sábado, 23 de maio de 2020

Metafora: o rio e o oceano

Diz-se que mesmo antes de um rio cair no oceano ele treme de medo. Olha para trás, para toda a jornada, os cumes, as montanhas, o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar nele nada mais é do que desaparecer para sempre.
              


Mas não há outra maneira, o rio não pode voltar. Ninguém pode voltar. Voltar é impossível na existência. Você pode apenas ir em frente. O rio precisa se arriscar e entrar no oceano. E somente quando ele entra no oceano é que o medo desaparece. Porque apenas então o rio saberá que não se trata de desaparecer no oceano, mas tornar-se oceano.
Por um lado é desaparecimento e por outro lado é renascimento. Assim somos nós. Só podemos ir em frente e arriscar.
Coragem! Avance firme e torne-se Oceano!

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Mar da Palha observado de Almada

Mar da Palha é uma grande bacia no estuário do Rio Tejo próximo da sua foz, que no seu ponto mais largo atinge os 23 km de largura.

Mar da Palha - Lisboa | Nascer do sol, Por do sol, Mares

Começa a sul do "mouchão de Alhandra", próximo de Alverca do Ribatejo, quando se começam a formar a "Cala do Norte" e a "Cala das Barcas" (ou Sul), em torno do "mouchão da Póvoa", na margem norte, e a Cala da Arrábida a sul do "mouchão do Lombo do Tejo", na margem Sul e termina quando o rio volta a estreitar entre o Terreiro do Paço, em Lisboa, na margem Norte, e Cacilhas (cidade de Almada  na margem Sul
Estão localizadas junto do Mar da Palha as seguintes localidades: AlcocheteAlverca do RibatejoForte da CasaPóvoa de Santa IriaSacavémLisboaMontijoMoitaBarreiroAmoraSeixal e Almada.

Na origem do seu nome estão os resíduos vegetais arrastados pelo rio Tejo das lezírias ribatejanas a montante, que empurradas pelas correntes e ventos circulam em toda a sua extensão.

terça-feira, 19 de maio de 2020

Mar Português

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem de passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
(Fernando Pessoa, Mensagem 1934)

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O Passado como expressão do Presente

Inaugurado em Abril de 2001:
O Passado como expressão do Presente

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No espaço utilizado até ao século XII como celeiro encontra-se o Núcleo Medieval / Moderno de Almada Velha, composto pelas antigas estruturas e vitrines com os materiais recuperados durante a escavação arqueológica do local.

As peças expostas contam a história do local desde a Pré-História até ao século XIX.

Org.: Câmara Municipal de Almada
Núcleo Medieval/Moderno Almada Velha

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Capitão Leitão (1845-1903)

Quem foi Capitão Leitão...nome dado à principal e carismática rua da Cidade de Almada:
Capitão Leitão (1845-1903)

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De seu nome António Amaral Leitão, ficou conhecido, em todo o país, pela junção da patente militar que envergava e pelo seu apelido, tornando-se uma das figuras mais simbólicas do republicanismo. Capitão Leitão nasceu em Farminhão, uma pequena aldeia do Concelho de Viseu. Integrou o Regimento Militar de Infantaria 10 no Porto e, ainda jovem, abraçou os ideais republicanos.

Desde cedo participou na actividade conspiratória para derrubar a monarquia a partir da sua estrutura militar. Foi um dos principais impulsionadores da revolta de 31 de Janeiro de 1891 e uma das suas figuras mais perseguidas após o fracasso dessa sublevação (a par com outros envolvidos, militares, estudantes e intelectuais). Capitão Leitão tentou escapar às forças militares e num episódio assombroso de perseguição consegue disfarçar-se e foge a cavalo para Albergaria-a-Velha. Reconhecido e denunciado às autoridades locais por um padre acaba por ser preso, acusado de traição, e julgado pelo Conselho de Guerra que o condena a 6 anos de cativeiro ou, em alternativa, a 20 anos de degredo em África. Capitão Leitão escolhe a deportação.

Quando, por fim, chega a Angola, o destino decretado para a extradição, juntamente com outro preso, o actor republicano Miguel Verdial, constrói um caixote de grandes dimensões. O objectivo de tão insólita construção é cumprido: ambos conseguem esconder-se no seu interior, aguardando que, no porto marítimo, os carregadores o depositem no vapor com destino ao antigo Congo francês. Fogem assim, confundidos com a mercadoria. Voltam a ser descobertos, mas, mais uma vez, conseguem escapar. Fogem para Paris de onde Capitão Leitão parte sozinho para o Brasil. Em 1901 regressa a Portugal, mas morre antes de ver implantado o regime político republicano.
Apesar de não existirem registos que atestem a passagem por Almada desta figura republicana, tal como noutras localidades do país, após a implantação do novo regime, o nome de Capitão Leitão passa a usado como símbolo do sonho republicano, marcando na toponímia, no associativismo ou na educação, as ideias de coragem, progresso e humanismo associadas à República. Em Almada, a principal rua da vila é então baptizada com o seu nome, assim como anos antes já o havia sido, o Centro Republicano de Almada.

Quando vier a Primavera...Alberto Caeiro

Quando vier a Primavera
Se eu já estiver morto
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma.
(Alberto Caeiro foi um heterónimo criado por Fernando Pessoa )
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Curiosidades...De onde vem o nome “Almeidas”?

Chamamos “Almeidas” aos trabalhadores de limpeza de Lisboa, mas porquê?
Esta é uma expressão típica exclusiva de Lisboa.

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A origem desta expressão, tão comum hoje em dia, está relacionada com um facto muito simples. Inicialmente, quase todos os trabalhadores desta área vinham de Almeida, uma vila pertencente ao distrito da Guarda.

Como eram a maioria, começaram a ser chamados de “Almeidas”. A alcunha pegou e atualmente, os trabalhadores de limpeza da cidade de Lisboa são assim reconhecidos.

Do pouco se faz cultura:
A história é bastante simples, mas daqui resultou um traço cultural típico de Lisboa. Como esta característica, muitas outras são assim, tão simples, mas tão especiais. Daí a nossa riqueza e o que faz de Lisboa uma cidade tão especial.

domingo, 17 de maio de 2020

Almada...Centro Sul num final de tarde...15 de Maio do ano 2020

Foto de Ninoo Vita

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Sonhos em tempos de coronavírus

Sonhar: palavra que se refere simultaneamente a dois fenômenos distintos. Na cultura ocidental, sonho é sinônimo do grande desejo de uma vida, estando, por muitas vezes, diretamente conectado ao próprio sentido da existência humana. Há também o sonho que acontece à noite, quando adormecemos, e é uma experiência sobre a qual temos pouco domínio. Esse se alimenta das reminiscências do cotidiano que se infiltram nos caminhos do inconsciente. Sonhar é como viver realidades distintas a partir de outros olhares. Mesmo que inquietantes, angustiantes ou bizarros, os sonhos nos permitem ter acesso a uma outra maneira de se relacionar com a realidade e com nós mesmos.



“Os sonhos são uma tentativa de prever o futuro com base no que já se sabe. Isso é produzido pelo inconsciente, que junta as pontas, e pode vir para o consciente. Aquilo que está se manifestando e ainda não emergiu para a consciência tem a chance de se manifestar nos sonhos. Nas guerras isso aparece muito claramente”
.
  Os dois tipos de sonhos têm em comum o fato de estarem de alguma forma conectados ao futuro. O sonho que sonhamos à noite pode ser uma espécie de previsão do que irá acontecer. É o que defende o neurocientista  Sidarta Ribeiro, autor de “O oráculo da noite: A história e a ciência dos sonhos”: