Fernando Pessoa
Era 13 de Junho de 1888 quando Portugal ganhou um de seus filhos mais ilustres. Nascia em Lisboa Fernando Pessoa, o poeta da insatisfação humana, que duvidava da própria realidade e que achava a existência algo absurdo. Ao rever parte de sua obra para essa homenagem, lembrei-me do quanto ler suas poesias me deixava... inquieto.
Os textos de Fernando Pessoa têm esse poder: levam-nos a questionar o que sentimos e pensamos. É como viver em uma realidade irreal. Tudo parece ser tão genuíno, tão verdadeiro, que parece fingimento. Que me desculpe Shakespeare, mas é lendo a obra do poeta português que a máxima “ser ou não ser, eis a questão” parece ganhar mais sentido.
Fernando Pessoa lia o mundo exterior pelas páginas de sua ecologia interior. Falava de natureza com uma simplicidade sincera, sem rodeios. Em suas palavras, renovava os mitos que criava para si e aqueles que eram do mundo. Para ele, a vida é o presente, e os instantes são tantos que o fizeram perder a própria identidade. “Não sei quantas almas tenho. Cada momento, mudei. Continuamente me estranho. Nunca me vi, nem me achei. De tanto ser, só tenho alma. Quem tem alma não tem calma. Quem vê é só o que vê. Quem sente, não é quem é”, disse ele em um dos seus poemas mais famosos.
Pessoa é universal, irônico, sincero e, assim, inventou a própria arte. Escreveu seu primeiro poema aos 14 anos e sua personalidade não cabia em si. Por isso, criou heterônimos com biografias próprias – como Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro, mostrando as suas diferentes formas de ser e estar no mundo. E conseguia transformá-las em versos.
Um ano antes de sua morte (faleceu vítima de cirrose hepática aos 47 anos, em 1935), o “poeta fingidor” entregou-se novamente a escrever quadras populares, em que resgatava um estilo mais simples de ver as coisas. Em sua última linha escrita, afirmou não saber o que o amanhã traria. Uma pena não ter sobrevivido para ver que, pouco tempo mais tarde, o mundo descobriria que a sua verdade também trazia os questionamentos que todos nós carregamos.
Os textos de Fernando Pessoa têm esse poder: levam-nos a questionar o que sentimos e pensamos. É como viver em uma realidade irreal. Tudo parece ser tão genuíno, tão verdadeiro, que parece fingimento. Que me desculpe Shakespeare, mas é lendo a obra do poeta português que a máxima “ser ou não ser, eis a questão” parece ganhar mais sentido.
Pessoa é universal, irônico, sincero e, assim, inventou a própria arte. Escreveu seu primeiro poema aos 14 anos e sua personalidade não cabia em si. Por isso, criou heterônimos com biografias próprias – como Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro, mostrando as suas diferentes formas de ser e estar no mundo. E conseguia transformá-las em versos.