sábado, 21 de dezembro de 2019
sexta-feira, 20 de dezembro de 2019
A aldeia da Indonésia onde se dança o vira e se canta em português
Quando os holandeses conquistaram a cidade de Malaca a Portugal, em 1641, escravizaram os sobreviventes portugueses e os seus descendentes que viviam nesta cidade malaia. Alguns destes escravos foram a seguir levados para a cidade de Jacarta, que os holandeses crismaram de Batavia (nome que os antigos romanos haviam dado à Holanda) e da qual fizeram o principal centro de actividades da Companhia Holandesa das Índias Orientais.
Aos escravos portugueses e mestiços trazidos de Malaca, vieram juntar-se outros portugueses e respectivos descendentes, capturados e escravizados na Índia, Ceilão e outras paragens.
Em Jacarta, os holandeses esforçaram-se por eliminar as marcas culturais portuguesas que estes escravos traziam, obrigando-os a adoptar nomes holandeses ou, pelo menos, com uma sonoridade holandesa, e forçando-os a trocar a fé católica pelo calvinismo.
Obrigaram-nos ainda a viver num pedaço de terra situado a 10 km do centro da velha Batavia, chamado Tugu (Toegoe na ortografia holandesa), que agora se chama Kampung Tugu.
Os escravos portugueses e mestiços de Tugu foram libertados em 1661. Foram então chamados Mardijker, palavra que significa “Libertos” e que é originária do sânscrito. É desta que deriva a palavra que em língua indonésia significa “Liberdade”: Merdeka.
Apesar dos esforços feitos pelos holandeses no sentido de levar esta gente a perder a sua identidade própria, ela conservou-a até aos nossos dias, teimosamente.
Estas pessoas continuam a acarinhar Portugal, trezentos e setenta anos depois de lhes terem cortado os laços que as uniam a este país, um país que elas não conhecem e que não esperam poder algum dia visitar, porque está no outro lado do mundo. Mas que é um país que elas também consideram seu.
Se dúvidas houver relativamente a este facto, elas certamente desaparecerão depois de se ver a reportagem que se segue, que é de uma estação de televisão indonésia.
A reportagem está em indonésio, embora nela intervenham, em inglês, o embaixador de Portugal em Jacarta e uma leitora de português na universidade local. Mesmo que não se entenda uma única palavra da reportagem, as imagens são sobejamente eloquentes sobre os sentimentos dos Tugus relativamente a Portugal.
Os escravos portugueses e mestiços de Tugu foram libertados em 1661. Foram então chamados Mardijker, palavra que significa “Libertos” e que é originária do sânscrito. É desta que deriva a palavra que em língua indonésia significa “Liberdade”: Merdeka.
Menos castigos, menos mentiras
Para que seu filho diga a verdade, é melhor não puni-lo ou ameaçá-lo quando ele mente. Foi isso que foi descoberto em um experimento recente, liderado pela professora Victoria Talwar, do Departamento de Educação e Aconselhamento Psicológico da Universidade McGill, na qual participaram 372 crianças entre 4 e 8 anos de idade.
O experimento foi assim: um pesquisador entrou com cada criança em uma sala onde havia uma câmera escondida. Ele lhe disse que havia um brinquedo atrás dele, mas ele não deveria se virar por um minuto em que estivesse do lado de fora.
Ao retornar, os pesquisadores perguntaram às crianças se elas haviam obedecido às instruções. Os resultados foram os seguintes: pouco mais de dois terços do total virou para ver o brinquedo (251 crianças de 372, ou seja, 67,5%), sendo as de mais idade as que menos se viraram.
Quando perguntados se eles haviam obedecido às instruções, 167 das 251 crianças que ignoraram disseram que sim (equivalente a 66,5%). O mais interessante para os pesquisadores foi que as crianças mostraram menos propensão a dizer a verdade quando sentiram medo de serem punidas. Por outro lado, quando solicitados a dizer a verdade simplesmente agradando os adultos, ou porque era a coisa certa, as crianças ficavam mais confortáveis e com mais ânimo em ser sinceros.
Por outro lado, verificou-se que quanto mais jovens as crianças, mais se concentravam em dizer a verdade para agradar aos adultos, enquanto as crianças mais velhas demonstravam ter normas de comportamento internalizadas, o que as fazia dizer a verdade porque consideravam ser correto. “O castigo não promove a busca da verdade. De fato, a ameaça da pena pode ter um efeito oposto ao reduzir a probabilidade de as crianças dizerem a verdade quando foram incentivadas a fazê-lo ”, afirmou Victoria Talwar.
Humilhar os outros não te faz forte, te faz infeliz
Como é de esperar, na vida nos deparamos com tudo, vivenciamos de tudo e aprendemos constantemente, isso é viver. Nas nossas relações durante a vida, nós iremos interagir com pessoas amáveis, generosas, que nos farão evoluir como seres humanos, mas, em contrapartida, nos depararemos também com pessoas amargas que, por se sentirem inseguras, ferem os outros.
Geralmente essas pessoas têm um complexo de inferioridade, consciente ou inconsciente, e por isso abusam de alguma posição entendida como privilegiada para descontar sua frustração em cima das outras, principalmente quando a vítima está em posição vulnerável.
Quando uma pessoa tenta humilhar outra de propósito, significa que:
1 – Ela tem um complexo de inferioridade em relação a quem ela tenta humilhar.
2 – Ela mesma é totalmente insegura sobre si mesma e em relação as realizações de quem ela tenta humilhar. Constranger e humilhar a outra pessoa é uma forma dela satisfazer seu complexo, criando uma falsa sensação de que seja superior.
3 – Sente-se ameaçada perante o potencial da suposta vítima e agir assim é uma forma de “botar o outro no seu devido lugar”.
Submeter outra pessoa a uma situação de humilhação não é um indicador de superioridade, mas o contrário é válido. A imagem que você vai conseguir passar de si mesmo é apenas a de uma pessoa fraca, frustrada e talvez com muito medo da outra pessoa a qual você esteja destratando.
Avalie-se e veja se o desdém, o descaso e o nojo que você coloca no seu tratamento em relação a uma pessoa de posição hierarquica inferior, não é apenas um modo de “marcar territótio”, um modo de mostrar quem manda, quando na verdade só está incoscientemente procurando se auto-afirmar perante si mesmo.
Humilhar outra pessoa não vai te blindar, não vai criar uma armadura impenetrável onde você possa se proteger de seus prórpios demônios. Fazendo isso você apenas estará escancarando sua personalidade frágil, mostrando aos outros o quanto é infeliz e que precisa pisar em alguém para se sentir um pouco melhor.
O certo é que você jamais terá o respeito daqueles a quem você constrange; talvez, no máximo, consiga despertar medo e, com certeza, muito ódio e desprezo daqueles a quem você humilha. Mas, se causar esse tipo de sentimento dos outros em relação a você é o que te apraz, deve ser porque, com certeza, você é uma pessoa com sérios problemas e deveria procurar ajuda.
Quem já esteve em situação de ser humilhado sabe que a “vítima” nunca enxerga aquele a quem lhe humilha como superior, portanto, tentar se impor por essas vias com o propósito de se afirmar sobre a outra, é apenas uma forma de mostrar sua fraqueza diante dela, que não reage por outros motivos que implicam em perdas e prejuízos a si ou a outrém a quem queira preservar e proteger, jamais pelo respeito que, evidentemente, não tem mesmo pelo humilhador.
Crédito da imagem: Kelly Vivanco
Quando uma pessoa tenta humilhar outra de propósito, significa que:
segunda-feira, 25 de novembro de 2019
O Farol do Bugio / visto da Cova do Vapor
Na conceção e planeamento estratégico da defesa do litoral Português, em geral, e do porto de Lisboa, em particular, surgiu como imperativo claro em meados do século XVI, que a defesa marítima de Lisboa deveria avançar até à foz do Tejo, de modo a tirar partido das dificuldades naturais que a sua barra colocava à navegação.
A sequência dos ataques da pirataria francesa e turca, sobretudo em 1552 e 1556, veio demonstrar a necessidade de reforçar a defesa do litoral, julgando-se que a decisão de “fortificar” S. Julião da Barra tenha ocorrido em 1556, ainda no reinado de D. João III e, posteriormente retomada em 1559 por iniciativa de D.ª Catarina.
A construção da fortaleza de S. Julião da Barra, veio confirmar a importância do extenso areal que lhe ficava fronteiro, dito da Cabeça Seca, julgando-se que os primeiros projectos para construção de um forte no baixio, terão sido da autoria de Francisco de Holanda, em 1571.
A consolidação da intenção, assim como os respectivos projectos e ensaios para a construção do Forte de S. Lourenço da Cabeça Seca, ter-se-ão iniciado por volta de 1590, sob a direcção do frade servita João Vicenzo Casale, mandado vir de Nápoles por Filipe I.
Seguiu-se-lhe na conceção e direcção das obras, Leonardo Turriano, igualmente de origem italiana, que foi arquitecto-geral do Reino, tendo como assistente o engenheiro António Simões.
O isolamento dos faroleiros era quebrado uma vez por mês, quando se deslocavam a terra para adquirir mantimentos. Porém, entre finais do século XIX e inícios do século XX, o degredo dos faroleiros foi amenizado pelo fenómeno do assoreamento do cachopo sul da barra do Tejo, atingindo proporções gigantescas e permitindo, no período da baixa-mar, a comunicação pedestre com a praia da Trafaria, existindo relatos de peregrinações das povoações ribeirinhas entre Cacilhas e Trafaria, à capela do forte, a qual era mantida pelas mulheres dos faroleiros.
O Forte e Torre de S. Lourenço foi classificado como imóvel de interesse público pelo Decreto nº 41191, de 18 Julho de 1957, sendo reconhecido o seu valor histórico e cultural.Em 1959 o farol foi electrificado, com recurso à montagem de grupos electrogéneos passando a utilizar uma lâmpada de 500W/110V e, em 1960 entrou em funcionamento um novo sinal sonoro (nautofone).Enquadrado no plano de automatizações, substituiu-se em 1981 o aparelho ótico, por um pedestal rotativo de óticas seladas (PRB), sendo também montado um sistema de tele-sinalização e um detetor de nevoeiro, passando o farol a ser tele-controlado a partir da Central da Direcção de Faróis.
Na sequência da automatização do farol e da implantação do sistema de telecontrolo, o Farol do Bugio deixou de estar guarnecido por pessoal faroleiro em 1982.
Em 1994, o farol sofreu nova remodelação, tendo sido retirado a ótica PRB 21 e montada uma lanterna ótica ML 300, a funcionar a energia solar.No Inverno de 1993, a acção violenta do mar, fez derrubar uma parte significativa da plataforma inferior do forte, situação que se foi agudizando nos anos seguintes e exigindo urgentes acções profundas de reparação e restauro.Finalmente, entre 1997 e 2001, sob a égide da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, decorreram as obras de restauro, cobrindo o enrocamento do forte, as cantarias de pedra e alvenarias e as muralhas, tendo sido construído um robusto molhe circular e um novo cais de acostagem.
Em 16 de Julho de 2008, foi retirada a lanterna ML 300 e substituída por uma Vega VLB44 8 Tiras Dupla Vm, controlador de carga 2 – PROSTAR, e 4 painéis solares BP380J, aumentando o alcance luminoso para 15 milhas.
(foto tirada da net)
Seguiu-se-lhe na conceção e direcção das obras, Leonardo Turriano, igualmente de origem italiana, que foi arquitecto-geral do Reino, tendo como assistente o engenheiro António Simões.
O isolamento dos faroleiros era quebrado uma vez por mês, quando se deslocavam a terra para adquirir mantimentos. Porém, entre finais do século XIX e inícios do século XX, o degredo dos faroleiros foi amenizado pelo fenómeno do assoreamento do cachopo sul da barra do Tejo, atingindo proporções gigantescas e permitindo, no período da baixa-mar, a comunicação pedestre com a praia da Trafaria, existindo relatos de peregrinações das povoações ribeirinhas entre Cacilhas e Trafaria, à capela do forte, a qual era mantida pelas mulheres dos faroleiros.
Em 1994, o farol sofreu nova remodelação, tendo sido retirado a ótica PRB 21 e montada uma lanterna ótica ML 300, a funcionar a energia solar.No Inverno de 1993, a acção violenta do mar, fez derrubar uma parte significativa da plataforma inferior do forte, situação que se foi agudizando nos anos seguintes e exigindo urgentes acções profundas de reparação e restauro.Finalmente, entre 1997 e 2001, sob a égide da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, decorreram as obras de restauro, cobrindo o enrocamento do forte, as cantarias de pedra e alvenarias e as muralhas, tendo sido construído um robusto molhe circular e um novo cais de acostagem.
(foto tirada da net)
Valoriza a quem te dedica seu tempo, porque é algo que ele nunca vai recuperar
Temos o péssimo hábito de não valorizar o tempo que os outros nos dedicam. Uma conversa, um abraço , um sorriso, um como você se sente, um ” eu faço porque sei que você gostaria ” ou simplesmente um gesto de acompanhamento. Existem milhares de actos diários de pessoas ao nosso redor que não valorizamos.
Não é necessário que os segundos, horas ou minutos cheguem de nossa família, amigos ou parceiros. O tempo dos estranhos também se torna importante quando, por exemplo, graças a eles o dia pode começar com um sorriso porque seu bom dia foi cheio de alegria ou nos deu aquele impulso que precisávamos. A grandeza do povo está naqueles detalhes de pequeno tamanho, mas de grandes efeitos e afectos.
O grande valor do tempo
Dizem que um viajante que atravessava o deserto viu um árabe pensativo sentado ao pé de uma palmeira, ao lado de seus camelos carregados. O viajante supôs que ele era um comerciante de objectos de valor e que ia vender suas jóias, perfumes e tapeçarias a uma cidade vizinha.
Como ele não falava com ninguém por muito tempo, ele se aproximou do comerciante pensativo e disse:
-Bom amigo, felicidades! Você parece muito preocupado. Posso te ajudar em algo?
Ah! respondeu o comerciante “Estou muito angustiado porque acabei de perder a joia mais valiosa de todas …”
-Bem, a perda de uma jóia certamente não é um grande problema para você. Você carrega muitos deles em seus camelos e tenho certeza de que não vai custar você substituí-los.
-Repor? exclamou o comerciante. “Se fosse tão simples! Você não sabe o valor da minha perda …
– Qual é a jóia que você perdeu? – perguntou o viajante.
-Uma jóia como nenhuma outra, que nunca será feita novamente. Foi esculpido em um pedaço de pedra da vida e feito na oficina do tempo. Seus ornamentos eram vinte e quatro peças brilhantes, agrupadas em torno de sessenta menores … É impossível conseguir reproduzir outra gema com características semelhantes.
– Deve ser lindo, sim – disse o viajante – Mas, com muito dinheiro, você não poderia fazer outro?
-A jóia perdida era um dia … E um dia que está perdido, não se encontra de novo … »
Depois dessa história, o que é um dia para você? O que o seu tempo significa? Um minuto é suficiente para deixar uma marca indelével no coração de outra pessoa, escolher o que você quer fazer ou apreciar o que acontece. O importante é estar atento ao momento presente e aproveitá-lo com as pessoas que você quer e do jeito que você gosta, sabendo valorizar também a dedicação para com você dos outros.
Ainda que se perca dinheiro, ele pode ser recuperado, o tempo perdido não retorna. Não desperdice nem gaste o tempo em lamentar por não saber como aproveitar no momento. A partir de agora, aproveite e valorize-o como um dos ativos mais preciosos que existe.
Tempo não se exige, se escolhe
Algumas pessoas não são capazes de perceber o esforço de outras pessoas para tornar sua rotina mais suportável, para dar cor aos seus dias cinzentos ou para querer desfrutar de sua companhia. Há pessoas que vêem como obrigação o que é realmente uma escolha da parte dos outros. Há para quem o tempo dos outros passa despercebido, quem o valoriza como se fosse um tesouro e quem o exige do outro, como se fosse dele.
Cada um de nós está livre de quem e como dedicar seu tempo. Não vamos esquecer que minutos, horas e segundos são fragmentos da nossa vida e ninguém tem o poder de decidir livremente sobre eles.
Dedicar tempo se traduz em se importar, em um ‘te amo’, em oferecer apoio, demonstrar que ama a companhia. Porque definitivamente dedicar tempo é dedicar a vida.
Portanto, não devemos exigir dos outros o tempo, nem temos que mendigar daqueles que só pensam em si mesmos. O tempo não é comprado, trocado ou vendido. Passar tempo com o outro é uma escolha que brota de dentro e nos permite nos conectar emocionalmente com os outros.
O tempo é o maior presente que existe
Valorize quem te escreve, quem fala com você, ouve você, te faz um favor, te acompanha ou lembra de você porque quer, porque gosta de ti, porque sente você. As pessoas que lhe dão o seu tempo entendem que é a melhor coisa que podem lhe dar, pois saber oferecer é falar a linguagem do coração. Agradeça-lhes porque o tempo também oferece a possibilidade de forjar lembranças que mais tarde despertarão sentimentos de alegria, nostalgia e apreço.
Se você traduzir os tempos que os outros passam com você para linguagem afetiva, você entenderá que há mais quem se importa e se preocupa contigo do que você esperava. Por essa razão, valorize cada segundo do tempo que os outros dedicam a você, porque eles estão oferecendo a você o maior presente que existe: parte de sua vida.
quinta-feira, 14 de novembro de 2019
De regresso ao séc. XIX
Cova da Piedade/Almada:
Venha até ao Jardim da Cova da Piedade e sente-se num dos bancos de madeira, de costas para o movimento dos carros da Avenida 23 de Julho.
Neste percurso propomos-lhe recuar cerca de 100 anos no tempo, até uma época em que apenas existia um automóvel na Cova da Piedade.
Aprecie os arabescos do coreto, em ferro forjado, que parecem uma renda finíssima que alguém teceu na dureza do metal. Este trabalho é característico da Arquitectura do Ferro (séc. XIX).
O coreto para o qual está a olhar recorda a Batalha da Cova da Piedade (1833): depois de uma caminhada a pé desde o Algarve, os Liberais enfrentaram os Miguelistas nesta freguesia. E apesar da desvantagem numérica, os apoiantes de D. Pedro ganharam esta luta e embarcando de Cacilhas para Lisboa. Na capital deu-se a derradeira vitória dos Liberais. Os nomes das avenidas 23 de Julho (Cova da Piedade) e 24 de Julho (Lisboa) assinalam exactamente o percurso da vitória liberal.
Quando a indústria dita a arte António José Gomes, um rico e esclarecido industrial da Cova da Piedade, amante das inovações tecnológicas contribuiu para embelezar este largo. O seu Palácio destaca-se dos restantes edifícios do Largo 5 de Outubro.
Caminhe até este edifício, dos finais do séc. XIX, e aprecie alguns dos pormenores construtivos. No alto da sua fachada neoclássica destaca-se uma estátua de uma mulher com um martelo na mão e uma roda dentada por trás de si, uma clara alusão à indústria, actividade que ocupava o proprietário.
As varandas em ferro forjado são outra marca da revolução industrial. A Arte Nova é o novo movimento estético que se caracteriza, ao nível da construção e decoração, pelo uso de novos materiais, entre os quais o metal. O portão lateral do Palácio, o gradeamento do jardim e a escada espiralada nas traseiras do edifício, também são testemunhos deste novo estilo, merecendo um olhar atento.
Um centro operário
Retome ao passeio principal e apaixone-se pela calçada que lhe indica o caminho, em direcção ao “Chalet”. Apesar de ser da mesma época, o Chalet é uma típica casa suíça, de estilo romântico, com telhados em bico, próprio dos países nórdicos. Este Chalet, adquirido pela autarquia, será brevemente transformado na Casa do Professor.
Nas traseiras do Clube Recreativo Piedense repare num edifício “enferrujado”: em tempos foi a fábrica Bucknall & Sons, onde 821 trabalhadores produziam rolhas e aglomerados.
Volte à Rua Tenente Valadim para apreciar um típico bairro operário. As fachadas simples das casas, cada uma na sua cor, marcam o ritmo da rua, com uma sucessão de janelas e portas…
Ao horizontalidade da rua é apenas quebrada pelos silos da Cova da Piedade, ao qual está encostado, do lado esquerdo, a Fábrica de Moagem do Caramujo. Foi mandada construir por António José Gomes, destacando-se por ter sido o primeiro edifício em betão armado do país. Empregava 160 operários, usava a máquina a vapor e produzia 15 000 Kg de farinha por dia.
Industrial e humanista António José Gomes destacou-se não só pela aposta em novas tecnologias mas também pela sua humanidade. Na Cova da Piedade ganhou fama por dar assistência médica e apoio na doença aos seus trabalhadores, medidas vanguardistas para a época.
Também a população beneficiou com a sua acção benemérita: o melhoramento das ruas e do jardim, a aposta numa escola para adultos, a edificação de uma escola primária, a doação de livros e roupa para os mais novos são alguns dos actos por que ainda hoje é recordado.
Se quiser encarar este homem vá até ao jardim e procure o busto que aqui se fez instalar. A um passo está a Igreja Matriz da Cova da Piedade.
Texto-C.M.ALMADA
Quando a indústria dita a arte António José Gomes, um rico e esclarecido industrial da Cova da Piedade, amante das inovações tecnológicas contribuiu para embelezar este largo. O seu Palácio destaca-se dos restantes edifícios do Largo 5 de Outubro.
Caminhe até este edifício, dos finais do séc. XIX, e aprecie alguns dos pormenores construtivos. No alto da sua fachada neoclássica destaca-se uma estátua de uma mulher com um martelo na mão e uma roda dentada por trás de si, uma clara alusão à indústria, actividade que ocupava o proprietário.
As varandas em ferro forjado são outra marca da revolução industrial. A Arte Nova é o novo movimento estético que se caracteriza, ao nível da construção e decoração, pelo uso de novos materiais, entre os quais o metal. O portão lateral do Palácio, o gradeamento do jardim e a escada espiralada nas traseiras do edifício, também são testemunhos deste novo estilo, merecendo um olhar atento.
Um centro operário
Caminhe até este edifício, dos finais do séc. XIX, e aprecie alguns dos pormenores construtivos. No alto da sua fachada neoclássica destaca-se uma estátua de uma mulher com um martelo na mão e uma roda dentada por trás de si, uma clara alusão à indústria, actividade que ocupava o proprietário.
As varandas em ferro forjado são outra marca da revolução industrial. A Arte Nova é o novo movimento estético que se caracteriza, ao nível da construção e decoração, pelo uso de novos materiais, entre os quais o metal. O portão lateral do Palácio, o gradeamento do jardim e a escada espiralada nas traseiras do edifício, também são testemunhos deste novo estilo, merecendo um olhar atento.
Um centro operário
Retome ao passeio principal e apaixone-se pela calçada que lhe indica o caminho, em direcção ao “Chalet”. Apesar de ser da mesma época, o Chalet é uma típica casa suíça, de estilo romântico, com telhados em bico, próprio dos países nórdicos. Este Chalet, adquirido pela autarquia, será brevemente transformado na Casa do Professor.
Nas traseiras do Clube Recreativo Piedense repare num edifício “enferrujado”: em tempos foi a fábrica Bucknall & Sons, onde 821 trabalhadores produziam rolhas e aglomerados.
Volte à Rua Tenente Valadim para apreciar um típico bairro operário. As fachadas simples das casas, cada uma na sua cor, marcam o ritmo da rua, com uma sucessão de janelas e portas…
Ao horizontalidade da rua é apenas quebrada pelos silos da Cova da Piedade, ao qual está encostado, do lado esquerdo, a Fábrica de Moagem do Caramujo. Foi mandada construir por António José Gomes, destacando-se por ter sido o primeiro edifício em betão armado do país. Empregava 160 operários, usava a máquina a vapor e produzia 15 000 Kg de farinha por dia.
Ao horizontalidade da rua é apenas quebrada pelos silos da Cova da Piedade, ao qual está encostado, do lado esquerdo, a Fábrica de Moagem do Caramujo. Foi mandada construir por António José Gomes, destacando-se por ter sido o primeiro edifício em betão armado do país. Empregava 160 operários, usava a máquina a vapor e produzia 15 000 Kg de farinha por dia.
Industrial e humanista António José Gomes destacou-se não só pela aposta em novas tecnologias mas também pela sua humanidade. Na Cova da Piedade ganhou fama por dar assistência médica e apoio na doença aos seus trabalhadores, medidas vanguardistas para a época.
Também a população beneficiou com a sua acção benemérita: o melhoramento das ruas e do jardim, a aposta numa escola para adultos, a edificação de uma escola primária, a doação de livros e roupa para os mais novos são alguns dos actos por que ainda hoje é recordado.
Se quiser encarar este homem vá até ao jardim e procure o busto que aqui se fez instalar. A um passo está a Igreja Matriz da Cova da Piedade.
Texto-C.M.ALMADA
Texto-C.M.ALMADA
sexta-feira, 8 de novembro de 2019
Memórias de um passado recente:
Cova da Piedade:..Jardim,onde passar umas horas ao ar livre faz bem.
Até há bem pouco tempo... era assim,tinha instalações sanitárias para crianças e adultos
quarta-feira, 18 de setembro de 2019
Ecomuseu Municipal do Seixal - Núcleo da Olaria Romana da Quinta do Rouxinol
Em 1986, na Quinta do Rouxinol, em Corroios, quando os serviços da Câmara Municipal do Seixal procediam à abertura de uma vala, tendo em vista a construção de um emissário de esgoto, foi detectada e identificada pelos serviços do Ecomuseu Municipal, a estrutura de um milenar forno romano.
Feitas as escavações, em colaboração com o Centro de Arqueologia de Almada, durante os verões de 1986 a 1990 pôr-se-iam a descoberto 2 fornos de planta circular com aproximadamente 2,5 metros de diâmetro e respetiva fossa de desperdícios, pertencentes a uma olaria romana datada entre a segunda metade do século II e a primeira do século IV.
Produziam-se neste fornos, para além da louça comum, jarros, malgas, potes ou taças, e também as tão características ânforas que se destinavam a fazer o transporte de produtos diversos para o vasto império.
O espólio recolhido nas escavações, após restaurado e classificado, encontra-se exposto no Núcleo Sede do Ecomuseu Municipal do seixal, tendo sido o conjunto arqueológico classificado de monumento nacional.
No seu conjunto, este espólio constitui uma das mais importantes coleções de cerâmica romana do nosso país, ilustrando profusamente o papel que a olaria do Rouxinol terá desempenhado, no abastecimento local, a Olisipo (Lisboa) e aos vários centros conserveiros da região.
Quinta de S. Pedro
A Extensão do Ecomuseu Municipal do Seixal na Quinta de S. Pedro, localizada na proximidade do núcleo urbano de Corroios, integra sítio arqueológico onde o Serviço de Arqueologia do Ecomuseu realizou campanhas de escavação arqueológica entre 1994 e 2006.
Perdida a importância agrícola que teve até cerca de 1950 e quase esquecidos os seus usos sociais, a Quinta de S. Pedro foi, como muitas outras no concelho, invadida por uma urbanização a partir de 1993. Resistiu apenas a antiga zona residencial e a sua envolvente mais próxima, integradas no domínio público municipal e posteriormente cedidas pela autarquia ao Agrupamento 585 do Corpo Nacional de Escutas, que aí mantém a sua sede. As terraplanagens, contudo, atingiram e destruíram parte substancial de uma necrópole medieval-moderna (séculos XIII a XVIII) associada à antiga ermida da Quinta, desencadeando um processo de investigação histórica, arqueológica e antropológica que envolveu parcerias do Ecomuseu com o Centro de Arqueologia de Almada e com o Departamento de Antropologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra.
Foram identificados 115 enterramentos e mais de uma centena de outros indivíduos em ossários, o que constitui uma das maiores séries antropológicas em estudo para contextos portugueses, com a particularidade de remontar ao reinado de D. Afonso III (1248-1279), em plena I.ª Dinastia, e atestar práticas funerárias bem mais antigas do que as registadas nas fontes documentais.
A Extensão do Ecomuseu Municipal do Seixal na Quinta de S. Pedro, localizada na proximidade do núcleo urbano de Corroios, integra sítio arqueológico onde o Serviço de Arqueologia do Ecomuseu realizou campanhas de escavação arqueológica entre 1994 e 2006.
quarta-feira, 11 de setembro de 2019
PERDURARÁ NA MEMÓRIA:
O Jardim da Cova da Piedade remonta ao século XIX
A estrutura original do Jardim da Cova Piedade foi mantida até bem recentemente!
"A predilecção que a Cova da Piedade despertava na população justificou a recuperação do terreiro em 1873, através de ESFORÇOS conjuntos entre RESIDENTES com o apoio da casa real, e TAMBÉM a construção de um JARDIM que na época passou a ser um dos locais de eleição para os passeios domingueiros
segunda-feira, 9 de setembro de 2019
Pessoas ingratas: o “veneno” da ingratidão
“Quem acolhe um benefício com gratidão, paga a primeira prestação da sua dívida.”- Sêneca“
Os homens apressam-se mais a retribuir um dano do que um benefício, porque a gratidão é um peso e a vingança, um prazer. – Tácito
Dizem que quem ajuda deve ter uma memória curta, mas quem recebe deve se assegurar de ter uma memória longa. Isso se aplica bem na teoria, mas sabemos que na prática o fusionamento é outro. Antes de prosseguir seria bom a gente fazer um auto-exame de consciência e apontar o dedo para nós mesmo, para não parecer um sujo falando do mal lavado. Somos pessoas gratas?
Há sim pessoas evoluídas que ajudam sem esperar retorno de gratidão. Certeza que a compensação, para esses seres, está no próprio ato de ajudar, que promove nelas um sentimento de bem estar, seja naqueles que fazem dessas atitudes uma missão, seja naqueles que são apenas “gente boa”, o tio legalzão do bairro. Nessas pessoas, o ato de se doar, já é uma característica em si mesmas e o reconhecimento é apenas um mimo, um afago na alma.
Claro que o fato da pessoa se doar sem esperar reconhecimento não isenta o ajudado de fazê-lo. Reconhecer, jamais esquecer e ser sempre grato é a parte que nos cabe nessa troca quando somos beneficiados por uma mão amiga. Mas, quem guarda no coração o calor dessa mão amiga? uma boa parte de nós não preserva esse calor, que só vai ser lembrado e sentido quando voltar a precisar se aquecer com ele.
Ser grato é uma atitude tão nobre (ou mais) quanto ser generoso e altruísta. E, pode crer, que é mais difícil mostrar gratidão que mostrar altruísmo. O altruísmo te coloca numa posição mais confortável; a gratidão requer humildade, exige que se reconheça que, em algum momento, nós fomos a parte dependente do outro. Mas, o certo é que todos nós somos dependentes uns dos outros, embora alguns achem que não.
A gratidão não é apenas um sentimento, é também uma habilidade e uma maneira de ver o mundo
Durante muito tempo pensou-se que a gratidão era apenas um sentimento que sentimos quando estamos sujeitos a ações benéficas de outros. Se alguém nos dá uma mão quando mais precisamos dela, nos dá um presente ou dedica parte de seu tempo, um sentimento de gratidão deve ser ativado automaticamente.
No entanto, a gratidão não é apenas uma emoção, ela também tem um componente cognitivo. Para que nos sintamos gratos, devemos primeiro ser capazes de apreciar. Apreciar o gesto que tiveram para nós, apreciar seus efeitos positivos e apreciar o esforço ou a intenção do outro. E a apreciação é uma habilidade que pessoas ingratas não desenvolveram.
Na verdade, psicólogos da Hope College, em Michigan, acreditam que pessoas ingratas simplesmente não têm a capacidade de se sentir gratas. Afirmam que a gratidão ” é uma experiência de abundância, com a consciência de que se é o destinatário de um bom presente do doador “, o que implica apreciar o próprio ato. Eles também explicam que “ gratidão é sobre doadores, presentes, destinatários e atitudes de doadores e receptores uns com os outros. É uma emoção profundamente social ”.
Tudo isso indica que a ingratidão é passível de ser administrada nos primeiros anos de vida. Se os pais não ensinarem seus filhos a valorizar e apreciar o que os outros fizeram por eles, é provável que as crianças eventualmente desenvolvam o que é conhecido como Síndrome do Imperador. Como resultado, elas arrastarão essa visão egocêntrica do mundo para a idade adulta e assumirão que os outros estão destinados a satisfazer suas necessidades e desejos. Esse modo de entender o mundo impedirá que experimentem gratidão.
Os homens apressam-se mais a retribuir um dano do que um benefício, porque a gratidão é um peso e a vingança, um prazer. – Tácito
Os 5 riscos que as pessoas ingratas enfrentam
Ingratidão não é um bom companheiro de viagem. É verdade que quem ajuda pode se sentir desapontado se não percebe gratidão no outro, mas quem não sente gratidão leva o pior.
1. Infelicidade crônica. “A infelicidade é uma doença contagiosa causada por uma deficiência crônica de gratidão ” , escreveu Mokokoma Mokhonoana e a ciência confirma: a capacidade de sentir gratidão tem sido associada a altos níveis de felicidade. De fato, o estudo realizado no Hope College, em Michigan, provou que a gratidão é um excelente indicador do nível de felicidade, bem-estar e satisfação na vida.
A ingratidão, ao contrário, nos condenaria a um ciclo de infelicidade crônica. Uma vez que a gratidão não é experimentada apenas pelas pessoas que nos dão a sua ajuda, mas também na vida, pessoas ingratas seriam condenadas a um ciclo de insatisfação. Não sendo capaz de apreciar a vida como um presente extraordinário, é mais provável que se sintam permanentemente insatisfeitos e insatisfeitos.
2. Amarrado ao trauma. Não há ferramenta melhor do que gratidão para lidar com situações adversas e traumas psicológicos. Vários estudos demonstraram que podemos nos sentir agradecidos em diferentes condições, mesmo em condições difíceis. Na verdade, as pessoas que se recuperam mais rapidamente do trauma são aquelas que aprendem a se concentrar nas coisas positivas de suas vidas, sentindo-se gratas por elas, em vez de se concentrarem no que perderam ou não tiveram.
A reavaliação centrada nos benefícios implica uma abordagem mais positiva que ativa emoções benéficas e provoca reações neurofisiológicas positivas. A gratidão nos ajuda a nos desconectar das emoções tóxicas e pensamentos ruminantes, permitindo que nos concentremos no positivo. Ou como Sonja Lyubomirsky disse “gratidão é um antídoto para emoções negativas, um neutralizador de inveja, hostilidade, preocupação e irritação”.
3. Mais problemas psicológicos. A longo prazo, a ingratidão gera um estado psicológico insalubre, caracterizado por ciclos de expectativas irrealistas e frustrações em que a pessoa é incapaz de apreciar de maneira justa o positivo que lhe aconteceu.
É por isso que não é estranho que um estudo realizado na Virginia Commonwealth University tenha revelado que pessoas ingratas correm maior risco de sofrer de distúrbios psicológicos, como depressão maior, distúrbio de ansiedade generalizada, diferentes tipos de fobias, bulimia nervosa, bem como queda em comportamentos aditivos, quer a nicotina, álcool e drogas.
4. Condenado ao desespero. Um dos maiores perigos que as pessoas ingratas enfrentam é que sua vida se torne uma profecia auto-realizável. A ingratidão faz com que os outros desistam de ser gentis com elas, então pessoas ingratas acabam presas na armadilha que criaram. Quando elas pararem de receber ajuda, pensarão que o mundo é um lugar hostil onde não há bondade, sem perceber que foram suas atitudes que fizeram com que os outros de afastassem.
Uma investigação conduzida na Universidade de Manchester mostrou que pessoas ingratas são mais dependentes e menos autônomas do que aquelas que experimentam gratidão, o que significa que elas estão em profunda necessidade de outras. Essas pessoas também têm problemas com a auto-aceitação e muitas vezes não têm um propósito na vida.
5. Pior saúde. A ingratidão não apenas condena a pessoa à amargura, mas também pode prejudicar sua saúde física. Ficou provado que a gratidão diminui o nível de estresse, ansiedade e preocupações, por isso não é estranho que um estudo realizado na Universidade de Michigan tenha descoberto que pessoas ingratas freqüentemente relatam níveis mais altos de estresse e um número maior de sintomas físicos
A boa notícia é que a gratidão pode se desenvolver. Uma pessoa ingrata não está condenada a ser assim pelo resto vida. O segredo é muito simples: não tome nada como garantido. Comece a pensar em sua vida como um presente maravilhoso. Afinal, como escreveu o romancista Thornton Wilder, “só podemos dizer que estamos vivos naqueles momentos em que nossos corações estão conscientes de nossos tesouros”.
quarta-feira, 21 de agosto de 2019
Grutas da Quinta do Anjo:
As Grutas da Quinta do Anjo são formadas por quatro grutas artificiais e baseiam-se em monumentos funerários com características muito particulares.
Estas grutas são do conhecimento internacional graças à originalidade da cerâmica que ali se encontrou tendo sido classificado como Monumento Nacional no ano de 1934.
Durante as sucessivas escavações efectuadas neste conjunto funerário foi encontrado um ecléctico e numeroso espólio, como no caso de micrólitos, pontas de seta e lâminas de sílex, além de variados artefactos de pedra polida, bem como um conjunto considerável de alguns dos mais característicos objectos das grutas desta zona do nosso território. Inserem-se neste último caso alguns dos denominados "objectos de carácter ritual" e os "ídolos de calcário", além de outros exemplares executados em xisto e osso, estes últimos representados nos conhecidos botões e alfinetes.
Sítio da Cova dos Mouros
Quinta do Anjo...Palmela
quinta-feira, 1 de agosto de 2019
Curiosidades de Lisboa:
Triste Feia é a denominação de uma artéria que não é rua, nem travessa, nem largo, nem avenida, na confluência da Rua Maria Pia, Rua da Costa e Rua Prior do Crato, nas proximidades da estação de comboios de Alcântara-Terra.
Após a remodelação paroquial de 1770, já a encontramos nas plantas e descrições das freguesias de Lisboa na «Nova Freguesia do Snr Jesus da Boa Morte» como «Rua da Triste Feia» e igualmente como «rua chamada a Triste-Feia». No Atlas de Filipe Folque, a planta nº 39 de 1856 menciona a Triste Feia e a calçada da Triste Feia. E a partir daí, tanto nos levantamentos de Francisco Goulard (1882) como de Silva Pinto e Alberto Correia de Sá (1910) surge sempre designada como Triste Feia.
Tal como a Triste Feia existem em Lisboa outros topónimos que se fixaram na memória de Lisboa sem uma prévia designação do tipo de arruamento como o Caracol da Graça, o Corredor da Torrinha, a Costa do Castelo, as Cruzes da Sé, o Cunhal das Bolas, as Escolas Gerais, o Paço da Rainha, o Poço do Borratém ou o Telheiro de São Vicente que Appio Sottomayor, na sua comunicação às 3ªs Jornadas de Toponímia de Lisboa, apelidou justamente como «A Toponímia das Ruas que o não são».
Diz a tradição que ali moraram três irmãs, sendo duas delas raparigas normais e com o viço próprio dos verdes anos; a terceira, porém, possuía feições tão pouco agradáveis à vista que os rapazes que passavam em busca de conversadas fugiam comentando : 'que focinho de porca!', 'que medonha seresma!'. Claro que as irmãs casaram e ela ficou sozinha, vendo chegar a velhice e agravar-se a fealdade. Mas, ao que rezam as crónicas, a simpatia nada tinha a ver com os atributos físicos. Assim, muita gente vencia a relutância por um ser tão feio e conseguia entabular conversa e até quase travar amizade. Mas a vida da pobre era passada quase sempre sentada à sua porta, numa melancolia doente. O certo é que morreu - e ninguém a esqueceu. Ficou o sítio conhecido pelos desagradáveis atributos da mais notável moradora. E Triste Feia se manteve até hoje. sem o designativo de rua que não precisa.»
Diz a tradição que ali moraram três irmãs, sendo duas delas raparigas normais e com o viço próprio dos verdes anos; a terceira, porém, possuía feições tão pouco agradáveis à vista que os rapazes que passavam em busca de conversadas fugiam comentando : 'que focinho de porca!', 'que medonha seresma!'. Claro que as irmãs casaram e ela ficou sozinha, vendo chegar a velhice e agravar-se a fealdade. Mas, ao que rezam as crónicas, a simpatia nada tinha a ver com os atributos físicos. Assim, muita gente vencia a relutância por um ser tão feio e conseguia entabular conversa e até quase travar amizade. Mas a vida da pobre era passada quase sempre sentada à sua porta, numa melancolia doente. O certo é que morreu - e ninguém a esqueceu. Ficou o sítio conhecido pelos desagradáveis atributos da mais notável moradora. E Triste Feia se manteve até hoje. sem o designativo de rua que não precisa.»
domingo, 28 de julho de 2019
José Saramago e a indiferença social
Uma das obras mais famosas e célebres de José Saramago é Ensaio sobre a Cegueira, romance que convida a uma reflexão profunda sobre a alma humana e sobre o que aos nossos olhos parece invisível.
José Saramago foi a voz mais autoritária da literatura portuguesa. O refinamento de sua escrita lhe valeu o Prêmio Nobel, mas não menos importante foi seu compromisso do ponto de vista político e social. Obras como “Ensaio sobre a cegueira” são um meio excepcional de catarse, um ponto de partida para a reflexão filosófica, um convite claro para “acordar”.
De José Saramago diz-se frequentemente que ele era um agitador de consciências. Ele nunca desistiu de denunciar as injustiças e sempre assumiu uma posição clara contra os conflitos de sua época. Em uma de suas palestras, ele se definiu como um escritor apaixonado, impulsionado pela necessidade de levantar cada pedra, mesmo sabendo que monstros reais poderiam estar escondidos embaixo.
A busca da verdade e o desejo de estimular a mente eram os ingredientes de um estilo literário único. Suas parábolas, construídas com imaginação, ironia e compaixão, desenham uma realidade que ninguém pode permanecer indiferente.
Vários anos após sua morte, os trabalhos de Saramago continuam sendo reimpressos em diferentes idiomas. E nem mesmo as novas gerações permanecem insensíveis ao encanto de uma personalidade tão multifacetada, um homem que chegou a pensar em completar a Declaração Universal dos Direitos Humanos com sua Carta de Deveres e Obrigações. .
Foi o escritor mais brilhante que Portugal nos deu, ao lado de outros nomes ilustres como o de Fernando Pessoa e Eça de Queiroz . Sua provocativa, mágica e perturbadora obra nos convidou a analisar o presente através de seus olhos.
“Os três males do homem moderno são a ausência de comunicação, a revolução tecnológica e uma vida centrada no triunfo pessoal”.
-José Saramago-
Ensaio sobre a Cegueira é um livro chocante, um marco na literatura contemporânea que vale sempre a pena redescobrir ou descobrir pela primeira vez.
Ensaio sobre a Cegueira é um livro chocante, um marco na literatura contemporânea que vale sempre a pena redescobrir ou descobrir pela primeira vez.
sábado, 27 de julho de 2019
Glaciares estão a derreter 100 vezes mais rápido do que se pensava
É a conclusão de um novo estudo. Os resultados são alarmantes e revelam uma subida dramática do nível do mar até ao final do século.
No estudo publicado na revista "Sience", a 26 de Julho de 2019, revela-se que esta é uma descoberta perigosa, tendo em conta que a velocidade a que os glaciares estão a derreter, combinada com as alterações climáticas, ameaçam uma subida dramática do nível do mar até ao final do século.
Estes números vêm mostrar que as pesquisas feitas em 2014, que revelaram que o derretimento dos glaciares causaram uma subida do nível do mar de 0,7 milímetros por ano e que em 2100 poderia chegar aos 100 centímetros, já estão desatualizados. É que à velocidade com que tudo isto acontece, o nível do mar pode subir muito mais — e muito mais cedo.
Os cientistas querem alertar a população para os potenciais efeitos que a subida do nível do mar pode ter, ainda que nem os próprios consigam ter uma previsão precisa do que vai acontece. O facto de não se poder prever o comportamento humano no que diz respeito ao desafio das alterações climáticas — se as atitudes vão mudar para melhor ou não — e de os modelos para realizar este tipo de estudos serem tão complexos, fazem com que apenas se saiba que a situação é grave, mesmo sem a certeza do quão grave poderá vir a ser. Uma coisa é certa: tanto a vida selvagem como a própria humanidade vão sofrer consequências.
quinta-feira, 25 de julho de 2019
Fortaleza da Torre Velha, em Almada, vai integrar segunda edição do Programa Revive
A Torre Velha situa-s e logo a seguir à Trafaria, sendo a a mais antiga fortificação da zona. Foi construída em 1488, no reinado de D. João I. A partir dos finais do século XIX este forte perdeu as suas funções de praça de guerra de 2º classe, passando a ser utilizada como armazém até ao momento em que foi abandonada. Em 2012 foi classificada como Monumento Nacional.
De acordo com o site da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), a fortaleza foi mandada construir por D. João II no final do século XV, com o objetivo de defender a barra do Tejo. A torre assegurou a defesa do estuário e dos portos de Lisboa ao longo de mais de sessenta anos e, durante a dinastia filipina, foi alargada e modernizada. “Durante este período ficava conhecida como Torre dos Castelhanos”. A planta da fortificação “desenvolve-se em “U”, composta por três corpos, e três baluartes com casernas”, refere a DGPC.Em 1801 ficou desactivada, passando apenas a acolher viajantes de barco, e, em 1832, voltou a ser remodelada e reactivada para uso militar. Contudo, no final do século XIX, passou a servir apenas como depósito e alojamento.
segunda-feira, 1 de julho de 2019
A melhor vingança é a não-vingança: vá em frente e seja feliz
A melhor vingança é aquela que não é executada. A melhor vingança é sorrir de ódio, abafar a raiva e mostrar ao outro que podemos ser felizes. Porque não há melhor estratégia do que agir com calma e sabedoria, com um olhar firme e um coração descansado, sabendo que há pesos que você não deve carregar consigo por muito tempo.
Confúcio disse com grande acerto que, antes de iniciar a jornada de vingança, devemos cavar dois túmulos. O nosso e o de nosso adversário. A filosofia sempre nos forneceu quadros de referência para refletir sobre o ato de vingança e as conseqüências morais ligadas a essa prática muito popular e, ao mesmo tempo, “atraente”.
Usamos este último termo, o da atração, por um fato muito específico. Estamos diante de um tipo de comportamento humano que sempre nos chamou a atenção, não podemos negá-lo. Na verdade, algo que os escritores e produtores de filmes conhecem bem é que a vingança nos fascina muito. Não falta quem diz que é quase como um remédio: receitado em pequenas doses, mas consumido em grandes quantidades pode nos matar.
Aí temos o grande exemplo literário de Edmon Dantes ou o Conde de Monte Cristo. Este personagem inesquecível de Alexandre Dumas nos ensinou que a melhor vingança é servida fria, sem pressa e perfeitamente calculada. Agatha Christie, por sua vez, nos fez compartilhar um enredo complexo e igualmente violento em “Os 10 Negrinhos” para nos ensinar que maus atos deveriam ser devidamente vingados.
A vingança nos atrai e às vezes até a justificamos. No entanto, que processos psicológicos existem por trás desse ato?
Vingança, um desejo muito humano
A maioria de nós, em algum momento de nossas vidas, tem se sentido tão magoada, agravada e ofendida que a sombra daquela amarga e cinzenta, mas quase sempre tentadora, forma de vingança passa por nossas mentes. Nossas bússolas morais se desviam alguns graus do norte e imaginamos formas, modos e situações em que a dor que nos prende é devolvida à pessoa que nos provocou.
Assim, algo que deveria estar claro desde o começo e que nos lembra o psicólogo Gordon E. Finley, um grande especialista em comportamento criminoso, é que a vingança tem pouco a ver com a moralidade. A vingança é um impulso e é a catarse da raiva e do ódio. Além disso, e apenas como exemplo, como revelado por um trabalho realizado pelo professor Ernst Fehr, da Universidade de Zurique, mais de 40% das decisões que são realizadas no mundo dos negócios têm como único objetivo ” vingar-se ” de um desafeto.
O mesmo acontece com os atos criminosos, mais da metade deles são cometidos pelo rancor acumulado em relação a alguém e pelo desejo expresso de realizar uma vingança. Tudo isso nos obriga a supor que a melhor vingança não existe, porque além dos resultados que obtemos, algo mais perturbador acontece, algo mais revelador: nos tornamos agressores e adquirimos a mesma qualidade moral de quem causou o dano original. .
A melhor vingança não é vingança
Poderíamos justificar aqui que a melhor vingança é a não-vingança, porque é isso que a moral e o bom senso ditam, porque é isso que os tecidos religiosos, espirituais e filosóficos com os quais tantas vezes nos movemos frequentemente nos dizem. No entanto, vamos ver essa recomendação de um prisma puramente psicológico.
Por exemplo, já nos perguntamos o que há por trás das pessoas que usam a vingança quase constantemente? Vamos ver abaixo.
Características de pessoas vingativas
• Atrás de uma pessoa – que reage a qualquer ofensa grande ou pequena de uma maneira vingativa – há um mau gerenciamento emocional e uma baixa capacidade de autoconhecimento (quando alguém me ofende, deixo de lado minha raiva e meu ódio).
• São perfis que acreditam ter a verdade absoluta e universal. Eles são a lei e a justiça, acham que são o exemplo claro do que toda pessoa deveria ser.
• Eles também apresentam um pensamento dicotômico, ou você está comigo ou não, as coisas são bem feitas ou são feitas de forma errada.
• Eles geralmente têm uma empatia muito baixa.
• Nem perdoam nem esquecem, vivem subordinados ao seu passado e a ressentimentos.
Como vemos, a partir desse quadro psicológico e emocional, a vingança ou o desejo por ela não oferece nenhum benefício. Esse impulso, essa necessidade ou como queremos defini-la, consome integridade e anula não apenas todo bom senso, mas também limita completamente a oportunidade de avançar como pessoa para construir uma realidade mais otimizada e, é claro, feliz.
Podemos nos sentir atraídos por todo esse tipo de justiça cômica ou de novela, no estilo de Edmon Dantes. No entanto, atrás deles, não há nada além de sofrimento e solidão. Portanto, a melhor vingança será sempre a não vingança ou até mais, viver bem e que os outros nos vêem felizes, é sem dúvida a melhor vingança de todas.
"Por, a mente é maravilhosa"
"Por, a mente é maravilhosa"
domingo, 30 de junho de 2019
Consumo de peixe e carne é a principal causa da grande Pegada Ecológica do concelho de Almada
Projecto liderado pela associação ambientalista ZERO, pioneiro a nível mundial, calcula pela primeira vez a Pegada Ecológica e a Biocapacidade à escala do concelho. Começou por Almada... e vai propor novo sistema de financiamento dos municípios baseado no desempenho ambiental
A alimentação representa a maior componente da Pegada Ecológica dos 170 mil residentes do concelho de Almada, com um peso de 28%, seguida dos transportes, com 21%, revelam os resultados do projecto “Pegada Ecológica dos Municípios Portugueses” E a principal responsável pela elevada pegada da alimentação é o consumo de peixe (26%) e de carne (23%).
Os dados utilizados são de 2016 e revelam que a Pegada Ecológica de Almada correspondeu a 4,08 hectares globais por habitante, sendo 4% acima da média nacional e 3% abaixo da média da Área Metropolitana de Lisboa. Quanto à Biocapacidade do município, é de 0,24 hectares globais por habitante, isto é, 81% abaixo da média nacional.
Os resultados do projeto “Pegada Ecológica dos Municípios Portugueses” para Almada foram apresentados (a 10 Outubro 2018) na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa no Monte da Caparica (concelho de Almada), com a participação de Mathis Wackernagel, fundador e diretor da Global Footprint Network (GFN)
Ps:"Se toda a população mundial tivesse o nível de consumo de recursos naturais do município de Almada, seriam necessários 2,4 planetas para tornar esse consumo sustentável"
Por: "Virgílio Azevedo"Jornalista
sábado, 29 de junho de 2019
Patagónia – um dos lugares mais belos do mundo, na Argentina
A Patagónia é um planalto no sul da Argentina onde predominam as temperaturas baixas e uma humidade elevada.
Situa-se na região geográfica formada pelas províncias de Rio Negro, Neuquén, Chubut, Santa Cruz e Terra do Fogo. É a Meca dos desportos de aventura é um dos lugares mais belos do mundo, uma vez que esta região deslumbra com o contraste das paisagens, num momento inabitáveis e noutro arrebatador.
De um lado os Andes comportam gigantes cheios de neve que fazem as delícias dos montanhistas e esquiadores; do outro o Oceano Atlântico, gelado devido às correntes antárticas, mas rico em espécies marinhas, como pinguins, focas, baleias e orcas.
A maioria dos Turistas chega a Patagónia através da província de Rio Negro mais concretamente através da Estância de Bariloche.
Bariloche é fascinante no verão, altura em que é possível praticar canoagem e windsurf nas águas do lago Nahuel Huapi, e deslumbrante durante o inverno, época em que os amantes da neve podem praticar os seus desportos favoritos. É um dos extremos da belíssima travessia dos lagos andinos, que vai até Puerto Montt, no Chile.
El Calafat
Outro local de visita obrigatória é El Calafate, onde se pode observar o magnífico glaciar Perito Moreno, uma das paisagens mais belas da América do Sul e património da biosfera.
Outras atrações desta região são as cidades do litoral e os seus parques marítimos. Viedma, Trelew, Comodoro Rivadavia e Río Gallegos são os extremos da costa onde pode observar baleias-francas, leões-marinhos, pinguins de magalhães e aves das mais variadas espécies.
El Calafat
quarta-feira, 19 de junho de 2019
Antiga fabrica de óleo fígado de bacalhau:
Ginjal:
O cais do Ginjal, em Cacilhas, pode vir a acolher o 6.º hotel Savoy "na antiga fábrica de óleo de fígado de bacalhau" e deverá ser um 4 a 5 estrelas...admitiu o administrador do Grupo AFA, José Teixeira de Sousa.
Tudo no âmbito do projecto de reabilitação de grande parte da área do Ginjal, com cerca de um quilómetro à beira-rio na margem sul do Tejo e que se estende pela arriba, cujo Plano de Pormenor já foi aprovado em sessão de câmara.
A autarca, Inês de Medeiros, e o administrador do grupo madeirense AFA, Teixeira Sousa, expressaram publicamente a " 16 de Fevereiro de 2018 " a vontade de iniciar as obras até ao final do ano. “Tem que ser este ano. Até ao final do ano temos que ter equipamentos em obra”, afirmou o Teixeira de Sousa. Ao PÚBLICO explicou depois que os trabalhos vão começar pela construção das infra-estruturas da urbanização. Até ao arranque das obras, além do plano de pormenor, terá de estar concluído o plano de urbanização.
"Até ao final do ano de 2018 temos que ter equipamentos em obra”, afirmou Teixeira de Santos"
"depois veio novamente dizer...até final do 1º trimestre de 2019"
Já estamos a chegar ao final do 4º:
E mais não disse!
Vamos esperando por novidades...se as houver...e se merecemos.
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