas a exaustão psicológica tende a nos aprisionar em camadas de preocupação, pressões, deveres e ansiedades, a ponto de nos esquecermos de nós mesmos. Dê a si mesmo permissão para se readaptar e, para isso, nada melhor do que aproveitar uma hora por dia para reduzir ao máximo toda a estimulação (sons externos, luzes artificiais externas …). Vamos encontrar um ambiente tranquilo onde nos limitemos a “ser e ser”.
Dê a si mesmo permissão para priorizar . Este é, sem dúvida, um ponto essencial. Lembre-se do que é uma prioridade para você, o que o identifica, o que você ama, o que o faz feliz. O resto será secundário e não merecerá tal investimento emocional e pessoal de sua parte.
Dê a si mesmo permissão para ser menos exigente. O dia tem 24 horas e a vida, gostemos ou não, tem uma cota limitada. Aprenda a ser realista, a aproveitar o tempo sem colocar pressão, altos padrões ou o desejo de que tudo seja perfeito. Às vezes, é suficiente que tudo seja igual a ontem, com seu equilíbrio humilde e tranquilo.
Para concluir, sabemos que nossa realidade é cada vez mais exigente, que às vezes queremos alcançar todos e tudo; no entanto, vale a pena lembrar uma ideia. Somos feitos de pele, carne, coração e tendões psicológicos que também devem ser nutridos por tempo de qualidade, descanso, calma e lazer. Vamos aprender a nos priorizar, a cuidar de nós mesmos como merecemos …

Via "la mente es maravilhosa" 

quinta-feira, 7 de março de 2019

História do Castelo de Almada:

Castelo de Almada, tal como o nome indica, fica situado na parte mais íngreme do planalto de Almada, na cidade e freguesia com o mesmo nome, no distrito de Setúbal.A sua presença no alto da colina permitiu-lhe durante anos, na época medieval, ser o centro das atenções em termos de defesa da zona e até em situações de perigo teve um grande papel.
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Tem uma das suas frentes virada para o Tejo, tendo assim uma grande vista que deixa os seus visitantes de queixo caído.
Infelizmente não é possível precisar qual a data da sua fundação, no entanto a história conta que a sua presença vem das sucessivas construções e modificações que se iniciaram no séc. XII no antigo castelo árabe que já existia naquele sítio.

                             
Esse mesmo castelo árabe acabou por ser completamente destruído pela invasão sarracena de Tacube Almançor, sendo depois edificado, durante o reinado de D. Sancho I, um novo castelo que mais tarde foi melhorado durante o reinado de D. Dinis, mas é durante o reinado de D. Fernando que este sofreu as maiores reparações.
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                         Devido à proximidade, durante o terramoto de 1755, o Castelo de Almada, viria novamente a sofrer muitos estrados e foi por volta de 1760 que começou a ser reparado novamente e a ficar tal como a sua fortificação hoje de encontra.
Já em 1825 ficou sem qualquer utilização, pois o tenente Fulgêncio Gomes dos Santos Vale recebeu ordens para entrega todo o material que estava dentro do castelo para fins militares, ficando assim o castelo durante 6 anos sem qualquer tipo de utilização, até os Miguelistas voltarem a dar-lhe o seu principal uso como forte marítimo.Em 1868 todo o seu jardim foi inaugurado e tornado público, jardim esse que tem uma vista lindíssima para todo o estuário do Tejo, levando assim muitos turistas a passar momentos em família no seu jardim, ou mesmo levando famílias inteiras a passeios “domingueiros” apreciando o ar puro e a bela paisagem circundante.O jardim do castelo chama muitos turistas, apesar do seu interior estar interdito aos mesmos, levando assim com que este mesmo jardim todos os dias esteja cheio de pessoas a fazer a sua caminhada diária, a passear com a sua cara metade, ou simplesmente a apreciar a beleza que está à sua volta:

                                                         
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O Castelo de Almada foi, de forma improvisada, tornado hospital durante o surto de epidemia da pneumonia, sendo assim uma grande ajuda para todos.
Foi mantido com tropas de artilharia até à altura do 25 de Abril e após 1976 as suas instalações passaram a ser ocupadas por forças de Guarda Nacional Repúblicana.
Ao contrário de outros Castelos presentes em todo o país, o Castelo de Almada não permite visitas (a não ser por questões profissionais ou escolares), permitindo apenas passeios nos seus jardins de uma forma muito subtil. Isto deve-se à presença da força militar no seu interior, presença essa que impossibilita também mais trabalhos de investigação sobre o local.
Acabando assim por atrasar todo o conhecimento de um local que foi fundamental para o desenvolvimento da região e importantíssimo na época medieval.

Mesmo com a presença constante das forças militares no seu interior, este mantém-se fiel ao que foi reconstruido após o 25 de Abril, destacando as muralhas que ainda hoje se encontram em pé tal como estariam nessa altura, apenas o seu interior foi restaurado de forma a permitir a presença humana diária sem qualquer tipo de perigo para a saúde de quem dentro dele se encontra.
Em jeito de conclusão, o Castelo de Almada, apesar de ainda não estar aberto ao público para visitas, é sem dúvida uma referência história da região e de toda a nação na época medieval.

segunda-feira, 4 de março de 2019

A caminho de um bairro fantasma a tentar ganhar nova vida

Uma moagem com interesse histórico, diversas fábricas de cortiça, oficinas de tanoaria, o arsenal do Alfeite e as pequenas lojas deram vida à zona do Caramujo e Romeira, na Cova da Piedade, em Almada, durante quase dois séculos. Hoje ao abandono, o antigo bairro industrial tenta ganhar nova vida, mas é uma sombra fantasmagórica do passado.
      Resultado de imagem para romeira século xvi cova da piedade     

Primeiro era a família real que escolhia o palácio do Alfeite como local de veraneio. Mais tarde, o Hotel Club albergava os banhistas a poucos metros das muitas fábricas de cortiça que, a partir de meados do século XX, se instalaram na aldeia do Caramujo e na quinta da Romeira Velha.
Os moleiros já ali tinham chegado antes, e um dos seus descendentes, António José Gomes, fundou em 1865 a moagem que viria a laborar durante mais de um século: a Fábrica Industrial Aliança. Mais tarde, no local de um antigo estaleiro, viria a ser instalado, em 1936, o Arsenal do Alfeite.
Imponente, como se quisesse resistir a tudo, ergue-se o edifício da moagem. Classificado como imóvel de interesse público, foi construído para resistir: mandado erguer por António José Gomes na sequência de um incêndio foi o primeiro edifício em Portugal com uma estrutura integralmente de betão armado, que espera agora, coberto de graffitis, ser convertido em museu.
Hoje, depois da decadência que se iniciou nos anos 1960 e se acentuou na década seguinte, o bairro ganhou a aparência de uma cidade fantasma, com o fecho de todas as fábricas. Há, contudo, sinais de uma tentativa de renascimento – antigos armazéns convertem-se em ginásios, um dos antigos refeitórios de uma fábrica está prestes a converter-se em edifício multiusos e é lá que estão alguns restaurantes, como a Tia Bé – são, aliás, uma das actuais imagens de marca do local.
Mais recentemente abriu o restaurante "Mercado da Romeira"