sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

A Agua da Vida-uma metáfora sobre o egoísmo

A água da vida, desejando se tornar conhecida na face da Terra, jorrava de um poço e corria sem esforço nem restrições. As pessoas vinham beber a água mágica e ficavam nutridas, pois ela era muito limpa, pura e revigorante. Mas a humanidade não se contentou em deixar as coisas nesse estado paradisíaco. Gradativamente começou a murar o poço, cobrar entrada, reivindicar a posse da propriedade ao redor do poço, fazer leis elaboradas quanto a quem teria acesso ao poço, colocar cadeados nos portões.



Logo o poço se tornava propriedade dos poderosos. A água ficou zangada e ofendida; parou de correr e foi jorrar em outro lugar. As pessoas a quem pertencia a propriedade ao redor do primeiro poço estavam tão entretidas com seus sistemas de poder e de propriedade que não perceberam que a água havia desaparecido. Continuaram vendendo a água inexistente, e poucas perceberam que o verdadeiro poder não existia mais.
Mas algumas pessoas insatisfeitas muniram-se de grande coragem e foram em busca do novo poço. Em breve esse poço também caiu sob o controle dos proprietários de terras e o mesmo destino se abateu sobre ele. A fonte tornou a se transferir para outro lugar — e assim a história vem se repetindo.
Essa é uma história que mostra como uma verdade fundamental pode ser mal usada e distorcida num jogo egocêntrico. Segundo dizem, era uma das metáforas favoritas do famoso psiquiatra Carl Gustav Jung. Mas a maravilha da história é que a água está sempre correndo em algum lugar e está disponível a qualquer pessoa inteligente que tenha a coragem de procurar a água da vida na sua forma atual.
A água tem sido frequentemente usada como símbolo do mais profundo alimento espiritual da humanidade. Hoje ela também está jorrando, como sempre, pois o poço é fiel à sua missão; mas a água jorra em alguns lugares esquisitos. Muitas vezes parou de jorrar nos locais costumeiros, reaparecendo em outros dos mais surpreendentes.
Autor: Robert A. Johnson

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Porque estamos no Natal:

Há quem o recorde e dele fale...hoje sou eu a recorda-lo:
Que estranho Romeu, que esta terra que foi a tua e que tanto te deve, te recorde tão pouco:
Foi, nos últimos anos da sua vida, o dramaturgo mais representado por grupos amadores de teatro em
Portugal.
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Paralelamente à carreira de escritor, Romeu Correia foi Atleta de alta competição em Atletismo e Campeão Nacional de Boxe amador.
Recebeu, em 1962 e 1975, o prémio Casa da Imprensa; em 1984, o Prémio de Teatro 25 de Abril, da Associação Portuguesa de Críticos de Teatro; e, pela peça O Vagabundo das Mãos de Oiro(1962), o Prémio da Crítica.
Escreveu ainda, entre outras peças, Casaco de Fogo (1953), Bocage(1965), Grito no Outono (1980), Tempos Difíceis (1982), O Andarilho das Sete Partidas (1983) e A Palmatória (1995).
Muitas das suas obras foram traduzidas em Chinês, Húngaro,Checo, Alemão, Russo e Braille.
No entanto também é bom salientar que existe ainda a Escola Secundária Romeu Correia, na freguesia de Feijó (concelho de Almada). Em Dezembro de 2008 foi inaugurado em Almada um painel em azulejo alusivo à sua obra literária, da autoria de Louro Artur. O painel pode ser encontrado na zona de Almada Velha, junto às Piscinas da Academia Almadense, na Rua Leonel Duarte Ferreira.
Recordo "Bonecos de Luz "A propósito do Natal:
é, talvez, a sua obra mais conhecida.
( Diálogo entre BIGANGA, Sem-Abrigo e PARDALITO, Menino de Rua, a propósito do Natal)
- Sabes que dia é amanhã?
- Amanhã... é dia de Natal, não é?
Que sim - retorquiu o vendedor de sinas- amanhã era o dia mais bonito do ano.
- Mais bonito porquê?- Olha o mais bonito!... Estás cuma febre !...
- É a grande festa da família! Há rancho melhorado...Mas são os miúdos que ficam a ganhar. põem a bota na chaminé e recebem brinquedos...
- Vai impingir essa às osgas!... Brinquedos na bota...! AH!AH! AH!
- Bom - gaguejou ele - para essas coisas acontecerem não bastava a boa vontade do Menino Jesus...Primeiro era preciso que cada rapazinho tivesse um par de botas...Não admirava, portanto, que a garotada descalça de pé e perna não apanhasse nada.
Indignado, cresci para o gigante:
- Mesmo que eu TIVESSE BOTAS...QU'É DO SÍTIO !?... QU' É DA CHAMINÉ PARA PÔR AS BOTAS!?
- AH....
In "Bonecos de Luz", Cap.XV, Romeu Correia ( Com Supressões)

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Ensaio sobre a Cegueira (filme)

O filme abriu o Festival de Cannes de 2008:
Dirigido por Fernando Meirelles
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Sinopse:

Numa cidade grande, o trânsito é subitamente atrapalhado quando um motorista de origem japonesa, não consegue dirigir e diz ter ficado cego. Ele é ajudado a chegar em casa por um homem, que acaba por roubar o seu carro. No dia seguinte ele e a mulher vão consultar um oftalmologista, que não descobre nada de errado com os olhos do primeiro cego. Esse diz ainda que uma "luz branca" impede a sua visão. Pouco tempo depois, todas as pessoas que tiveram contacto com o primeiro cego - sua esposa, o ladrão, o doutor e os pacientes da sala de espera do consultório - também ficam cegas.
O governo trata a doença como uma epidemia e imediatamente coloca de quarentena os doentes, numa instalação vigiada o tempo todo por soldados armados.
A mulher do oftalmologista é a única que não é afectada, mas finge estar com a doença para acompanhar o marido no seu sofrimento...[...]

Quando o filme terminou e as luzes foram acesas, Saramago, emocionado, disse a Meirelles: "Fernando, estou tão feliz por ter visto esse filme... feliz como estava quando acabei de escrever o livro"

domingo, 16 de dezembro de 2018

Bohemian Rhapsody, a música dá sentido às nossas vidas

Bohemian Rhapsody, dá-nos a oportunidade de mais uma vez desfrutar da música, para reviver um dos grupos mais emblemáticos e inovadores do século XX. 

Mais do que uma cinebiografia, lembra-nos que a música deve nos excitar, nos fazer vibrar e, em última análise, sentir.
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Fala-se muito sobre Bohemian Rhapsody, as opiniões são muito diversas e muitos apontam para questões da vida de Freddie que permaneceram no ar, que não foram tratadas ou que foram suavizadas. A verdade é que o mundo da música e, em especial, o rock, predominante de meados do século XX, esteve profundamente ligado ao excesso, às drogas e à destruição. Nós nutrimos a figura das estrelas do rock cercadas de excessos; Nós catapultamos essas estrelas ao nível de gênios obscuros e mal compreendidos, que gastavam o tempo com orgias, álcool e qualquer tipo de droga.


Parece impossível romper a associação entre o rock e excessos, embora sempre haja excecções, alguns como Bruce Springsteen ficaram à margem. Mas, sem dúvida, parece que pensar em rock é pensar em sexo desenfreado, festas loucas e extravagantes. Talvez seja o que algumas pessoas esperavam encontrar em Bohemian Rhapsody. Da mesma forma, seria de esperar uma visão mais profunda da doença de Mercury: o HIV; como esta doença o fez perder um pé e levou-o a um sofrimento que não é visto no filme.
Neste ponto, pode-se perguntar se a fita deve ser interpretada como um filme biográfico de Freddie ou Queen; e a única resposta possível é que é uma cinebiografia do grupo britânico. Sim, é verdade que na maioria das cenas se explora Freddie, mas também é verdade que ele é a figura mais reconhecível no grupo. Sua voz espetacular, sua conexão com o público, suas extravagâncias e sua morte prematura fizeram dele uma figura que, imediatamente, associamos ao talento e ao gênio. Portanto, não é de estranhar que seja a alma do filme.

Bohemian Rhapsody: além de Freddie

Se o que queremos é ver um filme totalmente fiel e detalhado da vida de Freddie Mercury, então é melhor não ver o Bohemian Rhapsody. Como qualquer adaptação, parte de uma história e constrói algo totalmente diferente. Não devemos esquecer que o cinema, por mais fiel que seja à realidade, não deixa de ser uma narrativa, uma criação artística que, por sua vez, é profundamente limitada pelo tempo. Por esta razão, a cronologia é deixada um pouco à imaginação e certas licenças criativas são tomadas. Tudo isso pode se tornar um grande sucesso ou cair na catástrofe.
Deixando de lado as questões cinematográficas, estamos diante de um filme que nasce em um momento totalmente necessário. A música, como todas as artes, está mudando constantemente desde o nascimento. Muitos artistas são reavaliados ao longo dos anos, enquanto outros caem no esquecimento. E, no final, os que sobrevivem são os clássicos; aquelas obras que, por qualquer motivo, marcaram um antes e um depois.
Nos últimos anos, a música se tornou, mais do que nunca, um objeto de consumo; onde a quantidade é mais importante do que a qualidade, onde o antigo é o que foi ouvido há um ano. Os jovens conhecem Freddie? Tratando-se de uma figura tão popular, poderia-se pensar que a grande maioria sim; no entanto, a realidade é bem diferente. E se pedirmos a um de seus contemporâneos, ouso aventurar que a resposta será, em sua maioria, negativa.
Bohemian Rhapsody é uma ode à música, à música em que o autotune não era o protagonista e a criatividade do artista era fundamental (desde que o produtor consentisse). A imagem diabólica das gravadoras também está presente no filme, a sociedade de consumo avançava enormemente e ninguém se interessava por ópera, muito menos uma música cuja duração ultrapassava 3 minutos. Contra todas as probabilidades, Queen conseguiu cativar um público mais heterogêneo, demonstrando que a qualidade não precisa ser um antônimo de venda.

16/12/2018

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Alterações climáticas e direitos humanos


Os políticos que ignoram os avisos dos cientistas em relação às alterações climáticas,estão a promover graves violações do direitos humanos, ecocídios e mesmo genocídios. E deviam ser responsabilizados por isso.

domingo, 9 de dezembro de 2018

O Conto do Vigário, de Fernando Pessoa

Que Fernando Pessoa é um poeta intemporal, isso é de conhecimento geral. Que há livros que surgem em fases propícias – tendo em conta os temas políticos, sociais e económicos vigentes – também os há. Este pequeníssimo conto, escrito em 1926, é um deles. O título do conto é um adágio bem popular de todos. Mas de onde vem essa designação? Resposta: a origem de «O conto do vigário» é obra de Fernando Pessoa.

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Alguns já foram vítimas, outros, protagonistas. Os vigários podem actuar por conta própria (os mais gananciosos) ou por conta de outrem (intermediários) e são habilidosos em persuadir as pessoas incautas (e não só) variadíssimas inverdades, com o intuito de lhes forjar dinheiro. Alguns são mesmo mitómanos. Directamente ou não, sobra sempre ao Zé-Povinho o seu quinhão a pagar e por vezes, camuflado em pequenas letrinhas – na hora de assinar um contrato - o conto prega-nos uma partida.Mas falemos da narrativa.

 Manuel Peres Vigário, de seu nome, é um ribatejano de idade incerta - mas avançada - que vive do cultivo das terras que amanha.«Chegou uma vez ao pé dele certo fabricante ilegal de notas falsas, e disse-lhe: Sr. Vigário, tenho aqui umas notazinhas de cem mil réis que me falta passar. O senhor quer?».O Vigário rejeita a oferta e diz: «isso nem a cegos se passa». Depois de muita regatagem por parte de ambos, as notas falsas mudam de mãos.

 Uns dias mais tarde, nas mãos de outros não tardam a chegar. E quem é inocente, de um dia para outro, passa a ser rotulado de charlatão, burlão, chico-esperto, etc.Em 1925 (um ano antes de Fernando Pessoa ter escrito este conto) um dos maiores vigaristas da história portuguesa e mundial, protagonizou um dos desfalques mais habilidosos de que há memória: Alves dos Reis (ver aqui).

 
No conto, a moeda de troca era o real (o que reduzimos o espaço temporal a antes de 1911); na história de Alves dos Reis, a moeda era o escudo ($); hoje, a moeda é já outra (€), mas as vigarices continuam.

E quantos contos-do-vigário ainda estão por descobrir.Este conto sendo verdadeiro, inventado ou inspirado, não tem como lhe tirar o brilharete. Fernando Pessoa, ontem, hoje e sempre - actual.

sábado, 8 de dezembro de 2018

Por terras de Azeitão…

Os extensos olivais existentes desde os tempos da colonização árabe deram-lhe o nome. Azeitão integra o concelho de Setúbal e dista escassos quilómetros da Arrábida e das praias do Sado

      Azeitão - Fotografia de JORGE MAIO

A região é conhecida pelas suas nobres quintas, pela produção vinícola, e pelos seus saborosos queijos – eleitos como um dos 50 melhores produtos gastronómicos do mundo “Great Taste Awards”, organizados pela ‘Guild of Fine Food, conhecidos como os Óscares da gastronomia. Sem esquecer as deliciosas tortas.

                     Azeitão - Fotografia de JORGE MAIO - 01

Foi terra natal do poeta e pedagogo Sebastião da Gama, conhecido pelos seus poemas sobre a Serra da Arrábida.
De entre os imóveis dignos de ver ou visitar merecem destaque a Igreja de São Lourenço, o Chafariz dos Pasmados, as Caves José Maria da Fonseca e respectivo Museu do Vinho num belo edifício do século XIX, o Paço dos Duques de Aveiro, a Quinta das Torres e a Quinta da Bacalhoa, esta famosa também pelos seus vinhos.
Esta mansão quinhentista é considerada como o mais importante repositório da azulejaria primitiva em Portugal.

       Azeitão - Fotografia de JORGE MAIO - 05

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Plano de Pormenor do Cais do Ginjal

Almada quer que Cais do Ginjal e Margueira mudem o eixo da cidade:
Promotor e autarquia querem iniciar as obras ainda em 2018. Projecto prevê 330 fogos, um hotel, reabilitação dos antigos armazém e alargamento do cais.

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A construção do projecto imobiliário que vai reabilitar o antigo Cais do Ginjal, em Almada, deve arrancar ainda em 2018, disseram o promotor e a Câmara Municipal de Almada durante a inauguração de uma exposição sobre o projecto, que esteve patente no Fórum Municipal Romeu Correia.

A autarca, Inês de Medeiros, e o administrador do grupo madeirense AFA, Teixeira Sousa, expressaram publicamente a vontade de iniciar as obras até ao final do ano. “Tem que ser este ano. Até ao final do ano temos que ter equipamentos em obra”, afirmou Teixeira de Sousa. Ao PÚBLICO explicou depois que os trabalhos vão começar pela construção das infra-estruturas da urbanização. Até ao arranque das obras, além do plano de pormenor, terá de estar concluído o plano de urbanização.

O administrador contou que, nos últimos 12 anos, os responsáveis pelo grupo AFA pensaram “várias vezes” em desistir do projecto “tais foram as dificuldades”, e assegurou que agora a empresa está “empenhada em levar o processo até ao fim” e que tenciona arrancar com os trabalhos no terreno “o mais rápido possível”.

Inês de Medeiros assegurou que autarquia e a empresa vão ser “céleres na resolução” dos problemas ainda pendentes entre os quais, revelou ao PÚBLICO, está a reversão do terreno onde está instalado o centro comunitário.

A Expo de Almada
Tanto a presidente do município como o promotor do projecto imobiliário dizem que o novo Ginjal vai alterar a imagem da cidade, sobretudo para quem a vê a partir de Lisboa.

Inês de Medeiros sublinha que o Ginjal é a “grande porta de entrada de Almada” e o local “onde os almadenses têm melhor acesso directo ao rio”. A autarca compara os dois grandes projectos imobiliários de Almada — o Ginjal e a Margueira — à Expo 98 na zona oriental de Lisboa.

"Extracto,Noticia do Publico" 16 de Fevereiro de 2018,

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

De Lisboa até ao Cristo Rei (Almada)

Em Almada, no distrito de Setúbal, com vista para a cidade de Lisboa, o Cristo-Rei foi inaugurado em 17 de Maio de 1959. Dizem que é o melhor miradouro para admirar Lisboa, do outro lado do rio Tejo. Se estiver céu limpo vai conseguir ver a Baía do Seixal, o Mar da Palha, Serra da Arrábida, o Castelo de Palmela e a Serra de Sintra.
                                               

Entre as mãos do Cristo-Rei a distância é de 28 metros, ou seja, a mesma da altura do corpo. Os alicerces de betão da imagem têm 82 metros de altura. A altura total é de 110 metros e a construção pesa 40 mil toneladas. A construção durou 10 anos.
Ao entrar no Santuário, o visitante é convidado a fazer uma espécie de peregrinação, visitando vários locais no seu interior.
Do lado direito, está uma sala dedicada ao Papa Beato João XXIII. E existe também a Capela de Nossa Senhora da Paz no Santuário.

Já no monumento, está a Capela dos Confidentes do Coração de Jesus onde se encontram as relíquias de Santa Margarida Maria Alacoque, da Beata Maria do Divino Coração e da Santa Faustina Kowalska.
Ao lado desta Capela está a loja das recordações do Monumento.

        
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